Crônicas

Quem Estará ao Teu Lado na Trincheira? Reflexões Sobre a Vida, o Storytelling e a Guerra da Existência

Você já parou para pensar quem estará ao seu lado nos momentos mais difíceis da vida? Não falo daqueles dias comuns, quando tudo segue o curso habitual, mas das verdadeiras guerras — aquelas batalhas que nos pegam de surpresa e nos arrancam da zona de conforto. Pode ser uma crise pessoal, uma perda inesperada, ou mesmo aquela sensação sufocante de que a vida se tornou "chata", sem propósito ou emoção. Nessas horas, o que importa não é apenas a força do inimigo, mas quem está com você na trincheira, dividindo o peso do combate.

E se eu te dissesse que a resposta para essa pergunta pode mudar completamente a maneira como você vive? Que compreender o valor de quem está ao seu lado — e como isso molda a sua história — pode transformar não apenas os seus relacionamentos, mas também o modo como você enxerga a sua própria existência? Talvez esteja na hora de reescrever sua narrativa. Afinal, a vida não precisa ser um rascunho de segunda categoria.

Vivemos tempos onde a vida parece escapar entre os dedos, substituída por rotinas enfadonhas e ambições rasas. Muitos se queixam de uma "vida chata", mas poucos se perguntam por que ela se tornou assim. A resposta está na superficialidade com que encaramos nossas escolhas, sejam elas profissionais, pessoais ou existenciais. E, nesse cenário, a arte de contar histórias — o storytelling — ressurge como ferramenta poderosa, capaz de nos fazer refletir e mudar.

O Amadorismo de Quem Se Esconde

A sociedade moderna celebra o amadorismo não como estágio de aprendizado, mas como um álibi para a mediocridade. Quantos dizem “não sou profissional nisso” para justificar a própria preguiça? Mas, como diz o ditado popular, quem sabe faz ao vivo. O verdadeiro profissional não espera o momento perfeito; ele se lança, mesmo sem rede de segurança. O storytelling — enquanto método e filosofia de vida — nos ensina isso: a história não espera a perfeição, mas exige autenticidade.

Então, pergunte-se: você tem contado a sua história ou tem sido apenas um figurante na narrativa de outros?

A Guerra da Existência e a Trincheira da Verdade

Viver não é um passeio no parque; é uma guerra. Não uma guerra externa, mas interna, onde nossas convicções são testadas diariamente. Nesse campo de batalha, a questão central não é a intensidade do fogo cruzado, mas quem está ao seu lado na trincheira. Quem estará disposto a enfrentar a tormenta quando tudo desmoronar?

Se você não tem resposta clara para isso, pode ser porque não construiu relações genuínas ou porque nunca refletiu profundamente sobre o que significa “estar na trincheira”. É uma metáfora poderosa: não se trata de um simples companheirismo, mas de cumplicidade forjada na dor e na superação. Quem está na trincheira ao seu lado é quem divide sua verdade, quem enxerga além das máscaras.

Storytelling: Um Curso Para a Alma

Fazer um curso de storytelling não é apenas aprender a contar histórias; é descobrir a sua própria. É perceber que mais importante do que a guerra é quem está do seu lado na trincheira. É compreender que a narrativa da sua vida depende de quem você escolhe para caminhar ao seu lado e, mais ainda, do quanto você está disposto a enfrentar o caos da existência.

Aprender storytelling é como pegar uma bússola em meio à tempestade: você começa a distinguir o que importa do que é ruído. Você para de culpar a "vida chata" e começa a escrever uma nova narrativa, com personagens que realmente importam.

Quem Estará Nas Trincheiras ao Teu Lado?

Essa é a pergunta que deve guiar suas reflexões. Não apenas em relação aos amigos ou colegas, mas também sobre si mesmo. Será que você seria capaz de estar ao lado de alguém em momentos de guerra emocional ou espiritual? Ou será que você é mais um amador da existência, esperando que a vida aconteça por acaso?

Se você quer respostas claras, comece olhando para o espelho e, depois, para aqueles que te cercam. Quem sabe, ao entrar em um curso de storytelling, você comece a perceber que a vida é uma história que precisa ser vivida com coragem, autenticidade e propósito.

Não seja um turista na própria existência. Torne-se protagonista. E, mais importante, escolha bem quem estará ao seu lado, porque são essas pessoas que farão da sua vida uma verdadeira obra-prima — ou mais um rascunho descartável.

Mergulhe na arte do storytelling aprendendo mais num curso completo ou me deixando te ajudar a transformar a história do seu negócio, na prática, a maneira como sua marca é percebida, sentida e lembrada. Porque, no final, as melhores marcas são aquelas que contam as melhores histórias.

@lealmurillo | Jornalista | Top Voice LinkedIn | Storytelling e Conteúdo

Nada cura mais que a verdade ao assumir certas coisas

Faça questão de honestamente flagrar-se se sentindo superior às coisas, pessoas e sentimentos. Observe a si mesmo de modo que se pegue não conseguindo aproveitar as oportunidades reais de humildade legítima que a vida lhe concede para curar-se do que te oprime.

Calma. Volta lá no primeiro parágrafo e leia novamente, mas agora prestando a atenção em cada palavra. Pronto? É sério, volta lá. Preciso que você pense no que acabou de ler para ter uma conversa séria sobre o que acabamos de ler juntos.

Certo. Agora, a segunda coisa importante a dizer é até mais evidente, mas muito desconsiderada por nós na maior parte do tempo. E essa coisa é:

A vida é realmente muito difícil. E para achar uma sanidade possível com esta carga enorme de sofrimento natural, para aprender a lidar com o peso da nossa própria mente e viver com a inexatidão sobre o futuro, precisamos aderir a todas as oportunidades verdadeiras de ser humilde. Não pode escapar nenhuma.

O que humildade tem a ver com a capacidade de viver melhor? Bem, a começar, ser capaz de recuar diante da tentação da arrogância vai te fazer perceber a vida de uma forma mais lúcida.

Humildade não é a negação da virtude, mas é o reconhecimento de que um atributo é um presente. A sabedoria mora com gente humilde. Isso quer dizer que saber como agir passa pela modéstia. Então, a moderação, a sobriedade e simplicidade te faz agir mais. Não como covardia diante dos problemas, mas como um marcador de tolerância. Não como um limitador de atitudes, mas como uma reformulação de estratégias.

Conheço o poder mágico de remediar as coisas quando elas não andam bem, mas sei também que melhor do que dopar-se da realidade é ter um cenário de visibilidade para uma cura completa de determinados caos. Prorrogar sofrimento por não lidar com ele é a marca do arrogante. O humilde se dobra a suas capacidades possíveis.

O interessante é que notei que uma das coisas que caracteriza as pessoas que desenvolvem dificuldades de absorver a vida é que elas são, muitas vezes, ingênuas em não se perceber diante do espelho. Então, idolatram estruturas projetadas de autorealidade que realmente não está dentro de uma ordenação de pensamento e atitudes, que seja alcançável.

As pessoas sem humildade tropeçam nos tapetes das etiquetas. Tenho a impressão que é essa mentalidade é a responsável por levar a gente para caminhos incompletos e acaba por fragmentar o concreto e ampliar o sentimento de que estão devastados, sem alternativas, portanto, sem recursos.

Se você perguntar a uma pessoa orgulhosa o que fará, ela dirá imediatamente um plano de ação. Mesmo que aquilo não tenha nenhuma efetividade. São assim que elas agem emocionalmente. São viciados em seus próprios desejos à medida que se movem pela vida.

É claro que curar feridas requer tempo e recurso. Mais do que isso, exige uma abertura com a humildade para saber que a ajuda precisa estar perto. Se você sofre de alguma dificuldade para encarar a vida, você precisa entender que a humildade está diretamente relacionada à nossa capacidade de evoluir e a vontade de aprender e mudar. As pessoas humildes são melhores solucionadores de problemas.

Não há alternativas práticas possíveis para alguém que não sabe distinguir com precisão o que significa resiliência e o que significa força. Do mesmo modo que é improvável ver avanço naquelas pessoas que não consegue entender que vulnerabilidade não é sinal de fraqueza, mas é não resistir em conhecer o nosso lado mais sombrio.

Sem estar completamente livre do orgulho, você pode se deparar com a realidade posta a sua frente e sentir-se pequeno diante dela, mesmo que diga, pense e reaja como se tivesse num cenário controlado. Humildade não é sentir que você não tem uma importância, mas saber que você não é especialmente afetado pelas coisas e nem que isso te torna mais acometido por dificuldades.

Assumir o lado sombrio existindo em nós é o que permitirá uma mudança na sua postura. Uma conversa com um terapeuta pode te ajudar expressivamente nessa missão. Com respostas e indicações de caminhos mais claros, você pode mudar algum padrão de comportamento e modificar um estilo de vida.

A sua experiência subjetiva frente aos sentimentos, ao mundo exigente e aos desafios cotidianos é importante para ajudar a responder boas perguntas sobre o que você precisa fazer com quem se tornou.

Somente assim é possível descobrir as razões que seu coração, alma e pensamento acaba invadido com sentimentos obscuros. Para lidar com um lado complicado da sua personalidade ou até mesmo ganhar novas maneiras de avaliar episódios constrangedores da sua vida, você tem que ganhar essa habilidade de despir diante do espelho.

A falta de humildade vai te impedir de saber se o que você precisa é mesmo o que deseja. A cura pode significar alguns caminhos indesejáveis. Mesmo que isso signifique que você pode precisar de uma assistente social, de um momento com um psiquiatra, ou de condicionador de bons hábitos.

Embora você pense que essa escuridão possa ser apenas um problema conjugal corriqueiro, algo doido que esteja acontecendo temporariamente, uma doença que não estava esperando, uma notícia devastadora, uma perda significativa ou qualquer outra coisa que te faça ter dificuldade de encontrar satisfação na vida, você precisa ter a humildade de aprender sobre como você pode ser melhor com essa questão.

O importante é entender o que está acontecendo. Talvez haja uma história de trauma ou uma situação de abuso por parte de alguém que esteja protegendo ou uma projeção boba sobre alguma situação atual, talvez sejam circunstâncias socioeconômicas que te empurram para a insatisfação, pode ser uma questão de não saber impor autorrespeito, algo ligado a produtividade ou algum desequilibro de energia química do corpo que te faça sentir insuficiente. Tudo isso precisa de humildade.

Há uma gama infinita de coisas que impacta você e que precisa ser calculada, observada e conduzida da melhor forma por você. Seja humilde. Trate o que viveu, o que vive e o que viverá com respeito merecido. Tratar-se como alguém poderoso, mesmo sendo intimamente miserável, é atraente. Fuja dessa. Reconcilie-se com a vida gradualmente, no ritmo que consegue, da forma que é possível, mas com consistência e humildade.

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Está todo mundo querendo ser curado

Não importa como esteja sua vida. A grande ganância do ser humano é por cura. Todos querem ser curados da maneira como encaram a sua própria noção de felicidade. E precisamos de cura no seu sentido mais convencional, temos que nos recuperar quase que constantemente o significado das coisas.

Olhamos para a cura como se ela fosse apenas resultado de um fator externo, mas quando tratamos as nossas paranoias, cuidamos dos nossos caprichos, medicamos as nossas manias, remediamos as nossas obstinações e recuperamos o sentido das coisas, acabamos restabelecendo uma nova realidade de existência apontada para uma vida com mais sentido, responsabilidade, significado e liberdade.

Não estou falando de uma vida sem ameaças, mas na possibilidade real de convivência saudável e contínua com riscos, mesmo que na total eminência de perigos que coloquem coisas importantes da vida a perder. É possível ter uma vida equilibrada ainda que haja possibilidades de ruínas futuras chegando. É isso que precisamos saber.

O grande desafio do ser humano é entender a plenitude da vida. As pessoas se perguntam diariamente como podem melhorar a qualidade de vida que tem, como lidar com a desafiadora área financeira, como potencializar sua saúde e ter mais disposição para sonhar e realizar.

Somos homens e mulheres que buscam diariamente aprender a botar em prática ações de desenvolvimento pessoal e intelectual, que se perdem ao tentar atingir uma espécie de equilíbrio emocional favorável e não fazem ideia de como dedicar-se ao autocuidado.

As pessoas sofrem tanto porque não sabem como entender, respeitar, firmar e emancipar seu caráter para desenhar uma personalidade saudável, desprezam o mundo externo da espiritualidade como se os olhos fossem o único medidor de realidade, querem saber como valorizar e admitir bons passatempos para ter práticas de lazer restauradores.

Somos seres que necessitam ressignificar a vida social com momentos satisfatórios, que querem compreender onde a nossa contribuição social está alocada, em que momento o esforço e o resultado se combinam com a ideia de carreira e não sabem ao certo como negócios, mercado e o mundo do trabalho podem se desenvolver como parte da nossa vocação.

E, além disso tudo, temos problemas para identificar em que lugar está o espaço/tempo disponível para aproveitar o ambiente de família como um lugar de descanse e reposição de energia. Queremos vivenciar relacionamentos amorosos que contribuem para nossa noção de grupo e desenvolver uma visão de mundo realista, ponderável e propositiva.

Ser curado das coisas é também um trabalho ativo diante da vida. Perdia muito tempo tentando reconhecer os agentes causadores do meu sofrimento e dando-lhes poder de me influenciar por completo, mas o que eu não me dava conta era que a principal razão para não me curar das marcas do tempo, das pessoas perturbadoras, das situações de maldade, dos traumas vividos, das vergonhas passadas, dos enganos caídos, dos receios mais comuns, dos relacionamentos fracassados, era que eu não criava um ambiente de cura possível.

Entendi uma coisa importante sobre minha cura. Descobri um jeito de olhar que servia para lidar com qualquer dor que enfrentei algum dia, combato hoje e encararei amanhã. Tenho carregado isso como uma espécie de mantra que tem me ajudado a realizar boas escolhas e a aplicar ações pontuais nesse desafio de querer, poder e permitir ser curado.

Botei essa minha lucidez em algumas palavras. Quero te provocar a conhecer isso, mas também a “resolver” cada um dos seus problemas com coragem, ler e reler essas palavras tentando buscar ações concretas que te arranque do lugar-comum e que te coloque diante de uma lista de coisas a fazer. Pense e planeje, mas principalmente seja consistente na busca pela cura. Pronto, então lá vamos nós:

Para ser curado, você tem que ser capaz de ir fundo.

Para ir fundo, você tem que ir devagar.

Para ir devagar, você tem que dominar a sua velocidade.

Para dominar sua velocidade, você tem que ser honesto.

Para ser honesto, você tem que estar abraçado com a verdade.

Para abraçar a verdade, você tem que ir na direção dela.

Para ir na direção dela, você tem que adotar um ritmo.

Para adotar um ritmo, você tem que conhecer seus limites.

Para conhecer seus limites, você tem que testá-los.

Para testar, você tem que sair do lugar.

Para sair do lugar, você tem que começar com passos simples.

Para dar passos, você tem que criar coragem.

Para criar coragem, você tem que ter objetivos claros.

Para ter objetivos claros, você tem que saber o que te movimenta.

Para saber o que te movimenta, você tem que querer ser curado.

Isso é mais que palavras amontoadas. Isso é algo que tem que gerar reação em você. Somos imaturamente cínicos como a nossa vida. Não acreditamos que somos sábios o suficiente para olhar para a nossa vida e realmente pensar sobre o que significa mudar de verdade.

O fato de não querermos olhar para o óbvio nos leva para um lugar perigoso. Somos como reféns que se dão conta que estão sequestrados, e gritam apavoradas de dor, mesmo sabendo que as cordas podem estar frouxas. Agir com responsabilidade significa estar em um lugar onde você pode dizer a verdade a si mesmo e agir sem se esconder do que sente.

Se você tem dúvidas da razão pela qual está fazendo algo, observe os efeitos imediatos, analise as consequências a longo prazo e não se esconda dos resultados que podem gerar as suas próximas ações, seja qual for o sentimento apareça nesse caminho, então, trate a verdade como sua única aliada.

Mudar tudo que precisa ser mudado significa o que para você? Você quer mesmo ser curado? Abandone-se pelo caminho e mude de direção, porque é agora a hora de ser curado.

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Tente só começar uma mudança simples

É obvio. A única perspectiva que temos da vida é a nossa. Não há como perceber o mundo fora de si. O resto são lampejos de desconfianças que vamos recolhendo a partir de experiências, colecionando interpretações parciais do mundo e eliminando as figurinhas repetidas. Vamos juntando observações enviesadas num arranjo de ideias pessoais e montando crenças com nossos olhares superficiais de tudo que sentimos e pensamos que somos.

É por isso que é importante nos educarmos a olhar para tudo que nossos olhos percebem, mas também desconfiar do que admitimos ver. Trocar óculos fracos e incriminar a visão cansada. Perceber-se com um pouco mais de cuidado e coragem tem que nos colocar num caminho de responsabilidades e compromissos. Caso contrário, o trabalho todo foi em vão.

Dá para alfabetizar nossa vida para uma leitura mais clara da realidade, é possível sim deletar mentiras bem contadas, reorganizar tramas e narrativas de um modo que possamos abandonar a falsa impressão de si. Tudo isso tem uma consequência clara: aprendemos o que funciona para a gente (para nos ajudar a criar meios de alimentar isso) e nos faz descobrir o que nos causa o mal frequente (para nos indicar como criar planos concretos de afastamento disso). Esta é a balança emocional que mais se aproximou do equilíbrio para mim.

Só o fato de buscar e manter a clareza disso já nos empurra para um universo transparente de sanidade possível. Não dá para desejar o bem-estar mínimo sem se visitar eventualmente. Não dá para tirar férias de si. Não podemos esconder muito tempo aquilo que mais nos perturba. No entanto, olhar para si com a transparência aguçada é um desafio maior para quem está acostumado com a história recortada que aprendeu a contar sobre si mesmo.

Se somos os únicos que sabemos com mais precisão como estamos nos sentindo, deveríamos ter mais contato com essa verdade. No entanto, o impulso é outro, é fácil fugir dessa constatação mais graves e perder o interesse em se responsabilizar. Você precisa para com isso, mas fazer isso imediatamente. No próximo minuto. Não minta para você. Ou melhor, pode até mentir, mas saiba que está adiando a sua própria cura.

Repare bem como assumir compromissos com a responsabilidade difere de imputar culpas sem critérios. Apenas não desista de você. Carregamos culpas históricas e driblá-las é um trabalho tão pessoal que normalmente não assumimos essa demanda como real. Não são só as pessoas que veem parte de nós, não é dever delas nos entender, se esforçar para nos compreender ou ter que tomar atitudes a nosso favor. Ninguém te deve nada. Você se deve amor, respeito, confiança e ação.

Se a gente não tiver uma mente treinada com a verdade constatável, nós também podemos nos enganar a nosso próprio respeito e desviar das nossas próprias demandas. É fácil ver que algo não está funcionando, mas você não deveria estar preocupado em perder algo que já não ama, que não faz bem, que acabou. Se você tem algo que não consegue abdicar, não é você que tem esse algo, é esse algo que tem você. Ande no caminho da honestidade, da curiosidade e da humildade consigo meso. O que quer que seja, defenda-se de si mesmo. Faça uma prece em favor da sua mente e do seu coração. Mesmo que não tenha religião.

Comece não transferindo coisas simples. Não dependa de recursos que não possui. Dinheiro, tempo, pessoas não estão sempre disponíveis. Experimente algo novo. Se tem que fazer, arrume um jeito de fazer tudo que pode com o que tem nas mãos, mas se mova em direção de algo mesmo que não entenda as garantias daquilo. Acredite na suposta sorte como se tudo dependesse dela. E trabalhe como se ela não existisse. Assuma responsabilidades e compromissos. Seja digno da sua própria confiança.

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Como tenho aprendido a ser mais maduro e responsável

Se você tem uma rede de pessoas ao seu redor que apoia sempre tudo que pensa, diz e realiza, tome cuidado. Eles querem uma criança bobinha e inofensiva perto deles. Se você só anda perto de pessoas que apenas te afagam, saiba que eles agem como um pai que dá o celular para o filho não dar trabalho.

Aliás, tudo que só te mima, te estraga um pouco. Essa lógica vale desde aquele círculo de amigos mais próximos até para as suas sessões de terapia, se não te colocam em cheque e movimento, saiba que ninguém deles quer o seu bem.

Uma hora ou outra a gente tem que assumir responsabilidades e encarar que algumas das nossas escolhas trabalham contra nosso próprio bem-estar. Esse é um passo importante para amadurecer. Não deixem que te roubem essa oportunidade.

Há escolhas inevitáveis como comer, trabalhar ou ir ao banheiro. Com elas, não negociamos. Agora, quando nos colocam diante de escolhas com opções distintas em que todas parecem ter lados bons e ruins, nossa vida começa a ficar mais complicada.

Decisões complexas aparecem

A coisa boa é que se temos interesse em saber de fato quem somos (ou pelo menos estar disposto a ir atrás de rastros dessa resposta) temos uma boa chave de impacto imediato em tomar decisões melhores na vida. O que geralmente não contamos é com a dura realidade de que se realmente queremos realizar algo, temos que assumir a responsabilidade por ele.

Ouvi uma história que me foi creditada a Churchil. A história conta que um dia sua secretaria entrou no seu gabinete e informou ter um homem que queria falar com ele na sala de espera. Ele, esticou o pescoço, olhou pelo vidro, viu o homem e disse que não ia atender porque não foi com a cara dele.

A secretária retrucou: “Mas, senhor, que culpa o homem tem pela cara que tem?”. A história conta que ele teria dito a secretária: “Olha, filha, depois de uma certa idade, todo mundo tem culpa da cara que tem”.

Obviamente, ele estava falando de escolhas. A maioria das escolhas que fazemos agora não nos beneficiará imediatamente. É por isso que manipulamos nossas motivações para jogar contra as recompensas de respostas não imediatas.

O que aprendi nisso tudo de se tornar mais maduro é que precisamos pegar uma carga suficiente para nos tirar do conforto, assumir o peso delas e carregá-las por um tempo previsível. Essa postura acabou revelando a mim mesmo que poderia ser mais útil, mais ensinável e aberto a construir algo sempre melhor.

Aderir às certas responsabilidades pode devolver o sentido da vida e resgatar a capacidade de evoluir em algo. Com isso descobri uma série de ideias que muito me ajudaram a amadurecer emoções, processos, pensamentos, relacionamentos, projetos e até mesmo ter um ganho real na minha vida profissional e pessoal que nem mesmo imaginava.

Saiba que tudo está interligado o tempo inteiro

Não precisa de muito para perceber haver — mesmo que indiretamente — uma conexão entre as pessoas que convivemos, os fatos globais que presenciamos, os episódios recorrentes das nossas vidas e também as relações que vamos construindo em torno da gente próprio.

Infelizmente, para alguns, essa mentalidade vem tarde. Muita gente demora demais para entender que há uma relação direta entre as nossas atitudes, nossos contextos pessoais e a história de vida que pertencemos. Os acontecimentos acabam impactando diretamente na natureza de quem somos (ou estamos acostumados a ser e se perceber sendo).

Quando notei isso, passei a me importar mais com as coisas que gasto tempo, com as pessoas que me envolvo, com as situações que assumo e também com aquelas que não perco recurso. Tudo importa, o tempo inteiro.

Ao entender que toda ação é parte integrante de um todo, ganhamos a oportunidade de viver em harmonia com aquilo que finalmente podemos escolher. Não há nada mais gratificante que viver em harmonia consigo. Se estamos dispostos a nos associar com a sanidade, acabamos ganhando um passo em direção dela.

Desde que entendi essa questão toda, tirei o foco de como o mundo poderia me impactar negativamente ou de creditar ao universo a obrigação de conspirar a meu favor e me ajudar a ser alguém melhor do que costumava ser. Existem coisas que estão a um passo de assumirmos uma responsabilidade.

Foi criando esse senso de responsabilidade que era acostumado a fugir dos medos, das obrigações, dos compromissos, que me coloquei a pensar em mim como um agente importante no mundo e consegui ver mais possibilidade de sentir parte, de criar mudanças e de agir mais ativamente para meu próprio bem.

O importante da mudança é a consistência

Mudança e consistência caminham juntas. Ambas acontecem ao entender que a coerência vem da congruência entre a confiabilidade das nossas lógicas e a pura realidade incontestável diante dos nossos olhos. A consistência é tarefa difícil apenas para quem inventa, alimenta ou cria narrativas distorcidas da realidade.

Pense com sinceridade sobre como tudo na sua vida — para o bem ou para o mal — são resultados das responsabilidades que você assumiu e também daquelas que você se escondeu. Reflita como sua biblioteca de referências criam e direcionam seus desejos e como ela contribuiu para o surgimento de tudo que está conectado com seus comportamentos.

A presença ou ausência da sua consistência está ligada a história que você conta de si mesmo. Essa é força que precisamos aprender a administrar. Tudo está ligado e mesmo que você não se importe agora com algo pequeno que te incomode, em algum momento, isso será realmente algo importante na sua vida.

Decidir por algo difícil

Gosto de conversar com pessoas que tiveram que decidir por algo difícil na vida. A maioria delas me diz que a parte mais difícil é pesar os custos e os benefícios de assumir aquela escolha, mas que após passado aquele momento, acabaram descobrindo que todo o amadurecimento foi resultado de considerar os custos e benefícios também de não tomar determinada decisão.

Para mim, a maturidade está em pensar com honestidade em nossas insuficiências, mas buscar isso compreendendo e refutando a forma com que negociamos o que tem que ser feito. E tomar a mesma atitude com aquelas que não deveríamos realizar. A escolha de não escolher é também pesada.

Maus hábitos acabam sempre em sentimentos de ineficiência, em ressentimentos, aflições emocionais, imputação de auto-penas, momentos constantes de infelicidades, surgimento de mágoas e amarguras, dores existenciais agudas, culpas sem origens claras, ódio a si mesmo e conflitos não resolvidos.

Nada é mais perigoso do que a crença de que algo nesta vida não tem preço. Não importa qual decisão você tome, você ainda paga um preço, então, esteja ciente disso e escolha algum deles que você esteja disposto a enfrentar. Amadurecimento exige escolhas difíceis e quem te disse o contrário mentiu descaradamente.

Lembre-se que escolher responsabilidades é a única coisa que vai te salvar da insuficiência de uma vida sem sentido. Não estou falando para você substituir o sentido da vida por mais trabalho, mas transformar a sua existência em um motivo para crescer em algo.

Escolher fazer algo, assumir as responsabilidades e comprometer-se a levar aquilo como sua missão vital. Sempre dá tempo de começar, mas saiba: faça isso agora. Custe o que custar.

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O pior chefe e o pior empregado que existe

Precisamos aprender a pensar. Usar a cabeça faz a gente entender como agimos efetivamente no mundo. Ou seja, o corpo intelectual carrega o corpo emocional, que carrega o corpo central das nossas ações. Até aí, sem muita novidade.

Quando estamos cientes das responsabilidades que temos sobre o outro, sobre o mundo e sobre nós mesmos, temos maiores chances de entender o nível das batalhas que estamos metidos, assim, podemos nos defender e atacar com mais agilidade e precisão.

Quem não entende o que pensa, não entende o que é, o que faz e, porque os seus caminhos mentais os levam a atitudes desastrosas. Se interessar pelo que você pensa é uma questão para além de conseguir ter bons argumentos organizados numa prateleira que não nos faça parecer um completo idiota.

A questão é que se você não mergulhar no que acredita, como observa o mundo e como se orienta nas suas próprias referências, não conseguirá formular direcionamentos sensatos, criar argumentos plausíveis, seguir razões nobres e trilhar caminhos coerentes para uma vida um pouco mais equilibrada amanhã em comparação a de hoje.

Pois bem, posto isso, eu quero te criar duas imagens que vão te ajudar a pensar em determinadas coisas. Vamos lá.

O pior chefe que pode existir

Se você já está a algum tempo no mercado de trabalho, seja ele qual for, certamente já cruzou com pessoas completamente difíceis de lidar e que geralmente estão numa posição superior à sua.

Estou falando daquele chefe implacável que coloca as suas ordens em primeiro plano, mesmo que tenha que passar por cima de tudo, e que não tolera até mesmo os erros bobos e espreme moralmente pessoas que demonstram qualquer fraqueza.

Eles dizem que você deveria percorrer o caminho da excelência constante de maneira progressiva e evolutiva, desenham cenários de instabilidade apenas com a sua presença no recinto e estão sempre a espreita com seu ar de desconfiança contínua.

São pessoas que não deixam claro o que pensam e seus próximos passos, que vibram com o destaque que ganham sempre que se sentem ameaçadas e agridem pessoas com uma certa passividade incomodadora, mas sempre assertiva.

A gente conhece pessoas que sabem usar as palavras em favor do que desejam, que constrangem com seus olhares duros, que coagem outros com seu carisma político, gente que manipula a verdade concreta sob seu olhar tendencioso e impera sem restrições sob seus comandados.

Lembra dessa figura na sua vida? Tudo bem, a ilustração do mundo corporativa é proposital. No entanto, essa relação pode também existir em ambientes familiares, em relações de fraternidade, em amizades tóxicas e outras esferas relacionais. A questão é que tenho certeza que uma figura essencial da sua história veio a sua cabeça.

Certo. Agora vamos para outra figura.

O pior empregado que pode existir

Bem, vamos em outra direção. Você deve conhecer também aquela pessoa da sua empresa reconhecida por todos pelo seu talento de realmente fingir que trabalha. Não estou falando daquela que julgamos mal, mas daquelas que realmente sabemos que faz de tudo para não pegar no batente.

São procrastinadores, esquivadores, gente com o gingado que sai sempre pelos cantos quando algo grande precisa ser abraçado, que terceiriza tarefas e foge da adoção de responsabilidades.

É aquela pessoa que tenta se movimentar pelo escritório o tempo inteiro como se tivesse realmente ocupado, que vive de passeio rápido com sua caneca visitando colegas de outros setores para um bom e velho papo furado de corredor.

Todos conhecem alguém que não se importa com o que tem que ser feito, que não lê os e-mails com frequência com todas as desculpas justificáveis e vive pedindo desculpas porque está sempre “no meio de algo urgente”. Gente que mantém a mesa desordenada com calculadora, pilha de papéis espalhadas, canetas com tampas diferentes, tudo bagunçado para parecer ocupada.

Eu to falando daquela gente que diz sempre que está estressado, que vive ameaçando pedir demissão, mas nunca faz. Aliás, ela descobriu que simular stress é a melhor forma de evitar um novo trabalho. Se alguém vive suspirando, fazendo caretas, bufando sem explicação, virando os olhos a cada palavra de uma reunião, parecerá estressado, desconfortável e sobrecarregado, então ninguém contará com ela.

Se alguém parece um pouco caótico no dia-dia, isso cria a impressão de que está ativamente envolvido em realizar as coisas que já tem e que não pode acumular mais demandas no trabalho. Mesmo que não esteja realmente sobrecarregado.

Você já deve ter conhecido a pessoa (para não acusar você mesmo de ser ela) que deixa seu computador ligado com um programa aberto sempre que não está na mesa, que todos os e-mails dela são importantes ou que deixa na tela de algum projeto duradouro para todos verem que está na ativa. Mesmo que não esteja mesmo trabalhando.

Você trabalha ou já trabalhou com alguém que sustenta a expressão facial séria, intrigada e focada, que alterna o ritmo da digitação para parecer que você está produzindo intensamente, que vive perguntando sobre tudo para terem a impressão de que está pensando muito em uma ideia ou solução de algo e que posta fotos da estação de trabalho todo dia com frases de produtividade.

A parte que importa para essa história toda

Pois bem, lembrou de alguém que preenchem essas duas imagens? Certo, você já deve ter concluído que conviver com ambas é um grande problema para todos. Agora, vem às duas perguntas mais importantes desse texto:

  • Quantas vezes na vida, você foi exatamente esse chefe mala e linha dura com você mesmo em diversas áreas da sua vida?

  • Quantas vezes na vida, você foi também exatamente essa pessoa folgada, sem compromisso, simuladora com você mesmo em diversas áreas da sua vida?

Perceba como não estamos falando de trabalho. Estamos falando da sua vida de modo geral. Eu precisava apenas dessas duas ilustrações para te mostrar que precisamos aprender a não ser o chefe escrotão e nem o colega folgado conosco mesmo.

Não tem porque ser muito rude consigo, e, por outro lado, não devemos simplesmente nos dar o luxo de ser relaxado e relapso com as coisas que estão sobre nossas responsabilidades.

É possível assumir um lugar de responsabilidade sem ser um ditador conosco mesmo. O segredo, na minha opinião, é encontrar um lugar em que possamos aceitar as condições da nossa produtividade sem perder de vista o corpo mole que realmente fazemos para o que é importante para nós.

Durante alguns momentos é comum repetir eventos em sua vida em que você se sentiu fora de controle ou como se tudo estivesse dando errado, mas veja que essa reação vem de uma falta de auto-responsabilidade.

Então, caro leitor. Demita-se de si mesmo e recontrate-se com a vontade de realizar tudo sem negociatas, sem politicagem, sem acordos mentirosos consigo mesmo. Mande o ditador que existe dentro de você a merda, mas assuma as responsabilidades.

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Então, você quer um amor que vale a pena?

Você vê aquele casal de amigos ou conhecidos que estão super felizes juntos e precisa lidar com aquele sentimento dúbio de sentir uma espécie de inveja — mas que você chama de outro nome mais bonito porque sentir inveja pega meio mal — e sentir junto uma alegria por estar diante de uma evidência de amor tão raro nos dias de hoje.

Até que chega uma hora que você, então, nem esconde mais que sente a tal da dor de cotovelo por eles. Daquelas boas mesmo, sabe? Repara em como eles se dão bem, como os planos deles parecem dar sempre certo, pensa que este é um episódio peculiar e que a vida deles pode até ser um pouco mais feliz que a sua.

Você se pega admirando como os dois se admiram entre si, gosta de como se tratam e como um se referem ao outro sempre com carinho e respeito. Eles te fazem acender uma vela no altar da esperança, mas logo, você se convence que esse tipo de coisa não acontece todo dia.

Então, se convence com toda convicção que talvez esse seja um golpe de sorte da vida, daquelas coisas que acontecem rarissimamente. Um evento que a vida faz uma vez e depois demorar para acontecer novamente. Ela premia um em cada cem mil, ou um milhão, sei lá. O que você sabe é que eles foram sortudos, e você, parece que não sabe nem como esquecer e se livrar do velho enrosco que só te faz mal.

Então admite que parceiros bons são raridade e que pessoas como você jamais teria essa sorte toda, afinal, você nunca ganhou nem em rifa de batedeira que compra de vizinha, quem dirá um amor de verdade. E, quer saber, talvez você esteja certo. Talvez você seja uma farejadora de merda. Tá ofendido? Calma, que até o final do texto, talvez você me processe. (setor de vai dar merda em alerta)

O importante é que você até sabe que precisa mudar algumas coisas. A começar pelo que te atrai em alguém. Você tem preferências e gostos duvidosos, mas sabe disso. Dizem que gosto não se discute, mas ninguém acharia normal beber esgoto de canudinho. Entenda que você é viciado na imagem que você projeta das pessoas ideais, mesmo que não assuma.

Você pensa que alguém para você pode até não gostar de dançar, mas tem que curtir sertanejo. Pode até sair sozinho com amigos, desde que saiba sempre onde está e com quem. Não precisa ter um carro do ano, mas tem que dar um jeito de te pegar em casa. Tem que aturar seus atrasos e caprichos. Tem que saber das datas importantes, tem que valorizar suas qualidades. Uma barriguinha até se torna aceitável, desde que também poste foto na academia.

Você tem essa pessoana sua mente. Aquela figura que você pensa ser o mínimo para se sentir feliz. Tudo bem, não tem nada de mais em querer um Bigmac. Mas talvez, o molho extra por mais um real estrague o seu lanche. Talvez o combo te deixe passando mal.

Você acaba sempre acreditando que o melhor para você é aquele padrão de cara ou de menina que você criou na sua mente e que você fica tentando encaixar qualquer pretendente dentro desse escopo mental que você idolatra. Repare que você é viciado em gente que te mata aos poucos, e mesmo que goste de um sorriso bonito e óculos, um braço fechado na tattoo, um bigode de maloqueiro ou uma malandragem aparente, seu esteriótipo te afoga emocionalmente.

Vamos falando sobre os lugares que frequenta? Você sabe que não são os melhores para encontrar gente séria e que queiram te conhecer realmente. Tá! Pode ser que você ache o amor da sua vida numa micareta ou numa festa de open bar, mas ninguém está lá para namorar. Qual a chance? Acontece, mas não é esse o objetivo. Você sabe disso, mas sempre cai na pilha das suas amizades que além de te fazer ter péssimas escolhas, também não são exemplos de pessoas com relacionamentos saudáveis que você tanto queria.

Você pode argumentar que não frequenta lugares badalados e que desse mal não sofre, mas quando você vai à padaria, vai pela razão errada. Você não sabe contemplar um evento sem ficar caçando possíveis alvos para se machucar, por isso, você tem que reaprender a aproveitar os lugares com se fosse um dia normal. Você acha pretendente até mesmo na fila do mercado. É isso que te mata.

Prontos para a verdade? Você talvez não queira um amor, talvez você queira uma pessoa que te idolatre, que te coloque num pedestal e que faça de você uma prioridade absoluta sobre tudo. Talvez, o que você queira é ser amado sem amar tudo que consegue, é ser convidado sem convidar, é ser querido sem fazer o mínimo para ser simpático, é ser servido fazendo para os outros o suficiente.

Talvez você não seja tão simpática e acessível como pensa que é, talvez você finja ser tímida com novas pessoas porque, no fundo, você tem medo de dar certo com algumas pessoas que não preenchem o seu check-list do mundo ideal. Talvez você corte pessoas legais porque você é um escroto afixado em padrões.

Talvez você não queria um relacionamento igual dos seus amigos, talvez você não queria amar, nem queira um relacionamento sério. Talvez você queira apenas se sentir mais acolhida, mais ouvida, mais querida, mais considerada, mais elogiável, mais preterida. É por isso que se lança de aventura em aventura como se não soubesse o que quer, como se não tivesse respeito algum pelo que sente, pelo que pensa sobre a vida, pelos seus valores pessoais, pelo que você já sabe que acaba com você.

Talvez você queria apenas os benefícios de ser amado, sem ter o compromisso de amar. Pode ser que você não esteja disposto para encontrar alguém tão falho, tão insuficiente, tão medroso, tão carente, tão necessitado, tão emocionalmente impreciso, tão iludido quanto você. No entanto, também, não esteja disposto a se ver como alguém carinhoso, cortês, atencioso, doador, gentil, simpático, paciente com as pessoas e com tudo que você gostaria de viver.

E, é por isso que você corre tanto atrás de pessoas e coisas erradas e que você é emocionalmente dependente, que te iludem sobre a realidade e fazem de você o que bem entender. Talvez você seja a maior mentira que você aprendeu a contar para si. Você não quer um amor, você quer ser um objeto de adoração.

Ficou puta? A boa notícia é que acabei de denunciar você para si mesmo, então, você já sabe que não precisa de tudo que acredita que precisa para ser feliz ao lado de alguém. E sabe, no fundo, que só precisa estar disposto a amar mais a si mesmo e as pessoas que valem a pena.

Ame o que vale a pena e não tudo o que vier de bandeja. Não vá pelo caminho fácil. Mude seu padrão de lugares, de pessoas e de sinais de amor. Deixe de farejar merda e seja a amiga que todo mundo tem inveja boa.

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Como fui ajudado a lidar com as crises frequentes de cada dia

Se você não quer ler um texto longo como esse, saiba que eu também enrolei muito para começar a escrever ele. E é sobre este nosso problema que quero conversar sério. Bem, no final dele tem coisas que pode te ajudar, mas eu não conseguirei se você mesmo não quer. Não quero ser seu salvador, mas quero te contar umas paradas sobre a gente.

Você provavelmente se sente cansado agora. Mesmo que tenha dormido uma boa noite de sono, que esteja empregado, bem-vestido ou alimentado e que até mesmo não tenha passado por privações enormes diante do mundo inteiro que parece que está caindo aos pedaços.

Pode ser que mesmo assim, se sinta esgotado de tudo. Ainda que não saiba por onde começar a apontar. O pior disso tudo é que você sente culpa por se sentir assim. É como se os seus sentimentos mais ocultos não pudessem aparecer porque você não tem o direito de reclamar. E isso te oprime mais.

Durante um longo período do meu dia, considero que tudo está bem. Faço o que tenho que fazer, mas, ao mesmo tempo, passo metade do dia sem vontade de fazer boa parte das coisas, e a outra metade pensando que uma hora não conseguirei dar conta da intensa agenda de atividades. Essa é a crise de tempo.

Quando falo de muita coisa para fazer não me refiro apenas a atividades como ir ao mercado, responder e-mails de trabalho, cuidar das crianças ou até mesmo levar o cachorro para fazer xixi, mas daquele esgotamento mental que você não conhece direito a origem. Mesmo quando não está em horário produtivo, a gente sente que está com tudo atrasado.

Então, descobri (ainda que não seja um segredo) que a minha exaustão mental acontece quando meu cérebro recebe muito estímulo ou precisa manter um nível intenso de atividade sem descanso.

O pai tá on e roteando o tempo inteiro

Reparei que frequentemente trabalho por longas horas com poucas ou nenhuma pausa e existem momentos que fico bom tempo assistindo filmes inúteis. Ou seja, ou tudo, ou nada. E é esse o motivo do meu esgotamento.

É como se fosse viajar e tivesse momentos que eu gostaria de diminuir e aproveitar a paisagem e em seguida tivesse que correr porque preciso chegar logo no destino.

Quando gastamos muito tempo lidando com responsabilidades além daquelas que são realmente nossas, unidas a uma condição ainda esmagadora de viver com sintomas de saúde mental, acabamos dedicando muita energia mental para pensar em problemas, preocupações ou outras fontes de estresse.

Somos frequentemente afetados na capacidade de pensar, resolver problemas ou processar e regular emoções. E por vezes, vai nos levar a mais problemas na vida e nos relacionamentos. Tudo está interligado.

Estar bem mentalmente é um fetiche

Geralmente, estamos referindo a ter uma boa condição para desenvolver habilidades cognitivas, como pensamento, memória, tomada de decisão e resolução de problemas e conseguir identificar, processar e expressar-se bem.

Isso não quer dizer não experimentar sentimentos difíceis, dolorosos ou indesejados como pesar, tristeza, raiva, solidão, ansiedade, desapego, desmotivação, sentir-se apático a tudo e preso a sua condição limitada.

Talvez, assim como eu você pode estar enfrentando um constante humor volátil, expectativas baixas ou permanecer boa parte dos momentos sem esperança.

É comum, relatos de pessoas que se sentem obrigadas a conviver com os sentimentos persistentes de ansiedade, com muita dificuldade para se importar com algo, por isso, mantém um certo cinismo ou pessimismo com tudo que o cerca.

Também não é difícil ouvir pessoas confessando que percebem uma alta taxa de irritabilidade ou raiva nascendo, mantendo uma dificuldade para processar e controlar emoções mais pontuais ou sentir pavor por algo que não conhece.

Muitos de nós até percebe uma queda na motivação e na produtividade como um todo em decorrência de um sentimento de letargia, de poucas respostas imediatas a movimentos agressivos e dificuldade em concentrar, pode apresentar dificuldades em lembrar de informações, agrupar ideias e até finalizar projetos importantes, inclusive os que podem mudar isso tudo.

Sem falar nas dores de cabeça e no corpo, problemas de estômago, de sono como fadiga crônica, sonolência, ou insônia mesmo. Gente que lida com alterações no apetite e no peso, carregam cartelas de remédios como um talismã de saúde. Todo mundo já teve uma sensação geral de mal-estar.

Você só precisa parar de ser viciado em você

A realidade é que não podemos mais viver uma vida em que ficamos constantemente adiando tarefas, aceitando um declínio não-natural no desempenho, que muitas vezes é descontado no álcool ou até mesmos em substâncias para ajudar a controlar isso tudo.

Não dá para viver uma vida evitando pessoas com quem você normalmente gostaria de passar o tempo, se irritando com tudo ou se distraindo com coisas que não te mostram um caminho de recuperação.

Não é possível apenas continuar tendo dificuldade em prestar atenção durante as interações, ou se condenar a uma vida gerenciando problemas e responsabilidades para manter compromissos pessoais ou de trabalho, ou até mesmo descontar frustrações em trabalho, estudo ou qualquer atividade como essa.

Não estou falando que a gente tem que resolver tudo de uma vez só, e nem que existe uma cura única para todas essas questões, mas podemos olhar para alguns gatilhos e causas dessa exaustão.

Me denunciei para mim mesmo

E mesmo que varie de pessoa para pessoa, alguns podem ser mais comuns como ter um trabalho exigente ou de alta pressão que te coloque numa longa exposição resultados sem tirar tempo para descansar, enfrentar estresse financeiro, pode ser uma insatisfação na cultura de trabalho, no ambiente, nas relações, na natureza das atividades.

Você pode estar assim porque precisa cuidar de um familiar que está doente ou tem necessidades especiais, conviver com uma doença cronica ou ter uma condição desfavorável de saúde mental, pode ter resquícios de uma perda de familiar, ter tido a rotina mudado pela entrada de um filho ou pode até mesmo ser apenas uma falta de equilíbrio entre vida profissional e pessoal sem apoio emocional.

Eu não vim salvar sua vida e nem te prometer que ficará tudo bem. O que eu queria é te convocar a sair mesmo desse local nebuloso em que desconfiamos que somos reféns, não para ser um grande case de nada, mas, porque sei o que você está sentindo.

Fazer algumas mudanças no estilo de vida pode ajudá-lo a lidar com isso na origem, enquanto as estratégias de enfrentamento podem ajudá-lo a tomar medidas para se sentir mais descansado e renovado ao enfrentar desafios que causam estresse significativo na vida.

Pare de ler texto como esse e não mudar nada

Encontre um caminho possível, invista em uma terapia profissional ou saiba que você está fodido se não fizer nada.

Limpe sua agenda de tarefas não essenciais. Tirar férias prolongadas. Reserve uma hora para si mesmo diariamente. Saia do escritório durante o almoço. Tire uma hora inteira para uma refeição. Caminhe ou faça outra atividade não relacionada ao trabalho. Reserve uma ou duas noites por semana para jantar. Abandone o Netflix e vá ver um filme no cinema com os amigos.

Faça ioga ou só sente no chão da sala sem fazer nada. Jogue video-game ou marque uma massagem no mês. Descubra mais sobre aromaterapia ou leia um livro bobo. Pratique relaxamento muscular progressivo ou corra até seu coração quase sair pela boca.

Tome um banho quente antes de dormir. Brinque de abandonar o telefone ou computador quando chegar em casa. Diminua ou desligue a iluminação desnecessária.

Pense no que come com cuidado. Faça a dieta, mas não leve ela tão a sério. Beba álcool, mas beba o dobro de água. Mesmo que você não esteja com vontade de malhar, faça outra coisa nem que seja uma caminhada pela vizinhança.

Acostume-se a procurar luz natural diariamente, especialmente pela manhã. Crie um suporte social para além das afinidades. Compartilhe sua experiência com os entes queridos. Fique eventualmente em posição de oferecer assistência para alguém com algo importante para ela.

Estabeleça limites mais firmes em torno do horário de trabalho. Pergunte para as pessoas que trabalha e vê mais sobre possíveis de mudanças no local de trabalho. Reserve algumas horas por semana para procurar um novo emprego, mesmo que já ame o seu. Reserve minutos por dia para fazer contatos e explorar oportunidades novas. A cada dois sim, diga um não.

Como eu disse antes, não quero me colocar como um salvador da pátria, apenas quero te provocar (como eu sempre faço por aqui) a fazer algo para reagir a isso tudo. Não sei direito da sua vida, não faço ideia como te ajudar verdadeiramente, mas pelo amor de Deus, encontre algum caminho e trilhe nele. Agora. Leia mais uma vez isso aqui, mas anotando ideias para sua vida, e quando acabar de ler novamente essas palavras, faça algo. Agora.

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O que você gostaria de ter aprendido sobre si próprio antes dos traumas

Penso que uma das maiores habilidades que ganhei com a idade — mesmo tenho apenas 32 anos — foi conseguir tatear um pouco e perceber coisas que antes ficavam no meu ponto cego da arrogância precipitada da juventude que acredita que sabe das coisas do mundo só porque conquistou algumas coisas, leu alguns livros e viveu determinadas experiências ruins.

Seria estranho se fosse diferente. Quando aprendi que precisava entender melhor as próprias emoções com a cabeça fixada em encontrar verdadeiramente o impacto que elas tem na minha mente, minha vida mudou. 

Normalmente, ou nos colocamos num caminho de esperneio e protesto diante do que sentimos ou fazemos o caminho oposto de encarar os problemas da vida como se fossemos uma grande vítima sem conseguir fugir de um carma. Nada mais infantil emocionalmente que isso.

Acredito que ao ganhar essa dimensão de autoavaliação precisa, não só ganhamos ferramentas para nos ajudar a crescer e avançar, como também podemos botar o foco de luz exato sobre situações que fortalecem nossos pontos fortes diante do mundo — mesmo que não o observemos no momento — como também nos colocamos cara a cara com as limitações.

Só que para conseguir trilhar esse caminho, precisamos recorrer a um recurso quase escasso nos dias de hoje: autoconfiança. É claro que todo mundo vê essa palavra apenas como uma capacidade de ser corajoso e enfrentar coisas, mas a verdade, é que isso tem mais a ver com reconhecer seus próprios valores sem construir muros e se esconder nas máscaras e assumir as nossas possibilidades e habilidades. Isso vale ouro para o amadurecimento.

Normalmente quando falamos de autocontrole emocional, as pessoas desistem de pensar uma realidade em que estão fora desse enlace. A maioria não se vê em um universo em que consegue domar, mesmo que em partes, os seus impulsos mais destrutivos. 

Controlar seus próprios impulsos, mesmo os emocionais, tem a ver com encarar tudo com transparência, isso é aprender a dizer a verdade custe o que custar para si, para o outro e para o mundo. Cartas na mesa. É ter o hábito de se mostrar verdadeiramente, o que acaba criando um ambiente de características confiáveis.

Ao mesmo tempo, isso exige da gente uma certa adaptabilidade. Temos que conseguir mudar nossas ações rapidamente sem ficar sentindo prejuízos com as alterações que sabemos que conduzem bem para nós. Mudar não só para melhorar o ambiente ao redor, mas para recriar um ambiente confortável para a mente.

A maior das nossas frustrações estão justamente por não se sentir competente para fazer o melhor que podemos fazer em qualquer situação que estamos. E isso vem muito da nossa sensação de incapacidade para a realização. Nossos medos sempre estacam as nossas iniciativas, nos impedindo de estar prontos para agir se uma situação exigir isso. Tudo isso está na mente. Ou melhor, naquilo que acostumamos a mente a se acostumar.

Não estou falando de otimismo barato. Estou falando em criar uma consciência pessoal que consiga elaborar mapas de ação que sejam possíveis e que nos colocam a agir conforme precisamos. Muito do otimismo que estamos acostumados a lidar não advém da construção de uma narrativa positiva sobre tudo, mas sobre entender que manter-se no jogo é sempre uma possibilidade viável. Não é fugir para fora da possibilidade do soco, é recebê-lo e absorver o impacto.

Por outro lado, estar na mira da sua própria reflexão não anula o poder que os outros têm sobre a gente e o quanto exercermos força sobre eles. Sentir e compreender as emoções dos outros, considerando as suas perspectivas nos ajuda também a ver o mundo para além do que conhecemos.

É preciso olhar para si, enxergando além do que precisamos, mas ampliar a nossa consciência para o ambiente, sem se sentir vítima dele, sem lhe dar um amplo espaço para atuar sobre a gente. É manter-se atualizado sem a ânsia de absorver tudo que existe, mas sobre estar ciente do que é suficiente para nos alimentar. 

Quando estamos com os olhos voltados para o outro também ganhamos uma dimensão de se relacionar com tudo de uma maneira mais concreta. Não dá para esconder-se o tempo inteiro dos males que a vida pode apresentar, nem acreditar na ideia tola de que uma vida blindada de tristezas e decepções é o rumo certo para a felicidade. Acredito que perdemos muito com isso.

Ser e se cercar de pessoas, pode nos apresentar um mundo de novas possibilidades que nos arrasta para o encontro de pequenas inspirações, pode nos colocar diante de exemplos interessantes e nos dar algo novo pelo que lutar.

Suponho que você esteja entendendo o que quero trazer aqui. Não adianta almejar influencia sobre as ideias, sobre as pessoas, sobre a vida sem ao menos usar essa capacidade para construir desenvolvimento contínuo. Nos tornamos influentes quando estamos trabalhando sempre com a verdade sobre o que o outro também consegue ver.

Não adianta criar histórias sem pontes na realidade perceptível. Não tem sentido centrar-se naquilo que você pensa, sente, realiza ou vive. Você não é ponto de partida para nada quando falamos do macro. A vida não é sobre a gente, e quanto mais cedo descobrimos isso, mais rápido crescemos.

Esse material só está te prendendo aqui até agora devido a uma coisa: A verdade une pessoas. Quando estamos comprometidos em desenvolver juntos, a orientar-se uns aos outros e a crescer em suas nossas inabilidades, incapacidades e olhar para as limitações claras, ganhamos força para montar um catalisador de mudanças importante. 

Não basta ter uma iniciativa para seguir em uma nova direção, é preciso aprender a gerir nossos conflitos e construir vínculos com a realidade, com o outro, com as nossas relações mais profundas e buscar manter relacionamento com aquilo que já fomos, com o que estamos sendo e com aquilo que queremos nos tornar. 

Não tem jeito. Por mais que eu também, assim como você, sempre acreditei ser hora de focar somente em mim, ou seja, valorizar o que penso e o que acredito ser bom, mas acabei descobrindo que reconhecer-se, amar-se e crescer é também um trabalho em equipe entre a verdade que admito e a coragem em ser cooperativo para mudar o que descubro de ruim em mim. 

Amadurecer é um trabalho constante de construir uma atmosfera que permita ser a si mesmo, enquanto ainda vamos nos revelando a nós. É obra sem prazo, mas não por ser inacabada, mas por perceber serem inúmeras as opções de ser sempre alguém, nem melhor e nem pior, mas diferente de ontem.

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Temos medos e escondê-los vai nos matar

Acredito que quase todo mundo já se deu conta de que existem alguns medos bobos que acabam tirando um pouco a gente do lugar da sanidade. Falo “medos bobos” porque a gente sempre tende a pensar que aquilo que temos medo nunca é nada de mais. E, se for pensar, isso já é uma maneira de medo: o medo se sentir medo.

Não sei bem se toda essa situação têm solução, mas tenho a impressão que tentar se livrar o tempo inteiro do medo vai deixando a gente no estado oposto de alerta e a cabeça pifa de tanto querer manutenção. Apesar disso, alguns dos medos mais comuns a gente pode aprender a lidar de maneira saudável quando temos os seus gatilhos identificados e a coragem de mudar as coisas na gente.

O meu jeito de olhar melhor para o que estou sentindo é escrevendo. A minha escrita sempre foi uma terapia coletiva. Na verdade, descobri que, às vezes, ela até acaba fazendo mais bem para as pessoas do que para mim próprio. Ah não! Tô sendo injusto. Falar com coragem sobre algumas coisas sempre me fez descobrir mais de mim, mesmo que eu tenha que portar uma voz de denúncia igualmente importante para os outros.

Em mais um movimento desses de abrir a caixa de pandora para expulsar demônios, resolvi compartilhar sobre alguns dos meus maiores medos na vida sem querer criar um cenário enfeitado que ignora como atuam nossos limites nessa auto-análise. A ideia nessa edição da newsletter é conversar sobre pequenas ideias que acabam passando pela nossa vida e que a gente não acostuma pensar.

O medo de ser um impostor

Penso que é o primeiro que precisamos citar. Todo mundo já teve aquele receio de que, na verdade, as nossas habilidades são apenas temporárias, ocasionais ou não-naturais. Como se a sorte tivesse atuado algumas vezes a nosso favor, mas se precisássemos mesmo acionar certos talentos, não teríamos o mesmo resultado ou a segurança de antes.

É como se tudo desse certo de maneira inexplicável caracterizando uma fraude pronta a ser descoberta a qualquer momento. É comum ter medo de não encontrar as habilidades necessárias para ter sucesso quando não notamos o caminho que percorremos.

Imagine uma viagem para praia. Seu amigo resolve dirigir e colocar um GPS para você cuidar. As funções estão bem distribuídas, mas você foi apenas confiando no equipamento e conversou durante a viagem inteira no banco do passageiro. Se por acaso, na volta, ficam se bateria no GPS, aquilo te traz uma segurança enorme. E o motivo é obvio: você conseguiu chegar na praia, mas não sabe como parou lá e nem como voltar.

Você fica parado na estrada porque não sabe por aonde ir? Não, terá que elaborar um plano. É exatamente isso que nos assusta. Não saber o caminho. É por isso que grande parte do que fazemos se apoia justamente no processo de desenvolvimento dessas habilidades por meio da tentativa e erro, planos de contingência e até mesmo o desenvolvimento de um método.

O medo da insegurança

Desde que comecei a perceber que a origem dessa insegurança estava no fato de que eu era mal-planejador (para não dizer procrastinador), liguei um alerta. Por muitas vezes, notei que ao precisar fazer uma tarefa — especialmente as criativas — eu confiava demais no meu GPS no impulso de me sentir desafiado, e por isso, deixava tudo para a última hora. Apostava tudo no “brilhante impulso criativo da urgência”.

Algumas vezes, precisava correr para conseguir entregar a tempo aquela atividade, e isso me fazia sentir mais genial, mais preparado para improvisos, mais solucionador, e quando a coisa apertava mesmo, acabava atribuindo meu sucesso à sorte e não à minha própria habilidade.

O medo de flagrar-se sendo um impostor pode estar no fato de que a maioria das suas escolhas funciona numa randomização da tentativa e erro. A maneira melhor de lidar com isso é encontrar um fator treinador que te exponha a métodos, que te faça aperfeiçoar responsabilidades, melhorar atribuições e organizações para assim, se tornar realmente bom em algo para ajudá-lo a navegar na jornada da segurança mais firme.

O medo de ser um fracasso

Percebi que algumas vezes, acabava desistindo de determinadas coisas porque colocava um caminhão de desculpas esfarrapadas que me jogavam para fora das possibilidades de um objetivo. E mais, percebi que isso era um lugar vicioso e confortável.

Com o tempo notava sempre que fracassar para mim, era algo alocado na minha mente como um barulho enorme, e não como uma derrota factual. Diante de tudo que me exigia um desafio, comecei a olhar para as consequências reais de um fiasco verdadeiro, e pude perceber com clareza que a maioria deles apenas ganhou voz porque tinha a ver com a satisfação que eu teria que dar para as pessoas, e não com o sentimento concreto que eu ia sentir.

Nesse contexto, o inatingível era, na verdade, as expectativas que todos iam ter sobre mim e não necessariamente os danos de um possível fracasso. A distância entre o sucesso de algo e o fracasso dele era exatamente essa imagem de desastre social criada na minha cabeça.

Criei um alerta e percebi que fracassar, para mim, na maioria das vezes, significava reprovação social. Notei a força que essa droga de “satisfação ao mundo” tinha sobre mim, sobre minhas escolhas, sobre meu caminho e sobre tudo que eu ia fazer ou deixar de fazer. Foi aí que ganhei uma dimensão diferente para mudar isso.

Precisei decidir terminar com isso. Escolhi agir de qualquer maneira, em qualquer ocasião, por quanto tempo precisar. E quando enfrento um revés, me preocupo mais em adotar novas estratégias e novas soluções para continuar procurando o caminho certo do que me preocupar com explicação, causa ou razão. Aprendi a não perguntar “por quê?” mas a olhar para o “para quê?”

O medo de tomar a decisão errada

Eu me peguei demais adiando decisões difíceis simplesmente por tentar encontrar respostas que me causassem menos danos ou que me comprometesse menos em uma situação complicada. O medo de tomar a decisão errada leva a gente a desconfiar da nossa capacidade de escolha.

Mais uma vez, vi que a verdade — por mais dura, cruel e imutável que seja — é ainda a melhor maneira de lidar com as coisas nada fáceis. Andar na esteira do compromisso com a verdade, deixa a gente não só mais pé no chão, como faz com que possamos jogar todas as cartas na mesa com transparência.

Nem tudo num jogo é sobre blefar, criar truques e escolher as melhores cartas. Às vezes, o melhor jeito de diminuir prejuízo é sair de uma mesa de apostas dizendo a verdade e assumindo que não pode apostar mais alto do que tem em caixa. É essa a inteligência de quem não faz da mentira uma máscara.

O poder da transparência e da verdade não é só nos colocar na página certa quanto a nossa realidade, e nos fazer ser mais firmes com os pés no chão, mas é também gerar mais confiança em como as pessoas nos percebem.

Decisões difíceis faz parte da vida de todos. Fugir ou ficar hesitante é o que nos paralisa. Não decidir é provavelmente mais prejudicial do que qualquer escolha que você possa fazer.

Faça a ligação entre pesquisa e seu instinto. O importante é saber assumir danos. Antes mesmo de querer só escolhas corretas.

O medo de que o que os trouxe aqui não os mantenha aqui

À medida que minha vida começou a acontecer, eu pude perceber que as minhas habilidades e conhecimentos foram tendo que se adaptar e me levaram a ter que adquirir outras possibilidades.

Este um dos grandes medos das pessoas, constatar de que por mais que você esteja em um ponto tão alto da vida, nunca mais você conseguirá partir do mesmo ponto. É o medo de crescer, de mudar, de evoluir, de assumir lugares diferentes e ter que abandonar velhas coisas, hábitos, pessoas, modos de observar o mundo.

Esse medo gera inicialmente um certo congelamento. Tentamos sempre nos manter escondidos porque associamos isso a proteção. É um resposta automática ao medo.

Outra reação comum é fugir em direção oposta ao desafio de ter que ir em frente, e fazemos isso como um instinto de evitar exposições sem necessidade ao perigo. Não se trata de covardia, mas de um receio de que as coisas saiam do controle rapidamente.

E por último, há na gente um medo saudável que acaba nos obrigando a enfrentar essa ampliação da coragem como uma espécie de expansão da mente em direção de outras oportunidades ou até mesmo por não conseguir mais fugir da ameaça. É o momento do tudo ou nada.

É assim que nossos medos acabam tendo um papel importante para crescer e evoluir. É por isso que fingir que os medos não existem numa cultura que parece criar uma autoimagem imbatível vai, na verdade, criar um falta de oportunidade para desenvolver mais habilidades e ir buscar mais conhecimento.

Então, de certa forma, assumir esses medos, sem fazer deles uma maneira de vitimar-se ou de fazer marketing pode ser válido, necessário e até mesmo fundamental para pequenos avanços emocionais.

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E se só vivêssemos sem tentar ser mais feliz?

Eu apenas queria ajudar você com umas coisas que tenho pensado e possa te fazer observar as coisas da sua vida de outra forma.

Colocamos muita pressão em nós mesmos para fazer mais em busca da felicidade, ser mais isso ou aquilo, ou ir mais fundo em determinada situação, mas, se gastássemos tempo percebendo a felicidade superficial como algo também importante?

Eu não sei vocês, mas meu círculo social está mudando. Mais uma vez. Penso que de tempos em tempos a gente meio que entende ser normal algumas pessoas mudarem e as tarefas irem se modificando. Para falar a verdade, aprendi que isso é até saudável. O que podemos ser fora do que conhecemos?

O mais maluco é quando essas mudanças aconteciam numa época mais jovem, eu até tentava realinhar expectativas novamente ou até mesmo tentava criar ambientes para simular situações em que aquela velha fase voltasse a ser divertida. Porém, hoje, depois de passar por isso na vida algumas vezes, acabo dando permissão para dizer e ouvir “adeus” e reconhecer que essas pessoas e momentos fizeram parte de algo importante da vida por um determinado período.

Nem toda felicidade é acompanhada. Se alguém não está tão perto como costumava estar, sempre fica tudo bem. À medida que vamos vivendo, acostumamos a levar conosco tudo o que aprendemos com as conexões e à medida que vamos fazendo novas ao longo da jornada, vemos a vida andando em passos largos rumo a pequenas realizações.

Outro ponto importante para lidar melhor com a felicidade superficial foi notar que estou finalmente começando a reconhecer a minha necessidade de descanso. Não só aquela dormidinha sem compromisso assistindo uma série, mas também me dar ao luxo de não atender ligações, ignorar redes sociais ou até mesmo dizer para um cliente que não quero fazer aquele projeto porque não me sinto conectado com a ideia dele.

Mesmo em pequenos passos, algo em mim sabe que eu não preciso mais correr atrás de coisas que antes usava para me validar. Aprendi a ser mais feliz lidando com as coisas que realmente preciso lidar, tratando a realidade do que sinto, penso e sou com seriedade. Sempre pensando que lá na frente agradecerei por ser coerente comigo mesmo.

Isso me trouxe para mais perto da felicidade simples porque fiquei sem medo de aprender mais sobre meus pensamentos sombrios e dizer-lhes quem manda na minha mente. Tive que assumir que alguns dos meus defeitos machucam pessoas e recalcular rotas saudáveis, perceber meus impulsos de preconceitos e educá-los, me ver, por vezes, preguiçoso, maldoso, impaciente e sem culpar a nada e ninguém, encarar isso. Respeitar quando simplesmente quero embora de algum evento que não faço questão de estar sem medo do que vão pensar ou até mesmo admitir que não vou nem sair de casa porque não quero. Simples assim.

Aprendi a desvincular o meu trabalho de quem eu mesmo penso que sou, de como eu penso que as pessoas precisam me perceber e até mesmo a distanciar meu desejo de escrever por passatempo daquela obrigação em escrever para atender a demanda de trabalho. Aprendi que precificar passatempo, o mata.

Tenho descoberto mais felicidade também no processo de aprender. Entendi que não sei muita coisa da vida. Desenvolvi a capacidade de estudar de verdade aquilo que tenho interesse e surfar na onda de entusiasmo com curiosidades pequenas que antes dizia que não tinha tempo.

Aprendi a assistir programas idiotas sem ter que ficar julgando que não estava fazendo algo realmente produtivo com meu tempo. Aprendi a fazer piadas banais, a ter conversas tolas e a dizer abobrinhas sem parecer inteligente numa mesa de bar. Descobri que descanso não é evitar a fadiga, mas é aprender a recuperar energias gastas num longo e bom trabalho.

Percebi felicidade em águas rasas. Não preciso mais sentir aquela adrenalina de estar afundado até o pescoço para aprender a nadar. Já aceitei que sou um nadador na média. O suficiente para sobreviver. Não preciso ir mais fundo para testar.

Tenho sabido, enfim, colocar em palavras os sentimentos para não criar mais confusões na comunicação com pessoas, para dar nomes certos as coisas, para não criar truques retóricos de autoenganação. Por fim, alcancei o estado de desejar ver tudo de maneira real e lutar por uma vida mais intencional.

Eu não tenho mais medo de julgar duramente todo mundo com meus olhos, de me pegar em rodas de fofoca, de menosprezar ideias que considero frágeis, mas também sei reconhecer que preciso lidar com isso com maturidade quando os olhares dos demais se voltarem para mim.

Agora sei reconhecer que algumas pessoas estão simplesmente em um lugar diferente do que estou e elas podem ficar onde elas gostam de repousar, mas que isso não me impede de ir até elas e buscar algo a mais para mim.

Finalmente, estou encontrando felicidade em uma espécie de paz por saber que as coisas boas demandam tempo investido. Tenho sido mais feliz em esperar. Comecei a prestar mais atenção no que as pessoas dizem, atento aos mínimos detalhes das entrelinhas, sem criar paranoias a respeito de impressões, mas focado no que elas falam e não no que suponho que elas quiseram dizer.

Em certos momentos, alimento um respeito enorme por quem resolveu andar comigo até aqui. Estou feliz porque algumas coisas simplesmente não me incomodam como costumavam antes. Mesmo que nem tudo esteja resolvido.

Para quem está chegando agora nesse lugar de felicidade simples, a vida exigirá muito de você por tomar essa escolha. Mesmo quando você tem mil coisas para fazer, não há problema em desejar um ritmo mais lento para não sacrificar a felicidade no altar das boas impressões.

Não há problema se seus níveis de energia não estiverem a todo vapor. Desde que não deixe a peteca cair. Desde que garanta que deu tudo. Você pode mudar o caminho. Não importa que ele ainda seja desconhecido, deixe os ritmos naturais das coisas acontecerem e pegue carona.

Para ser um pouco mais feliz, ou tentar, admito que não dou conta da frequência acelerada, da consistência volumosa, da velocidade desumana e do senso de urgência apitando em que tudo circula neste mundo. Comecei a reduzir para conseguir respeitar como quero experimentar a felicidade e o que ela tem a ver com quem quero ser.

Espero que você acorde um dia assim também e veja que depois de todo essa infelicidade sufocante que não levou para o tão sonhado conforto ou a tão almejada felicidade plena, constate que o algo novo realmente chegou. Tardou, mas chegou.

Espero que seu coração esteja aberto ao inesperado e à possibilidade do que a felicidade comum pode ser, mesmo que você esteja enfrentando uma quantidade infinita de incertezas, ainda dá para aproveitar da felicidade trivial, vulgar e natural.

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Você está se atrapalhando sendo assim

Todos experimentamos traumas enquanto fomos apresentados a vida. Os efeitos deles podem ter um longo alcance na nossa própria noção de si, na nossa capacidade de acreditar, confiar e apostar no custo emocional e físico das coisas.

É por isso que estamos sempre nos blindando do impacto que os sofrimentos, angústias e ansiedades causam em nossa mente, corpo e emoções.

Sem termos ferramentas para escolher diferente, somos ensinados a nos relacionar com a dor de nos sentirmos invalidados como algo normal. A partir daí, começamos a ver os impulsos naturalmente tóxicos das ocasiões e relações como algo familiar e vamos desenvolvendo uma convivência com o cruel que pode até parecer confortável.

Essa reação faz com que cresçamos acreditando na hipocrisia como verdade, no disfarce como solução dos constrangimentos e vamos nos sentindo invisíveis, anulados e impotentes tentando agradando aos outros transformando essa atitude como algo mais importante para sobreviver. Preferimos não estabelecer limites para essa busca para nos sentir aceitos.

Nesse cenário, aprendemos a dar respostas automáticas para situações corriqueiras, mas sem se dar conta de que estamos causando mais mal ainda a nós mesmos.

Você precisa parar de pensar demais

É comum viver num ciclo de paralisia apenas por se questionar sobre tudo. O medo de errar, de passar vergonha ou de ter uma experiência desagradável que não possa dar conta, causa um impulso de pensar demais sobre tudo antes de agir.

Nesse caso, é comum criarmos um universo inteiro na nossa mente mesmo que ele não tenha nenhuma raiz na realidade, mesmo que não haja evidências de que aquilo já aconteceu antes, tudo isso acontece devido a certas experiências desastrosas que possamos ter passado, mas também porque pensamos demais.

Esse mecanismo nos faz ficar presos em uma situação traumática que se desenrolou, então, vamos tirando conclusões precipitadas sobre algo, projetando futuros que não existem, nos culpando no processo enquanto ficamos presos e imóveis sem perspectiva de mudanças reais.

Pensar demais é uma maneira de tentar encontrar algo errado ou “validar” o que fomos condicionados a acreditar sobre nossos medos. É assim que a vergonha e o medo surge como resposta aos traumas.

Quanto mais pensamos, mais vergonha e medo sentimos. Podemos tentar esquivar ou compensar esses sentimentos sendo perfeccionistas ou viciado em produtividade (acredtando que isso é até qualidade) mas acabamos sendo incapazes de realizar escolhas saudáveis ​​por nós mesmos. O outro se torna gigante nessa tomada de decisão e tudo gira em torno do que está fora da gente.

Na maioria das vezes pensar muito se transforma em uma forma de “ tentar descobrir” o que é desejado ou esperado de nós pelos outros. Pensar demais anda de mãos dadas com a auto-sabotagem e comportamentos autodestrutivos. Podemos nos encontrar ruminando em tentar ser o que pensamos que os outros querem que sejamos, o que pode levar a uma estagnação intensa.

Quem pensa demais geralmente não sabe lidar com a inconsistência ou a imprevisibilidade, com a escassez, com situações de agressividade ou negligência e ficam presos pensando como evitar isso e procurando ângulos perfeitos para se comunicar, para expressar o que pensa como uma forma de autopreservação.

É isso que precisa acabar. Entender que podemos errar e nos frustrar. Pensar demais é diferente de planejar, mas é não esconder que as coisas podem dar errado e mesmo assim, conseguirmos recomeçar. Pensar demais não é cautela, é defeito.

Você precisa parar de compartilhar tudo

O compartilhamento excessivo também é uma resposta ao trauma baseado na auto sinalização de virtude como resposta a necessidade de auto-validação.

Embora as pessoas que vivem a super exposição se defendam dizendo serem reféns das suas condições, da nova maneira de se comunicar e ser, no fundo, não medem as consequências de viver na vitrine do mundo digital.

No seu interior sabem que essa situação pode expressar um medo de rejeição, e por isso, tem a necessidade de evidenciar os méritos e qualidades construindo de si um herói para um público tão sedento de figuras simbólicas de sucesso, mesmo que raramente consiga entrega o que promete sem negligenciar a si próprio.

Ainda que viver querendo ser importante seja um objetivo, elas não assumem a falsificação da intimidade ao criar um universo mentiroso para disfarçar a dependência emocional por atenção e relevância que tem em si.

Quando o medo da insignificância é a razão para o compartilhamento excessivo, podemos impulsivamente tentar compartilhar coisas de maneira compulsiva, o que pode nos levar a parecer platicamente ser socialmente adequados.

Há também um truque muito sútil para esconder determinadas intenções narcísicas na nossa mente como esconderijo para a proteção da nossa vontade de aparecer. Podemos não perceber os traquejos sociais perigosos que criamos para servir como artimanha de entramos na ilusão de estimação sem qualquer clareza sobre o motivo fundamental daquela busca por reconhecimento.

É isso que realmente que nos leva a exposição contínua. Queremos esconder de todos os nossos problemas mais agudos e criar uma vulnerabilidade seletiva que dê retorno em marketing pessoal. Toda exibição é feita de uma humanidade parcial transformando até os dramas e dificuldades em um grande show.

Por medo de ser rejeitados pelos outros, caso eles nos vejam por inteiro, criamos uma espécie de personagem auto-realizável. Quando o medo da insignificância é escondido atrás do compartilhamento excessivo, evitamos os detalhes mais importantes dos eventos traumáticos que carregamos, desfocando as experiências dolorosas para um lugar de entretenimento e não para uma zona terapêutica.

Queremos aproximar e cativar os outros antes que eles tenham a chance de nos rejeitar. Ao compartilhar demais com as pessoas uma vida, podemos estar inconscientemente tentando afastar delas a percepção dura que temos de nós mesmos para evitar nos sentirmos rejeitados ou para evitar que os outros vejam nosso lado mais natural.

Esse comportamento também está ligado ao vício emocional de aproximar-se de pessoas que acreditamos serem perfeitas. Associação por imitação. Nossos impulsos de transformar nossa vida em entretenimento parece aceitar uma idealização acerca de si e do mundo em que transita.

Isso é, a realidade acaba se tornando toda aquela fantasia que acostumamos a acreditar, dai, a propensão a compartilhar cada vez mais perdendo o limite entre o privado e o público se torna um vício. Fique esperto com isso.

Você precisa parar de confiar ou desconfiar demais

É comum em pessoas criadas em ambientes que são imprevisíveis, ou que tem pessoas egoístas e negligentes como referência, que aprendam ou a se blindar por completo de certas situações ou aceitar a toxicidade a ponto de se sentir confortável diante de lugares e pessoas não confiáveis.

Normalmente, se alguém sofreu trauma frequente por experiências adversas, podem se tornar pessoas que oscilam em uma extremidade do espectro de confiança.

De um lado, estão aqueles que acreditam que só podem confiar em si mesmos e se tornar excessivamente desconfiados de outros. Por baixo dessa dor, há um sentimento de não ser bom o suficiente, ou sentir-se sempre “errado”, em um medo constante de que as pessoas em sua vida vão abusar de sua confiança.

Por causa disso, eles podem sentir uma profunda vergonha por não serem capazes de ser emocionalmente vulneráveis ​​com aqueles em sua vida por medo de serem feridos novamente.

Quando passamos por um trauma significativo, muitas vezes gravitamos inconscientemente em torno de pessoas tóxicas ou narcisistas e, eventualmente, traímos nossa confiança porque isso foi condicionado como comportamento “normal”. Esse mundo, adiciona ainda mais força a nossa armadura emocional e nos torna muito mais desconfiados dos outros em nossas vidas.

No outro extremo do espectro, estão aqueles que também sofreram traumas, mas tornar-se excessivamente confiante. Normalmente, aqueles que têm o hábito de confiar demais nas pessoas concretizarão uma conexão imediata com uma pessoa acreditando serem gentis, amorosos ou que desejam cuidar deles como negação de que todos que se relaciona o traem.

Confiar demais e se abrir muito andam de mãos dadas. Na raiz de confiar demais estão as necessidades básicas não atendidas de serem amadas e aceitas incondicionalmente, o que os coloca em risco ser alvo de pessoas que, em última análise, os usam, abusam deles, traem sua confiança e desencadeiam mais vergonha.

Esse ciclo inevitavelmente se repetirá várias vezes até que a pessoa reconheça o padrão e estabeleça seus limites. Falta de confiança não aponta só para uma certa solidão, mas também para uma sensação de medo de tudo e todos.

Confiar demais, por outro lado, acaba matando a possibilidade de tornar-se interessante para as pessoas uma vez que não há mais coisas a serem desvendadas. Ambas são problemáticas e você precisa parar de agir assim.

Você precisa parar de pedir desculpas demais

Para começar este ponto, há uma diferença entre quebrarmos acidentalmente uma norma social, como jogar o carro na frente de outra pessoa sem dar seta, faltar com respeito por descuido ou esquecer um compromisso importante.

Isso faz parte da condição humana. Somos imperfeitos, somos falhos e podemos errar de vez em quando. Para isso, um pedido de desculpas se faz necessário.

Do outro lado, está a tendência de se desculpar demais. Esta é uma resposta ao trauma aprendido quando somos moldados em um ambiente em que temos que assumir responsabilidades demais para o que podemos oferecer de verdade. Há mais cobranças que entregas.

Esse comportamento é fruto de pessoas que exerceram sobre essas pessoas a sua autoridade para cobrar perfeição, para condicionar amor ou afeição mediante acertos, ou para criar culpas até que desculpas sejam sua aforria.

Existe também a possibilidae de termos tido pessoas em nossas vidas que nos deram muitos impulsos injustos e geraram na gente a mentalidade de culpa constante ou podemos ter aprendido a pedir desculpas excessivamente para evitar nos sentir abandonados.

Pedir desculpas demais tem a ver um desequilíbrio de poder, geralmente de uma figura de autoridade que fez uso dela para fazer a outra pessoa se desculpar e suavizar as coisas.

Em nossos relacionamentos adultos, se nos ensinaram o hábito de pedir desculpas demais, geralmente nos pegamos pedindo desculpas por tudo o que dá errado no relacionamento desde a falta de comunicação, situações de conflitos, tudo para tentar evitar ser abandonado ou até mesmo idealizar o outro.

Na presenção de qualquer problema essas pessoas pensam ser suas culpa. É aqui que entra o problema. Se estamos carregando o peso do poder duradouro do relacionamento em nossos ombros, também estamos carregando o peso de tudo ser nossa “culpa” se as coisas não derem certo.

Independentemente do tipo de trauma que podemos ter experimentado, devemos a nós mesmos aprender quando esses padrões começaram e identificar o quanto eles estão profundamente arraigados nos nossos comportamentos diários.

Saber como quebrar esse ciclo na hora que ele aparecer é fundamental e apenas isso poderá nos ajudar a reconhecer que precisamos parar de pensar demais, compartilhar tudo, confiar na medida certa e para de pedir desculpas demais.

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Gente que se acha, lógica de consumo, inversão e amor

Gente que se acha

É batata. Essa gente toda que paga de bem resolvida são geralmente os mais doentes entre as pessoas. Elas dizem ser isso e aquilo, se empoderam de ilusões a seu respeito, gritam para os quatro cantos que fazem e acontecem, mas na primeira exposição de fragilidades se deitam com a consciência — que nunca mente para gente — o quão vitimas elas se sentem de tudo e todos.

Terceiriza problemas mal resolvidos com ela mesma ao mundo, culpabilizam a todos ao seu redor por toda falta de sorte, por todas as ocasiões que a vida a rejeitou para tirar dela a descoberta patente: elas não são tudo que gostariam de ser, não sentem o que dizem que sentem e são pegas no flagrante absoluto de que você nasce sozinho e morre sozinho. Descobrem que ninguém tem a obrigação de te fazer a coisa mais importante da vida delas.
Essa gente se esquece de que o caminho para restaurar a dignidade perdida por um acaso ruim da vida é se levantar e encarar que ninguém é pior, mas também não é melhor que você. As pessoas apenas diferem, e você terá que aprender a não ser querida, a não ser amada, a não ser desejada porque simplesmente ninguém te prometeu isso na vida.

Não dá para ficar com esse papo de todo mundo ser coitado. O mundo girará, ou você corre com o que tem na mão ou ficará para trás choramingando por uma realidade que não existirá.

A poltrona da vítima é confortável porque te dá toda atenção do mundo, mas sentar nela te torna imóvel, fraca e atrofia os músculos. Se você tem dificuldade com algo, com outro ou consigo mesmo, apenas aceite que você não tem tudo que quer, mas também não perdeu tudo que tinha.

É bom sempre lembrar que ainda tem muito para além do que o espelho mostra. Não somos só histórias de triunfo, mas não só as mentiras que contamos. Não somos apenas oportunidades bem aproveitadas e nem coletâneas de acasos e fracassos. Não temos que ser só animação, mas não precisamos viver das desistências. Não seremos fortes, mas também não temos que nos apoiar nas inseguranças, nos disfarces, nas simulações.

Tem que existir sempre na gente um pouco sinceridade. Coisa que essa gente toda que vive de contar histórias bonitas sobre si, e sobre o outro perdeu de vista. Eles estão malucos, cara. Não se guie por eles. É só aparência. É só discurso.

Por fim, se você anda só com quem te mima em todas as horas duras, em que só te apoia em tudo e concorda com tudo que diz, você não entende o mal danado que essa gente te faz. Agora, se andar com quem te levanta e te coloca diante do espelho, você tem que saber que essa é uma pessoa que nunca devemos abandonar.

Porque cuidar é não esconder, é enfrentar, sacudir o corpo e seguir. Mantenha perto de você pessoas que te mostrem quem você é, e não o que gostaria ou deveria ser.

Lógica de consumo

Olha como é a lógica desse tempo: fazia um tempo que eu sustentava o uso do meu Iphone 8. Quando comprei, fiquei de cara com a câmera, mas como todo aparelho da Apple, uma hora a bateria vai para a UTI e ele fica ultrapassado.

Nem posso reclamar. Tendo experimentado um dispositivo Android por vários anos, posso dizer que iPhones valem cada centavo. O aumento de produtividade que recebo do dispositivo (em comparação com a concorrência) vale a pena. Assim como o ecossistema de experiência e o atendimento ao cliente. Enfim, o modelo 8 me serviu por muito tempo e se não fosse pela decadência da saúde da bateria, eu continuaria com ele por mais algum tempo.(Obsolescência programada. Google, pesquisar)

Tendo percebido isso, comecei aquele processo de quem precisa comprar algo realmente caro. Entrava nos sites para monitorar preços e via vídeos no YouTube com comparativos para tentar me convencer ser um bom investimento. Quase sempre o brasileiro comum espera sair o modelo 20, para o 19 ficar acessível aos ricos, para eles venderem o 18, cogitamos comprar o 17 e se esforçar para pagar 16 tendo orçamento para o 15. Pelo menos na minha vida sempre foi assim.

Foi quando uma oportunidade apareceu do nada na minha vida. Um amigo foi até os EUA para comprar um novo para ele e acabou trazendo também para outro conhecido o Iphone 13. Chegando aqui no Brasil, a pessoa desistiu de comprar dele que acabou me oferecendo pelo preço mais em conta. Era uma oportunidade única já que costumo usar um celular por 4 ou 5 anos.

Comprei. Eu já pesquisara muito sobre ele, separado a grana e não tive dúvidas. Uns 3 dias depois estava numa mesa do bar e uma garota me perguntou qual era o modelo do meu novo celular que estava sobre a mesa. Aí que a coisa pegou. Fui logo contando a história, mas já me justificando: “Comprei o iPhone 13, mas não é o PRO sabe, só o 13 mesmo. Normal.”

Olha só como a coisa é sutil na mente da gente: me dei conta que existe uma coisa na nossa mente que diz sempre que estamos atrasados ou precisando de mais do que temos. Mesmo tendo comprado um modelo atual, excelente e inacessível a muita gente, me sentindo feliz com a escolha, eu tive a necessidade de explica-la porque eu não estava com o modelo mais caro e mais top de linha da maçãzinha.

Temos que ficar de olho nessas coisas ou essas coisas nos dominam.

Inversão

Nunca acreditei no que as pessoas dizem sobre elas. Normalmente, a percepções que tem de si são invertidas. Explico.

Conversava com amigos e percebi que muitas pessoas realmente possuem medo de se curar dos seus traumas. Elas podem até identificar seus problemas e reconhecer suas dificuldades com lucidez, mas resistem na ideia de livrar-se daquilo porque toda a sua identidade e personalidade está centrada no trauma que eles sofreram.

Eles não fazem ideia de quem eles são fora dos seus próprios traumas. Por isso, fixam morada ali naquele lugar frágil como garantia de que vão receber a atenção que recebem sempre. Olham para seus traumas como um karma inquebrável, como um destino fatal e imutável, uma espécie de maldição que não pode ser desfeita e entram nesse casamento indissolúvel com seu passado. Isso é assustador.

Sabemos que uma coisa é o conteúdo consciente da nossa mente e outro é o inconsciente. As pessoas falam muito sobre o que desejam, mas, no fundo, não querem tanto aquilo no momento. Enquanto não sabem o que querem claramente, viverão confundindo aquilo que acreditam que querem, com o que realmente estão atrás na vida e se comportando exatamente o oposto.

As pessoas mentem. Pode até não ser na má intenção, mas para se proteger, e esconder-se de si, não lidar com a realidade que está patente. Pode ser para aquilo fazer sentido para ela, para poderem explicar as suas paranoias sem se sentir culpadas ou responsabilizadas pelas escolhas que fizeram. Talvez elas mesmo acreditam no que dizem, mesmo que o comportamento revele outra coisa.

Eu já descobri que não dá para trair-se. Em primeiro lugar, temos que aprender a declarar para nós mesmo o que realmente pensamos sobre algo. Geralmente, as pessoas não fazem isso. Quando elas vão dizer o que estão pensando, já querem melhorar a ideia para não dizer claramente tudo.

Ao invés de dizer o que realmente pensam, ficam tentando embelezar as suas ideias para si mesmo e para os outros. Então, o jeito que arrumei de escapar disso é fazer perguntas para mim mesmo e dizer o que realmente penso a respeito.

Não importa que pareça insensatez, estupidez ou incoerência, mas é assim que podemos nos conhecer melhor e entender como podemos ou não pensar e viver o mundo a nossa volta. Tratar a realidade com a verdade total.

Amor é mais que isso, tá?

As pessoas não sabem lidar com uma vida tranquila nos relacionamentos porque confundem paz com tédio e caos com se sentir viva. Tenho a impressão de que muita gente não sabe lidar com um mundo sem discussões bobas por coisas simples, sem ter que controlar o outro ou deixar-se ser inspecionadas, não conseguem se sustentar com o sossego de alguém que só te ama.

Não. Para muitas delas, o amor para ser vivo, verdadeiro e merecedor de créditos, ele precisa ser um ambiente asfixiador. Um bom companheiro para a maioria das pessoas é um sujeito castrado. Moralmente, eticamente, instintivamente e, principalmente, sexualmente. Um eunuco que fez o voto de morar num calabouço para agradar a sua divindade.

Essa é uma geração que arrota liberdade, mas quando se relaciona, cria um ambiente em que precisam de contatos excessivos para sentirem-se seguras, dizem não se importar com fatores externos como beleza, dinheiro, status, mas fazem da conveniência seu principal filtro de escolha, que se prende ao que espera que aconteça e não no que está acontecendo.

Amor não tem microgerenciamentos. Disfarçam num discurso de cuidado a sua vontade de monitorar aqueles que amam e buscam sempre razões que podem justificar o amor do outro por ele. Andam e fazem o outro andar numa corda bamba de emoções e te empurram para os interesses dele, na esperança de “transformar” você. Amor não tem a ver com atitudes críticas e enxurradas de perguntas.

Amor é diferente. Se você sente que precisa “agradar” para continuar com alguém, considere pensar se esse relacionamento é ou não saudável. Não conseguir gerenciar suas emoções pode ser um sinal de que o relacionamento está se tornando um veneno para você. Daí, ou conserta, ou joga fora.

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2022, terapia, dificuldade e trabalho

Vinte, vinte e dois

É a primeira news do ano. Nada mais justo que abrir meu coração. A primeira coisa que queria contar é que eu botei na cabeça que eu precisava de um tempo para pensar mais a maneira pública que eu estava levando a minha vida nos últimos anos. Por isso eu dei uma sumida. Mas o foco nem é a justificativa, é mais em dizer como as coisas vão rolar daqui para frente.

Desde 2015, eu nunca mais tive uma vida no total anonimato. Eu acabei tendo uma vida pública quase que sem querer. Desde que bombei no primeiro blog sobre relacionamentos que tive com minha ex-esposa, até os tempos gloriosos dos conteúdos bem reconhecidos dentro do LinkedIn, eu sempre tive que me expor muito na internet. “Tive” é modo de falar, eu sei que foi uma escolha minha e ninguém me obrigou, mas meio que fui empurrado para este mundo.

Parando para pensar hoje, eu vejo que fiquei refém dessa coisa de aparecer porque acreditava ser realmente obrigado a estar lá. No fundo, eu usava de desculpa que “era meu trabalho aparecer”, por isso, acabei vivendo uma vida com muita exposição nas redes sociais porque tinha medo de que se não fizesse isso, eu perderia minhas fontes de renda.

Por outro lado, eu sempre achei legal poder ser reconhecido como escritor e ter um monte de gente dizendo que os meus conteúdos impactavam de verdade a vida delas de um jeito decisivo e que eu podia realmente influenciar coisas boas na vida das pessoas. Essa é a parte boa.

Mas, em 2022, eu resolvi apagar o Instagram. Assim, do nada. Abandonei meu perfil com milhares de seguidores da noite pro dia. Isso mesmo. Desativei minha conta e abri mão de ter que ser “obrigado” a aparecer para me sentir vivo, realizado e útil.

Foi uma decisão impulsiva no começo, mas eu já vinha pensando muito sobre a necessidade de estar num lugar onde eu tinha que ser o herói com meus conselhos, tinha que dar conta de publicar sempre, tinha que aparecer constantemente. Eu só decidi e fui lá e fiz porque eu sabia que se pensasse melhor eu me convenceria que isso é uma péssima ideia, ainda mais porque vendo cursos online. Mas sabe, eu precisava arrumar isso em minha vida.

Eu fiz esse assassinato no começo do ano. E nesse primeiro mês sem essa vida, eu posso dizer que sinto uma paz enorme que não sei nem explicar. Meu celular não apita tanto mais, minhas neuroses com a aparência sumiram, me sinto grato por ter o que tenho sem a necessidade de querer mais, aproveito melhor o tempo com familiares e amigos, e o principal, não fico mais atrás de informação para me sentir por dentro do mundo.

O meu Instagram agora são meus olhos. E neles não há filtros ótimos. Eu estou vivendo o meu mundo.

Terapia

Essa semana, depois que sai da terapia, fiquei pensando uma coisa. A terapia só existe porque tivemos que nos obrigar a abrir um espaço na nossa própria agenda para gastar neurônios, emoções e dinheiro pensando na gente.

Isso quer dizer que estamos tão ocupados e cheios de tarefas que chegamos ao ponto de nos obrigar a gastar dinheiro e tempo para alugar uns minutos na semana dentro do nosso próprio tempo para destinar a gente mesmo. O que deveria ser natural, ou seja, cada um examinar a sua vida, o seu dia, suas relações e atitudes, acabou sendo uma tarefa periódica na agenda lotada da gente.

Longe de mim menosprezar a terapia ou uma assistência psicológica assistida por um profissional, mas é que esse pensamento me veio a cabeça e achei interessante chegarmos a loucura de que nós temos que alugar um tempo dentro do nosso tempo útil para nós pensarmos na gente mesmo.

Sou a favor de que todos os seres humanos gastem esse tempo e esse dinheiro consigo. Sempre fui desse time, mas isso não deixa menos insano pensar que compramos uma cota do nosso tempo da gente mesmo para destinar a saúde. É como um carro que destina um pouco do seu valor na FIPE para colocar gasolina nele mesmo e manter-se rodando pela cidade. Só eu achei isso curioso?

Nada fácil

Toda benção tem origem na dor. Eu cheguei a essa conclusão ainda jovem. Repare em como a vida das pessoas que mais admiramos sempre tem algumas marcas dolorosas. Eu sei que a gente sabe, no fundo, que afastar-se da dor é deixar de aprender, mas mesmo assim, a gente tem o ímpeto de se esconder dela. Não estou falando de masoquismo, estou falando da capacidade de enfrentar ameaças.

Sempre que tem algo muito marcante na nossa vida, a gente acaba se lembrando do que é prazeroso. Se o ensino não vem na sua dor específica, vem na exposição a algo que passou ou no sofrimento de alguém que se relaciona.

Agora, é verdade também que toda dor é por enquanto. Tenho minha fé e não abro mão do que penso, percebo e acredito, mas nada me tira da mente que a pedagogia da vida se baseia não na ausência da dor, mas no ensino que o impacto dela própria causa na nossa realidade.

O lance não é se esquivar da dor com toda destreza, mas é criar resistência frente a ela. Principalmente emocional. É por isso que faz anos que peço duas exclusivas coisas a Deus como uma oração verdadeira: lucidez (no sentido de sanidade) e esperança (no sentindo de confiança no melhor).

Sem essas duas coisas, não se pode nem atravessar a rua, nem levantar para trabalhar, nem começar nada novo, nem insistir nos seus sonhos mais distantes. Assim como toda benção, um amor é fruto de uma dor.

Em algum momento esse amor que sentimos por algo ou por alguém era ansiedade, era frustração, era medo, era receio, era falta de coragem, mas depois que ele se revelou e deu as caras, ele trouxe sentido para a nossa vida. Pense nisso.

Trabalho

Eu desconfio com força de todas as pessoas que só trabalham, só falam de trabalho ou só se refere a si como profissional. É muito fácil fazer da sua personalidade o seu crachá da empresa, difícil é realmente esconder de todos o belo egoísta, individualista, interesseiro que somos no mundo político do trabalho.

Eu já convivi com pessoas que acreditam que sua identidade está no exercício do seu trabalho, na posição que ocupa e até no reconhecimento que pensa ter adquirido, mas, no fundo, esta é apenas uma coisa que serve como ponto de partida para se autovalidar.

Eu até entendo gente que faz do trabalho a sua maior prioridade, e tem alegria na conquista, nas metas atingidas e até se entende como útil no processo, mas quando flagram que estão diante da parcela de pessoas que fizeram do trabalho uma religião, ela não se denunciam a si, mas arrumam desculpas para continuar na jornada maluca em volta de prestígio, de validação, de ganância e até mesmo de conquistar respeito e admiração de pessoas que não estão nem aí para ela.

Quando posta na cadeira do réu pela consciência, ela não reflete e nem toma atitude alguma. Quando toma, é pensando novamente só nela. Finge que os outros não a entendem, se colocam como mais determinadas, mais espertas e mais focadas para esconder que, no fundo, são apenas pessoas que se tornaram escravas de si mesmo e das aparências.

Essas pessoas precisam encarar a verdade. Precisa mudar a maneira de observar a vida, tem que aprender a respeitar os limites físicos, sociais e emocionais, tem que abandonar vínculos com pessoas, ideias e negócios que não atribuem nada, tem que assumir que podem estar desesperadas para encontrar sentido na coisa errada, e precisam parar de manter um nível de exigência fora da realidade consigo e com os outros.

O único jeito de parar de patinar no gelo seco é entender que ela não pode usar o trabalho, o dinheiro, o que tem e a posição para se validar como pessoa, mas focar em realizar-se como parte de um mundo que faça sentido para elas, mas também para os outros.

Talvez eu seja apenas um doido, sei lá, mas trabalho para mim, é tornar-se parte de algo bem maior do que a si mesmo. Trabalho para mim, é servir ao outro enquanto podemos nos dar ao luxo de ser quem a gente é e ser valorizado por isso.

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Tudo depende da geografia emocional e da saúde do seu olhar

Recebi uma crítica muito dura em um texto. Um sujeito escreveu nos comentários: “Este texto é um dos piores conteúdos sobre o assunto que eu já li na vida. Uma visão equivocada de tudo. Fiquei triste com o autor. Perdeu um seguidor”.

O interessante é que na linha de baixo a dele, tinha um outro comentário diferente que dizia: “Cara, resolvi comentar para dizer que isso me abriu muito a mente para o momento da vida que estou passando. Obrigado por iluminar a minha mente com isso, principalmente no parágrafo que fala tal, tal, tal…”

O pior conteúdo que alguém já leu na vida é, ao mesmo tempo, para outro, a ideia que o iluminou diante da vida. Como pode acontecer isso? Fiquei me perguntando qual seria a razão para ter duas reações distintas para o mesmo conteúdo. Porque a mesma ideia causa experiências tão diferentes?

A única possibilidade de resposta que consegui imaginar para explicar é que o olhar que damos a coisas depende do lugar emocional em que estamos e da maneira como percebemos as coisas com a lente que temos.

Em que lugar a mente de alguém tem que estar para criticar duramente algo e qual é a do outro que enxerga algo importante e útil para a sua vida?

Não quero dizer que um está em condição de análise melhor que o outro, mas posso concluir que tudo depende da geografia emocional que alguém está localizado e dos “óculos” que toma para ver algo. O impacto das coisas na nossa vida se dá por aí.

Claramente, essas duas percepções da realidade são análises de lugares diferentes, com condições distintas. Não são apenas ponto de vistas diferentes, mas tem intenções de olhares diferentes.

A saúde do teu olhar

Portanto, eu consigo imaginar uma relação que é possível concluir que a tua vida será a proporção da saúde do olhar. A tua relação com tudo que vive, pensa e se propõe a ser depende da medida em que seus olhos observam a realidade.

Tudo que pensamos, somos e fazemos, o que nos motiva ou paralisa é refém do ponto de vista que estamos dispostos a olhar para algo.

Uma coisa que um ama é, na mesma medida, algo que alguém odeia. Isso não é sobre opinião, mas tem a ver com a forma que percebemos as coisas. O exemplo que dei se refere a um conteúdo, mas isso pode refletir em assuntos como política, cotidiano, fé, comportamento, convivência relacional, ideias e até mesmo em como vemos as pessoas.

Não é novidade que as circunstâncias têm o poder de deformar o nosso olhar, mas não saber disso e não ajustar tudo isso, acaba agravando mais ainda a reação a tudo que acontece conosco.

A sanidade da mente é também fruto dos olhos. Ser atraído por diagnósticos favoráveis ou parciais produz um caos cíclico na vida. Por outro lado, se você tem maturidade e condição de avaliação mais treinada para analisar as coisas como elas são, consegue garantir, pelo menos, que não demonize a todo custo o que é diferente e nem santifique cegamente o que lhe convém.

Quando nossos olhos são direcionados para evitar o autoengano, mesmo que não concordamos, podemos usar as circunstâncias diversas para o crescimento.

O importante é não ser refém de si. Precisamos peneirar e encontrar riqueza naquilo que nos é estranho. Não dá pra se guiar somente pela estética que nos agrada mais em todas as circunstâncias. Mais importante do que ver o que queremos é ponderar a forma com que enxergamos.

Como isso afeta a gente?

Há muita gente que pensa que a vida piorou, mas pode ter sido a maneira como olham para a realidade. A grande dica é ensinar-se a toda vez que tiver afim de romper algo ou abandonar ideias, pessoas ou projetos achando que algo mudou na pessoa, na vida ou nas circunstâncias, faça primeiro uma análise sobre como está a disposição do seu olhar diante das coisas.

Todos conhecem pessoas que acreditam que ninguém presta. Para elas, todo mundo é mau caráter, não conseguem ver intenções boas em nada, guiam suas vida a partir de se sentir alvo e vítima de tudo e todos. E quando se dão conta, na verdade, estão apenas indispostos a amar.

Conhecemos pessoas que não conseguem distribuir tarefas porque acredita que ninguém é apto o bastante, competente suficiente ou responsável para depositar confiança, quando na verdade, essas pessoas são centralizadoras e não sabem lidar com pessoas que não fazem um trabalho como ela imagina que seria o ideal. 

Percebe como isso nos atinge em todas as áreas? Precisamos aprender a olhar para a vida com um pouco mais de coragem, não se armando até os dentes nos relacionamentos, não acreditando que tudo conspira contra as nossas intenções, não se vendo como alguém que precisa sempre de reforço positivo para avançar. Precisamos a ler a vida considerando além do que conhecemos.

Uma história para fechar

Palestrei em um lugar num local do país conhecido por ser um lugar com muita miséria e pobreza. Fiquei num hotel muito simples que a empresa que me contratou havia arrumado. Eu ia palestrar para uma cooperativa de empreendedores e o evento seria grande, mas numa tenda no céu aberto de um espaço de eventos.

Na noite anterior, sentei na varanda com o dono da pousada porque estava muito calor no quarto e jogávamos papo fora a toa. Um dado momento, eu disse para ele que estava preocupado porque havia sinais de chuva e o evento seria arruinado por causa das tendas. Ele descascava uma laranja, e me retrucou sem olhar no meu olho, mas com uma voz paciente: “Não diga isso, moço. espera esse verão (é como ele chama o período de chuva por lá) por muitos meses. Chuva é benção demais por aqui!”.

Tudo depende da saúde do nosso olhar e da geografia emocional em que estamos.

Temos que treinar o olhar para ver onde estamos e olhar para aquilo que está enviesado no nosso olhar e comparar com a realidade concreta. Penso que assim é como cuidaremos melhor da maneira como observamos as coisas.

Estamos sempre olhando para o ideal sem ver o concreto. Falamos sobre salvar o mundo, sobre igualdade, sobre coragem, sobre assumir novos pressupostos, mas de nada adianta apenas tentar ajustar o olhar para o que gostaríamos de ver, temos que orientar as ações de acordo com a verdade que está a nossa frente. 

No fundo, se queremos mudar algo, temos que transformar a si próprios. Viver um mundo novo não significa tentar fazer do mundo um reflexo de si próprio.

Se você sente-se refém do seu olhar e vítima do lugar mental em que está, não reforme visualmente o mundo ao seu redor, mas comece a agir com as convicções mais próximas de um novo momento.

 Reajuste a maneira como enxerga o mundo e suas ações serão consequência disso. Não deixe as suas certezas absolutas — que nada mais é que uma visão particular — te empobrecer sobre o outro.

 Estamos cada vez mais empurrados para a solidão, para venerar-se e para ouvir apenas a nós mesmo. Permita treinar novamente seu olhar diante de todas as suas ideias absolutas.

Não abandone as coisas, as pessoas, os projetos que te assustam. Encare-os.

 No fim, a sua incapacidade de admitir dúvidas, vai te levar para o isolamento. Pensar dói por isso muita gente pensa pouco e prefere o caminho da passionalidade, da briga, do gritar, da divisão e do isolamento. Viram reféns de si.

Como você olha para tudo ao seu redor? Como você enxerga a sua história de vida? Como percebe o seu trabalho? Como você classifica seus sonhos, projetos e planos?

Ter a saúde do olhar te ajuda a ganhar clareza e nitidez para avançar na construção de contar sua história do jeito mais real, verdadeira e construtivo que conseguir. 

Olhe com mais coragem, mude de lugar mental sempre que precisar.

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Pressa de sei lá o quê

Já tem uns dias que penso na minha avó. Ela é uma personagem icônica das minhas histórias. Acho que herdei dela essa capacidade de provocar reações diversas apenas por ser o profeta do óbvio.

Ela era uma frasista inacreditável. Mesmo sem nem ter terminado a quarta-serie, era dona de um arsenal de ditos que guardo até hoje. Não fez curso de nada, não tinha formação acadêmica, nunca pisou em uma universidade. Não lembro de vê-la anotando nada em caderno. Ela era terapêutica, precisa e bem-humorada nas frases ditas com uma amor que nunca conheci.

No fundo da casa dela — como uma boa casa de vó — havia uma variedade enorme de plantas, verduras e terra. Entre elas, havia o mais querido entre os netos, o pé de cana-de-açúcar.

Era ali naquele quintal terroso, com uma modesta tira de cimento cinza que ela gastava toda sua inesgotável paciência com a gente. Quase toda semana, uma ou duas tardes que fosse, ela passava ali sentada numa cadeira de varanda, com uma bacia branca no colo, descascando a cana-de-açúcar em pedaços proporcionais ao que cabia na nossa boca de criança.

Era a nossa sobremesa. Me lembro inclusive de um dia que a vizinha levou um pudim holandês daqueles de padaria para nos alegrar, mas a gente desdenhou de todo aquele leite condensado para focar nas lascas de cana com a vovó. Era um ritual.

Naquele tempo, eu achava que o motivo de passar todas aquelas horas ali era por causa da cana em si, mas hoje, quando revisito essa memória, eu sei que não era isso. Eu gostava de ver ela descascar. Como uma cerimônia de Oscar.

Ela esperava a gente pedir pelo momento. Nunca se ofereceu de antemão, mas não era porque não queria, mas sabia esperar o desejo sair em nós. Ela sabia esperar. Colocava o tênis velho com o calcanhar de fora do sapato, ia até as tiras de cana, escolhia um caule robusto, fibroso, articulado com uma metodologia desconhecida e descia a faca afiada bem perto da base como um samurai. Pouca força, muita precisão. Era um golpe articulado.

Puxava aquele bastão de açúcar pra lá e pra cá e destilava uma segunda facada mais delicada. Vinha pelo resto do verde com aquele pedaço considerável nos ombros. Seguia o caminho de restos feito entre a terra com os de lajotas como quem tinha caçado um animal perigoso.

Sentava-se na cadeira de área. Nos alertava sobre a distância segura e desfiava as partes laterais primeiro com a faca. Era como se despir antes de um banho. Em seguida, vinha cortando o caule entre as fibras, com a maior destreza, paciência e calma do mundo. Só havia uma regra: Não podia começar a comer antes que tudo estivesse cortado. Minha vó temia que um neto comesse mais que o outro se a coisa não fosse organizada.

A gente passava um tempo bom ali assistindo ela despenar aquele tronco fino e grande de puro açúcar. Aquilo não era só uma cana. Era parte de quem minha avó era. Toda aquelas tranquilidade e serenidade de quem sabia o que estava fazendo. Ela tinha um equilíbrio entre a agressividade necessária e a delicadeza possível que transbordava a mansidão. O que parecia ser uma pacata senhora agradando os netos era também uma aula de sossego.

Eu sempre me perguntava porque ela simplesmente não comprava uma maquina que a poupasse daquele trabalho ou até mesmo nos colocava para ajudar a economizar seu tempo. Mas hoje eu sei: ela não tinha medo de gastar tempo com o que amava.

Toda vez que alguém sugeria que tinha uma quantidade boa já dentro do pote para começar a comer, ela falava: “Ara, pra que essa pressa?”. Ela não se sentia lenta, não estava competindo, não tinha medo de ser a legítima baiana que era.

No fundo, escondia naquela falta de pressa uma atenção carinhosa, uma intenção afetiva e a calma necessária para amar. Ela não tinha a ânsia de fazer aquele momento acabar. Ás vezes, cantarolava um hino.

Devagar, o balde ia se enchendo e a nossa expectativa se esvaziando. Ela entendia que o resultado daquilo, era só o consequência do momento. Ela não tinha obrigação de metas, nem nada que a balizava. Ela estava apenas ostentando o tempo.

Outro dia, me dei conta de que estava atrasado para uma reunião online. No desespero de não deixar as pessoas esperando, derrubei o computador no chão tentando conectar a câmera. Eu vi um pedaço da tela rachado, mas ele ainda estava funcionando bem.

Respirei. Liguei a câmera, entrei no link às pressas e descobri que a reunião tinha sido cancelada. Me avisaram, mas eu não vi a mensagem porque estava ocupado demais com meu atraso. Quis ser mais rápido do que precisava.

Naquela hora, escutei a Dona Maria me dizer: “pra que essa pressa? Pra onde vai assim, menino? Tá indo para onde com essa afobação?”

Não é que apressado come cru, apressado, hoje em dia, acaba nem comendo. Talvez eu precise plantar um pé de cana aqui no canteiro da avenida. Talvez eu tenha que aprender a cantarolar mais. Talvez eu deva lembrar daquela senhora negra que não tinha pressa de viver tudo o mais rápido possível.

O andar devagar e sempre talvez seja o grande segredo dela. Pra que essa pressa?

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O que você sabe sobre você é o suficiente para você ser você?

Quando a última cena da minha série acabou me deu um vazio. É como ter que ser obrigado a se despedir de alguém que dediquei tempo em descobrir para aprender a gostar. De repente, todo aquele esforço é interrompido.

Enquanto os créditos passavam, fiquei pensando: por que nos interessamos tanto por personagens pré-moldados em histórias finitas, mas não alimentamos o mesmo interesse em si próprio como um personagem inserido numa história que não conseguimos nos afastar um minuto?

Eu nem tinha cogitado uma resposta para a primeira pergunta quando uma segunda invadiu: seria a nossa história menos interessante que a do cinema ou somos nós que não sabemos contar a nossa própria história de um jeito interessante?

Todos somos contadores de histórias

É fácil observar que estamos sempre criando episódios diários da nossa história e que isso tudo acaba compondo espécies de temporadas da nossa vida, mas raramente nos damos conta disso.

Não, não este não é apenas um papo filosófico de professor de ensino médio. É um alerta. Mesmo que a gente fuja de entender sobre como histórias funcionam, vamos nos pegar, talvez ainda hoje, contando algo para alguém que faz parte da sua vida.

Quando narramos histórias, encontramos momentos interessantes, mas ao contrário da maioria das histórias que ouvimos, as nossas histórias de vida não seguem um arco simétrico e predefinidos de acontecimentos. E, é isso que faz a coisa ser ainda mais legal.

À medida que olhamos para a nossa vida em retrospecto e perspectiva, vamos reconstruindo o passado e imaginando o futuro como uma narrativa não linear de si mesmo. É isso que acaba distorcendo a percepção que temos de si.

A coisa é ainda mais poderosa do que imaginava. Ao contar a história de como nos tornamos quem somos, vamos descobrindo quem estamos prestes a nos tornar. E de repente, essa narrativa parcial se torna uma forma de identidade, e mais do que isso, o que escolhemos incluir na nossa história tornar-se a maneira oficial como refletimos e moldamos o olhar sobre si.

E como entender de histórias nos ajuda?

Eu sempre digo que os elementos básicos para uma boa história são personagens, enredo e universo. Isto é, quem fez o que em que lugar.

O mais interessante é que durante a nossa vida, vamos montando a nossa identidade a partir das experiências que vamos vivendo e dos locais que vão mudando. Por isso, a forma como entendemos a narrativa da nossa vida também vai se alterando. Perde a dimensão disso é o grande problema.

Se pegarmos as partes de nossas vidas e colocá-las juntas em uma narrativa, criamos um todo unificado que nos permite entender parte das nossas vidas. É por isso que compreender sobre as histórias das coisas, nos permite desenhar caminhos e reconhecer destinos.

Narrar a nossa própria história com a coragem de compreender mais sobre si, é, portanto, uma grande chave para reconhecer significados.

Sem que percebamos, vamos internalizando uma história que criamos sobre nós mesmos. Idolatrando uma espécie de mito pessoal. E como toda história mitológica, vamos separando os heróis e os vilões, definindo o que nos ajuda ou impede, apreciando grandes acontecimentos e recortando momentos nada eufóricos e rememorando desafios encarados e suportando sofrimentos vividos.

A história de vida de um indivíduo não é uma história exaustiva de tudo o que aconteceu. Nossas histórias tendem a se concentrar nos eventos mais extraordinários. Pessoas que acreditam que suas vidas são significativas tende a contar suas histórias sem reservas.

Como usar a narrativa de maneira prática?

Quando queremos que as pessoas nos entendam, somos capazes de compartilhar nossa história ou partes com elas. Da mesma forma, quando queremos saber quem é outra pessoa, pedimos que compartilhe parte de sua história. Histórias são, de maneira proposital ou involuntária, a identidade que temos.

Antes de tudo, tendemos a dividir nossas histórias em pequenos capítulos que tenham cenas-chaves. Com destaque para um momento alto e um momento baixo. Começando numa memória inicial, passando por um ponto critico e se encerrando num grande tema central.

Criamos da narrativa da nossa vida histórias de redenção, jornadas de perseguição, de resgate, de fuga, de vingança, de charadas mal resolvidas, de competição, de tentação, de transformação, de amor, de sacrifício, de descoberta, de ascensão, de queda, de revolta, de traição, de sobrevivência, de caos total e enredos de lados obscuros.

Ao assistir nossa própria narrativa, podemos adotar uma identidade que celebra esforços pessoais, cria estratégias de enfrentamento e mantém positiva para levar a vida com mais propósito.

Por outro lado, a falta de ferramentas para entender a narrativa das coisas pode gerar aspectos motivacionais inadequados e alimentar impactos socioculturais que afetam o significado de tudo.

Quando a última cena chegar, não deixe só os créditos e o vazio. Aprender a contar a histórias das coisas é aprender a ler a si, o outro e o mundo.

Por falar nisso, aprenda na prática a contar histórias no curso completo de Storytelling.

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Este mundo seria perfeito, exceto por uma razão

Imagine um mundo em que o bem-estar fosse a única possibilidade.

Nesse lugar, todas as conversas perturbadoras seriam mutadas, ninguém te diria o que fazer, você poderia se vestir, falar o que bem entender desde que fosse construtivo, e teria que se comportar socialmente como bem entender, desde que seus desejos não fosse reprimidos.

Neste mundo, as pessoas só abririam a boca para concordar com você. A opinião divergente seria rapidamente excluída, o hate seria uma impossibilidade e logo todos votariam em quem você vota, todos teriam as suas opiniões e seu jeito de ver o mundo.

Toda conversa seria uma sequência de “Uau. Você tem razão”, “você é genial nas colocações”, “você está mais que certo, mais uma vez .” Todo mundo elogiaria seu trabalho o tempo inteiro, seus chefes te reconheceriam, seu trabalho seria apenas pra se divertir.

Sempre que quisesse não teria que lidar com assuntos embaraçosos que fossem um incômodo para seu dia ou que aflorassem em você qualquer sentimento como medo, tristeza, culpa ou raiva. Todos esse temas que não quer pensar, acabavam caindo numa caixa de spam do cérebro.

Nessa realidade, seria permitido apenas sentir desprezo por ideias diferentes das suas. Os jovens pautariam os assuntos importantes, todos dariam ênfase constante em suas vulnerabilidades, seus medos e suas culpas. Todo mundo ia te poupar da crueldade de pensar sobre você.

Os psicólogos só serviriam como setor de reclamação do serviço de atendimento ao cliente, os professores teriam que adaptar conhecimento ao gosto do aluno, os pais teriam uma educação reconciliadora, toda comunicação seria apenas positiva.

As prisões seriam apenas um castigo temporário para que os condenados repensem na sua condutas, opiniões e pensamentos e entrem na em concordância com você.

A politica seria apenas um esporte ensaiado para privilegiar seus pensamentos e tudo seria como o nado sincronizado para concordar com o seu jeito de olhar a vida.

Qual a probabilidade de, neste mundo hipotético, ser claramente visível uma infantilização nas emoções de todos?

Este mundo seria perfeito, exceto por uma razão: você não é o centro do mundo. Então, cresça e aprenda com o diferente.

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A única coisa que ninguém pode te tirar na vida

Imagine um cenário em que você esteja enfrentando uma crise de credibilidade, seus amigos e familiares ignoram sua existência, todo o seu prestígio profissional foi colocado em cheque, seus recursos se esgotaram do dia para noite e tudo que você pode contabilizar nesse momento são as situações que viveu até hoje.

Apesar dessa ser apenas uma hipótese, diante desse cenário, você vai precisar manter a lucidez sobre tudo que conheceu, sentiu, experienciou, adquiriu e suportou na vida. E sabe por quê? O motivo é simples essas são as únicas coisas intransferíveis na sua vida.

Nesse contexto, você precisaria acessar essa biblioteca com tudo que aprendeu na vida, rememorar todas as lições que teve durante a sua existência e conhecer como ninguém a realidade sobre você mesmo e sobre o mundo limitado a sua volta. Absolutamente ninguém pode arrancar isso de você.

O lugar da curiosidade no conhecimento

O conhecimento que adquiriu através de compilações dessas experiências — boas ou ruins, danosas ou vantajosas, duras ou sutis — é o melhor banco de dados de valores que permanecerá inalterado na sua mente.

É por isso que quando me dei conta de que é mais que necessário tornar prazeroso o ato de compreender pessoas, descobrir pensamentos, construir relacionamentos e reconstruir o conhecimento, passei a valorizar a curiosidade mais do que qualquer coisa.

Ela é ainda um dos poucos caminhos para a autonomia visível e para o progresso permanente. Não basta colecionar livros, pendurar diplomas e simular uma rede de referências, mas se faz necessário a todos perseguir o desejo de expansão com ações concretas na busca pelo inédito.

É claro que nesse repertório vasto, você ainda precisará dar espaço para pensar o novo, sem abandonar o tradicional e com a mente preparada para repaginar uma nova realidade de possibilidades.

Não basta querer enfrentar novas situações com velhas iniciativas, é preciso uma nova intuição com a inserção gradual de certas doses de risco e exposição, sempre buscando resolver conflitos, encontrar caminhos de respostas com uma flexibilidade estimuladora.

Para onde os desafios nos levam?

Praticamente tudo que conhecemos sobre o ser humano é fruto da mais pura combinação entre a curiosidade a capacidade humana de lançar-se à desafios.

Estes dois elementos não são só complementares para a construção de conhecimento, como também são os endereços exatos do aumento de potencial da humanidade. O curioso é alguém imparável e novos desafios exigem curiosidade para acontecer.

O sujeito que alimenta a indiferença ao desconhecido perde a oportunidade de ter uma vantagem muito clara sobre os outros: o constante desejo forte de saber, ver, conhecer ou desvendar emancipa o poder de ação, o próprio conhecimento e o progresso em todos os sentidos.

Estamos falando não da bisbilhotice fútil, mas daquela curiosidade natural que faz parte do instinto humano, um interesse contínuo por tudo e que leve alguém ao desejo de explorar realidades desconhecidas compilando informações adquiridas com as que já possui em sua biblioteca experiencial.

Conforme vamos conhecendo tudo acabamos ampliando a nossa própria independência, vamos superando paradigmas e acrescentando novos estímulos que nos levam para um novo repertório de informações, experiências e habilidade.

É por isso que sempre entendi que unir curiosidade e a provocação promove uma espécie de refinamento do conhecimento. Não há como promover conhecimento para si, para o outro e nem para o mundo se vivemos diante de uma conformação.

Como construir conhecimento hoje?

Existem certas particularidades na maneira como entendemos as coisas ao nosso redor atualmente. A principal delas é que os desafios atuais são cada vez menos regionalistas, pontuais e parciais e se tornam cada vez mais globais, público e universais.

Culpar a massificação da informação é uma solução fácil. Apesar dela ter alargado as fronteiras da noção de conhecimento em uma espécie de ideia de que quanto mais estamos expostos à informação, mas somos conhecedores do mundo, ela também sintetiza adversidades comuns.

Os desafios que, antes eram restritos a uma pessoa ou grupo, passam a se tornar cada vez mais influenciadas por uma sociedade altamente conectada, virtualmente ativa e globalmente artificiais. Como gerenciar desafios amplos diante de uma sociedade diversa, volátil e complexa?

Há incertezas por todo lado. As demandas de conhecimento são crescentes e velozes. Como desenvolver um repertório cultural básico que garanta um pouco de robustez intelectual?

E como agravante, temos uma queda na credibilidade antes inquestionável das instituições formadoras da tradição como a família, o comportamento social, o ensino linear e cultura heterogênea tornando-se ineficiente na tarefa de desenvolver as diretrizes sociais e individuais.

Existem perguntas que realmente não conseguimos responder hoje. Com quem fica a responsabilidade de informar, esclarecer, advertir, prevenir, conscientizar e entreter se a mídia, o governo, o poder público, as empresas e os agentes sociais perdem o papel principal de instrução?

E como as pessoas e as instituições reagem ao novo mundo? O poder do conhecimento é a única coisa que pode governar o novo papel do cidadão na sua função social. Por incrível que pareça, ninguém tem as respostas, mas tem caminhos.

Prateleira cheia não enche cérebro

Quando estamos movidos pela curiosidade ficamos diante de dos desafios que nos colocam em situações de aprendizado contínuo. Novos conhecimentos nos auxiliam a lidar com situações reais.

Você consegue dizer que aprendeu algo quando é capaz de reconhecer um rigor técnico que vai para além das teorias e metodologias, mas que nos coloquem de fato em ações que estejam alinhadas com que acreditamos e que nos empurra em direção de um engajamento para além da estética.

Aprender tem que passar pelas dúvidas e necessidades, independente dos nossos desejos. No fim, aprendemos quando vamos além. Mais do ir atrás de informação, temos que comunicar. Mais do que engajar e preciso estimular a pensar. Mais do que formar ideias, é preciso transformar.

É claro que estamos numa constante revolução tecnológica, mas não podemos esquecer que o desafio de aprender é cada vez mais obrigatório num mundo interdisciplinar. Todo conhecimento adquirido tem que ganhar implicações sociais, históricas e antropológicas.

Diante das diversas configurações da nova educação, os novos arranjos e possibilidades de aprender, temos que agarrar a oportunidade de absorver o maior número possível de informações, porque ainda que nos tire todas as coisas a volta, jamais qualquer sistema conseguirá arrancar aquilo que aprendemos a ser, pensar e conhecer.

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Um texto difícil sobre compulsões, ídolos e ideias que te impedem de viver melhor

Mate seus ídolos. Antes que seja tarde. Encontre o endereço das suas compulsões mais comuns, das suas ideias mais radicais e mande um bombardeio por lá. Elimine todas as suas manias, vícios e obsessões.

Antes de falarmos um pouco de como isso está te matando, quero propor um pequeno exercício. Abra um bloco de notas. Pronto? É serio. Foi? Agora, dê o nome exato a sua estátua de idolatria preferida.

Tá difícil? Então vou te ajudar. Lembre-se que pode ser muitas coisas. Existem os ídolos que são um comportamento recorrente, uma ideia fixada na cabeça, uma pessoa que não se desfaz, um trabalho que te faz refém ou um sentimento que insiste em alugar um quarto na sua mente. Ou todos juntos.

Não tem como encomendar um torpedo preciso sem ter as coordenadas

Pode não ser hoje, nem amanhã, mas um dia, você vai atingir a maturidade e ter o discernimento do equilíbrio, mas para isso, vai precisar entender que domesticar paixões desnecessárias — seja ela qual for — vai acabar desgastando sua vida. Toda sensatez custa a ponderação.

A única desculpa para idolatrar algo de maneira fiel é mais pura imaturidade. É difícil desistir de algo quando você não está convencido de que aquilo precisa ser abandonado.

Passamos tanto tempo dedicados as nossas pequenas idolatrias de convicções, as monomanias de comportamento, as carências afetivas de pessoas e aos vislumbres sobre as nossas ideias que acabamos nos ferindo e anulando pessoas por causa delas.

Mas, calma lá. Eu não me refiro aos valores pessoais, as opções de desejos, as inclinações naturais, interesses específicos ou a afinação de gostos que vamos conquistando com o tempo.

Eu, por exemplo, acho que nunca vou enjoar de ouvir Chet Baker no começo do dia e Mac Miller nos fins de tarde, nunca deixaria de comer uma Pizza Hut ou até mesmo me desfazer de amizades com gente que amo e convivo há anos.

Não estou falando sobre aquela lista de preferências que está no nosso repertório de palpites, no elenco de pessoas que temos afinidades, nas concepções de convivência, no catálogo de conhecimentos prediletos, no inventário de argumentos ou no cardápio gourmet de sabores que criamos com o tempo, se descobrindo, afunilando e conhecendo-se.

O que acho extremamente perigoso é preservar ídolos em nome de uma adoração venerável que se assemelha a como pais ingênuos tratam tudo que o filho faz como se fosse ele fosse intocável. Me refiro a amores ensandecidos e obsessivos que se assemelham a uma espécie de fanatismo irreversível.

Como identificar essas dificuldades?

Bom, se você não consegue escanear as suas atitudes que o prejudicam, quero te ajudar a pensar um pouco sobre isso. Responda sinceramente essas perguntas abaixo e comece a pensar sobre isso.

  1. O que você acha que precisa para ser feliz?

  2. O que você pensa no meio da noite ou quando você acorda pela primeira vez pela manhã?

  3. No que você gasta muito tempo a cada dia?

  4. Com o que você se preocupa na maior parte do tempo?

  5. Do que você teria dificuldade em desistir por um mês?

  6. O que o deixa estressado ou deprimido?

  7. O que você faz quando está estressado e ou deprimido?

  8. O que você faz para evitar fazer coisas que não quer?

  9. Em que áreas de sua vida você enfrenta suas maiores lutas?

  10. De onde vêm seus sentimentos de autoestima?

  11. Para onde você foge quando está passando por momentos difíceis na vida?

  12. O que as pessoas dizem que você gasta muito tempo?

  13. O que você esconde dos outros?

  14. Sobre o que você fala demais?

  15. O que você não poderia viver sem?

Os ídolos deixam a realidade obscura, consomem recursos e roubam a alegria

Em algum momento da vida, seu arsenal de preferências vai estar entupido de imagens endeusadas. São coletâneas de ideias, pessoas, comportamentos que já passam de meros gostos, mas se tornam fetiches irremediáveis.

É nesse ponto que nos tornamos como aquela criança mimada que tem o armário cheio de brinquedos legais e caros, mas que não só consegue brincar com nenhum mas também nunca se desfaz deles. Ou como aquele idoso teimoso que mantém o porão cheio de coisas inúteis, por apego bobo, mas que jura só guarda tudo aquilo porque um dia pode precisar.

Eu torço para que em algum dia, todos queiram limpar o seu palco de ídolos, trocar a trilha sonora das suas preferências e reajustar os focos dos holofotes da sua atenção. Não basta querer reciclar, mas tem coisa que precisamos jogar no lixo.

Responda rápido: Você consegue observar como as pessoas que te amam se sentem quando te veem sendo radical? Você é capaz de notar como essa compulsão se tornou um ídolo e está te prejudicando fisicamente, emocionalmente, socialmente e existencialmente? Que lugar esse elemento ocupa na sua vida?

Acredite em mim, o dia em que tomar a decisão de queimar seus ídolos por puro esporte, remover os confortos mais radicais e repaginar a decoração do olhar sobre tudo, você vai começar a ver que a sua apuração da existência está bem mais concreta com o real.

Tome coragem e decida terminar com essa festa. Até que você não tenha entendido o prejuízo de alimentar ídolos, você não poderá viver. Eu te convido a fazer um esforço para tirar férias desse ídolo por algum tempo e esperar para ver o que acontecerá.

Faça uma pausa com seus ídolos. Mate um a um até que se livre do orgulho, da luxúria e das mentiras que comprou. Ponha à prova tudo que sabe. Deixe seu coração e alma agitados, abalados e receptíveis. Dê lugar para o que está adiante.

Qualquer coisa que colocar antes da serenidade, que desejar sem pensar, que não consegue abandonar, que dá sua dedicação total é um ídolo. Desistir de um ídolo é muito parecido com terminar um caso de amor, por isso é difícil. É uma verdadeira tristeza, mas assim que superarmos a dor, podemos começar a crescer.

Quando você não tem ídolos, pode cantar mais canções. Quando você não tem ídolos, pode fazer mais coisas. Quando você não tem ídolos, pode agir mais diferente. Quando você não tem ídolos, pode descobrir mais possibilidades.

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