verdade

Nada cura mais que a verdade ao assumir certas coisas

Faça questão de honestamente flagrar-se se sentindo superior às coisas, pessoas e sentimentos. Observe a si mesmo de modo que se pegue não conseguindo aproveitar as oportunidades reais de humildade legítima que a vida lhe concede para curar-se do que te oprime.

Calma. Volta lá no primeiro parágrafo e leia novamente, mas agora prestando a atenção em cada palavra. Pronto? É sério, volta lá. Preciso que você pense no que acabou de ler para ter uma conversa séria sobre o que acabamos de ler juntos.

Certo. Agora, a segunda coisa importante a dizer é até mais evidente, mas muito desconsiderada por nós na maior parte do tempo. E essa coisa é:

A vida é realmente muito difícil. E para achar uma sanidade possível com esta carga enorme de sofrimento natural, para aprender a lidar com o peso da nossa própria mente e viver com a inexatidão sobre o futuro, precisamos aderir a todas as oportunidades verdadeiras de ser humilde. Não pode escapar nenhuma.

O que humildade tem a ver com a capacidade de viver melhor? Bem, a começar, ser capaz de recuar diante da tentação da arrogância vai te fazer perceber a vida de uma forma mais lúcida.

Humildade não é a negação da virtude, mas é o reconhecimento de que um atributo é um presente. A sabedoria mora com gente humilde. Isso quer dizer que saber como agir passa pela modéstia. Então, a moderação, a sobriedade e simplicidade te faz agir mais. Não como covardia diante dos problemas, mas como um marcador de tolerância. Não como um limitador de atitudes, mas como uma reformulação de estratégias.

Conheço o poder mágico de remediar as coisas quando elas não andam bem, mas sei também que melhor do que dopar-se da realidade é ter um cenário de visibilidade para uma cura completa de determinados caos. Prorrogar sofrimento por não lidar com ele é a marca do arrogante. O humilde se dobra a suas capacidades possíveis.

O interessante é que notei que uma das coisas que caracteriza as pessoas que desenvolvem dificuldades de absorver a vida é que elas são, muitas vezes, ingênuas em não se perceber diante do espelho. Então, idolatram estruturas projetadas de autorealidade que realmente não está dentro de uma ordenação de pensamento e atitudes, que seja alcançável.

As pessoas sem humildade tropeçam nos tapetes das etiquetas. Tenho a impressão que é essa mentalidade é a responsável por levar a gente para caminhos incompletos e acaba por fragmentar o concreto e ampliar o sentimento de que estão devastados, sem alternativas, portanto, sem recursos.

Se você perguntar a uma pessoa orgulhosa o que fará, ela dirá imediatamente um plano de ação. Mesmo que aquilo não tenha nenhuma efetividade. São assim que elas agem emocionalmente. São viciados em seus próprios desejos à medida que se movem pela vida.

É claro que curar feridas requer tempo e recurso. Mais do que isso, exige uma abertura com a humildade para saber que a ajuda precisa estar perto. Se você sofre de alguma dificuldade para encarar a vida, você precisa entender que a humildade está diretamente relacionada à nossa capacidade de evoluir e a vontade de aprender e mudar. As pessoas humildes são melhores solucionadores de problemas.

Não há alternativas práticas possíveis para alguém que não sabe distinguir com precisão o que significa resiliência e o que significa força. Do mesmo modo que é improvável ver avanço naquelas pessoas que não consegue entender que vulnerabilidade não é sinal de fraqueza, mas é não resistir em conhecer o nosso lado mais sombrio.

Sem estar completamente livre do orgulho, você pode se deparar com a realidade posta a sua frente e sentir-se pequeno diante dela, mesmo que diga, pense e reaja como se tivesse num cenário controlado. Humildade não é sentir que você não tem uma importância, mas saber que você não é especialmente afetado pelas coisas e nem que isso te torna mais acometido por dificuldades.

Assumir o lado sombrio existindo em nós é o que permitirá uma mudança na sua postura. Uma conversa com um terapeuta pode te ajudar expressivamente nessa missão. Com respostas e indicações de caminhos mais claros, você pode mudar algum padrão de comportamento e modificar um estilo de vida.

A sua experiência subjetiva frente aos sentimentos, ao mundo exigente e aos desafios cotidianos é importante para ajudar a responder boas perguntas sobre o que você precisa fazer com quem se tornou.

Somente assim é possível descobrir as razões que seu coração, alma e pensamento acaba invadido com sentimentos obscuros. Para lidar com um lado complicado da sua personalidade ou até mesmo ganhar novas maneiras de avaliar episódios constrangedores da sua vida, você tem que ganhar essa habilidade de despir diante do espelho.

A falta de humildade vai te impedir de saber se o que você precisa é mesmo o que deseja. A cura pode significar alguns caminhos indesejáveis. Mesmo que isso signifique que você pode precisar de uma assistente social, de um momento com um psiquiatra, ou de condicionador de bons hábitos.

Embora você pense que essa escuridão possa ser apenas um problema conjugal corriqueiro, algo doido que esteja acontecendo temporariamente, uma doença que não estava esperando, uma notícia devastadora, uma perda significativa ou qualquer outra coisa que te faça ter dificuldade de encontrar satisfação na vida, você precisa ter a humildade de aprender sobre como você pode ser melhor com essa questão.

O importante é entender o que está acontecendo. Talvez haja uma história de trauma ou uma situação de abuso por parte de alguém que esteja protegendo ou uma projeção boba sobre alguma situação atual, talvez sejam circunstâncias socioeconômicas que te empurram para a insatisfação, pode ser uma questão de não saber impor autorrespeito, algo ligado a produtividade ou algum desequilibro de energia química do corpo que te faça sentir insuficiente. Tudo isso precisa de humildade.

Há uma gama infinita de coisas que impacta você e que precisa ser calculada, observada e conduzida da melhor forma por você. Seja humilde. Trate o que viveu, o que vive e o que viverá com respeito merecido. Tratar-se como alguém poderoso, mesmo sendo intimamente miserável, é atraente. Fuja dessa. Reconcilie-se com a vida gradualmente, no ritmo que consegue, da forma que é possível, mas com consistência e humildade.

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O que ninguém te fala sobre não se importar com a verdade

Ser jornalista me faz ficar preocupado com a ideia atual de que não existe mais verdade e mentira. Tentar relativizar ou moldar — para não dizer distorcer — conceitos à uma realidade pessoal parece algo bem perigoso.

Decidimos, sem pensar nas consequências disso, assumir que a verdade é tudo que está a nosso favor. E, aquilo que não nos apoia deverá ser rotulado como mentira. O truque é antigo, mas hoje fica evidente.

Quanto os fatos ocorridos em si, que são quem realmente merece atenção, eles pouco importam. Se algo está em lado oposto àquilo que pensamos, vemos abundar os eufemismos. Agora, se caso algo faça-nos sentir ameaçados, expostos ou desconfortáveis, a gente abandona os acontecimentos concretos e passa a adaptá-los.

A razão deste texto é entender que o problema não são mentiras que circulam.Somos nós. Um estudo diz que A desonestidade é inerente a nossa realidade humana e transpassa por todas as esferas da nossa vida. Até aí, não há muita novidade, mas e quando isso torna-se insuportável por ter permeado todas as esferas da vida? Estamos definitivamente na era da pós-verdade.

Pós-verdade quer dizer o que?

Ralph Keynes em seu livro A Era da Pós-Verdade: Desonestidade e Decepção na Vida Contemporânea (2004) traz o conceito daquilo que ele chamou de pós-verdade.

Este termo foi também eleito pelo Oxford Dictionaries como a palavra do ano em 2016. E o site oficial pontuou que, no caso do termo em inglês, post-truth, a palavra “post” não está ligado a um tempo posterior de um acontecimento, como quando alguém diz pós-guerra, mas sim tem a conotação de superação, como se aquilo já não tivesse muita importância.

Segundo o editor do dicionário, a pós-verdade foi usada pela primeira vez nesse sentido em 1992, em um dos ensaios do sérvio-americano Steve Tesich na revista The Nation. O contexto era que ele estava refletindo sobre o escândalo contra o Irã a Guerra do Golfo. No texto, Tesich relatou que “nós, como pessoas livres, decidimos livremente que queremos viver em algum mundo pós-verdade”.

Mas o que nós temos a ver com isso?

Por mais que o termo tenha sido usado mais recentemente no âmbito político, hoje é totalmente visível que não estamos mais atentos ao que, de fato aconteceu. Assumimos discursos sem se importar com aquilo que está por trás, sem ter condições de checar muitas vezes, sem a preocupação de certificar-se que a verdade assumida é o mais próximo da realidade.

E isso não é exclusividade da imprensa, este é o nosso dia-dia. Estamos sempre compartilhando mensagens caluniosas sobre os políticos que não somos simpáticos, modificando discursos de pessoas que não aprovamos determinados comportamentos, substituindo significados para responder as nossas demandas ideológicas, ocultando elementos de uma história para vender outras. Somos parte da gênese deste monstro que criticamos.

A grande discussão sobre as Fake News e como elas impactam a política é a maior prova de como esse conceito afeta a realidade a nossa volta. Além disso, há uma tentativa enorme de mudar a linguagem e os significados dos seus verbetes apenas para servir realidades ideológicas, existe uma grande tentativa de trazer significâncias modificadas a terminologias que antes era bem consolidadas.

O resultado dessa mudança no discurso lotado de pós-verdades é que passamos a adotar um perigo eminente de justificar qualquer horror em nome do relativismo. Os flagrantes já não provam mais nada, todo fato concreto precisará driblar as versões alternativas para se sustentar, ainda que ele seja comprovado.

As redes sociais ampliaram ainda mais essa discussão. Qualquer figura pública pode hoje fornecer opiniões em praticamente tudo sem que haja investigação. Sem contar que qualquer pessoa hoje pode se tornar um emissor de opinião sem que haja responsabilidade. Os algoritmos também não contribuem fortalecendo uma burrice monocultural que transforma o mundo em um grande condomínio fechado e agrava mais ainda os radicalismo.

Para fechar, em uma cultura de culto à personalidade, a identidade ultrapassa os argumentos. Sem contar a crescente perda de interesse nas evidências. Estamos mais abertos a receber aquilo que nos ajuda a propagar nossas ideias, e totalmente agressivos com o oposto. O resultado disso tudo é uma sociedade radical, que emite mentiras sem medo do que podem estar fazendo, que vivem cada vez mais em guetos mentais e que perderam de vista totalmente a noção de confiança e credibilidade.

A verdade já não importa. Importante mesmo é como ela pode servir a nós e ao grupo que pertencemos. O resto, a gente apenas ignora.

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