amor

Então, você quer um amor que vale a pena?

Você vê aquele casal de amigos ou conhecidos que estão super felizes juntos e precisa lidar com aquele sentimento dúbio de sentir uma espécie de inveja — mas que você chama de outro nome mais bonito porque sentir inveja pega meio mal — e sentir junto uma alegria por estar diante de uma evidência de amor tão raro nos dias de hoje.

Até que chega uma hora que você, então, nem esconde mais que sente a tal da dor de cotovelo por eles. Daquelas boas mesmo, sabe? Repara em como eles se dão bem, como os planos deles parecem dar sempre certo, pensa que este é um episódio peculiar e que a vida deles pode até ser um pouco mais feliz que a sua.

Você se pega admirando como os dois se admiram entre si, gosta de como se tratam e como um se referem ao outro sempre com carinho e respeito. Eles te fazem acender uma vela no altar da esperança, mas logo, você se convence que esse tipo de coisa não acontece todo dia.

Então, se convence com toda convicção que talvez esse seja um golpe de sorte da vida, daquelas coisas que acontecem rarissimamente. Um evento que a vida faz uma vez e depois demorar para acontecer novamente. Ela premia um em cada cem mil, ou um milhão, sei lá. O que você sabe é que eles foram sortudos, e você, parece que não sabe nem como esquecer e se livrar do velho enrosco que só te faz mal.

Então admite que parceiros bons são raridade e que pessoas como você jamais teria essa sorte toda, afinal, você nunca ganhou nem em rifa de batedeira que compra de vizinha, quem dirá um amor de verdade. E, quer saber, talvez você esteja certo. Talvez você seja uma farejadora de merda. Tá ofendido? Calma, que até o final do texto, talvez você me processe. (setor de vai dar merda em alerta)

O importante é que você até sabe que precisa mudar algumas coisas. A começar pelo que te atrai em alguém. Você tem preferências e gostos duvidosos, mas sabe disso. Dizem que gosto não se discute, mas ninguém acharia normal beber esgoto de canudinho. Entenda que você é viciado na imagem que você projeta das pessoas ideais, mesmo que não assuma.

Você pensa que alguém para você pode até não gostar de dançar, mas tem que curtir sertanejo. Pode até sair sozinho com amigos, desde que saiba sempre onde está e com quem. Não precisa ter um carro do ano, mas tem que dar um jeito de te pegar em casa. Tem que aturar seus atrasos e caprichos. Tem que saber das datas importantes, tem que valorizar suas qualidades. Uma barriguinha até se torna aceitável, desde que também poste foto na academia.

Você tem essa pessoana sua mente. Aquela figura que você pensa ser o mínimo para se sentir feliz. Tudo bem, não tem nada de mais em querer um Bigmac. Mas talvez, o molho extra por mais um real estrague o seu lanche. Talvez o combo te deixe passando mal.

Você acaba sempre acreditando que o melhor para você é aquele padrão de cara ou de menina que você criou na sua mente e que você fica tentando encaixar qualquer pretendente dentro desse escopo mental que você idolatra. Repare que você é viciado em gente que te mata aos poucos, e mesmo que goste de um sorriso bonito e óculos, um braço fechado na tattoo, um bigode de maloqueiro ou uma malandragem aparente, seu esteriótipo te afoga emocionalmente.

Vamos falando sobre os lugares que frequenta? Você sabe que não são os melhores para encontrar gente séria e que queiram te conhecer realmente. Tá! Pode ser que você ache o amor da sua vida numa micareta ou numa festa de open bar, mas ninguém está lá para namorar. Qual a chance? Acontece, mas não é esse o objetivo. Você sabe disso, mas sempre cai na pilha das suas amizades que além de te fazer ter péssimas escolhas, também não são exemplos de pessoas com relacionamentos saudáveis que você tanto queria.

Você pode argumentar que não frequenta lugares badalados e que desse mal não sofre, mas quando você vai à padaria, vai pela razão errada. Você não sabe contemplar um evento sem ficar caçando possíveis alvos para se machucar, por isso, você tem que reaprender a aproveitar os lugares com se fosse um dia normal. Você acha pretendente até mesmo na fila do mercado. É isso que te mata.

Prontos para a verdade? Você talvez não queira um amor, talvez você queira uma pessoa que te idolatre, que te coloque num pedestal e que faça de você uma prioridade absoluta sobre tudo. Talvez, o que você queira é ser amado sem amar tudo que consegue, é ser convidado sem convidar, é ser querido sem fazer o mínimo para ser simpático, é ser servido fazendo para os outros o suficiente.

Talvez você não seja tão simpática e acessível como pensa que é, talvez você finja ser tímida com novas pessoas porque, no fundo, você tem medo de dar certo com algumas pessoas que não preenchem o seu check-list do mundo ideal. Talvez você corte pessoas legais porque você é um escroto afixado em padrões.

Talvez você não queria um relacionamento igual dos seus amigos, talvez você não queria amar, nem queira um relacionamento sério. Talvez você queira apenas se sentir mais acolhida, mais ouvida, mais querida, mais considerada, mais elogiável, mais preterida. É por isso que se lança de aventura em aventura como se não soubesse o que quer, como se não tivesse respeito algum pelo que sente, pelo que pensa sobre a vida, pelos seus valores pessoais, pelo que você já sabe que acaba com você.

Talvez você queria apenas os benefícios de ser amado, sem ter o compromisso de amar. Pode ser que você não esteja disposto para encontrar alguém tão falho, tão insuficiente, tão medroso, tão carente, tão necessitado, tão emocionalmente impreciso, tão iludido quanto você. No entanto, também, não esteja disposto a se ver como alguém carinhoso, cortês, atencioso, doador, gentil, simpático, paciente com as pessoas e com tudo que você gostaria de viver.

E, é por isso que você corre tanto atrás de pessoas e coisas erradas e que você é emocionalmente dependente, que te iludem sobre a realidade e fazem de você o que bem entender. Talvez você seja a maior mentira que você aprendeu a contar para si. Você não quer um amor, você quer ser um objeto de adoração.

Ficou puta? A boa notícia é que acabei de denunciar você para si mesmo, então, você já sabe que não precisa de tudo que acredita que precisa para ser feliz ao lado de alguém. E sabe, no fundo, que só precisa estar disposto a amar mais a si mesmo e as pessoas que valem a pena.

Ame o que vale a pena e não tudo o que vier de bandeja. Não vá pelo caminho fácil. Mude seu padrão de lugares, de pessoas e de sinais de amor. Deixe de farejar merda e seja a amiga que todo mundo tem inveja boa.

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Gente que se acha, lógica de consumo, inversão e amor

Gente que se acha

É batata. Essa gente toda que paga de bem resolvida são geralmente os mais doentes entre as pessoas. Elas dizem ser isso e aquilo, se empoderam de ilusões a seu respeito, gritam para os quatro cantos que fazem e acontecem, mas na primeira exposição de fragilidades se deitam com a consciência — que nunca mente para gente — o quão vitimas elas se sentem de tudo e todos.

Terceiriza problemas mal resolvidos com ela mesma ao mundo, culpabilizam a todos ao seu redor por toda falta de sorte, por todas as ocasiões que a vida a rejeitou para tirar dela a descoberta patente: elas não são tudo que gostariam de ser, não sentem o que dizem que sentem e são pegas no flagrante absoluto de que você nasce sozinho e morre sozinho. Descobrem que ninguém tem a obrigação de te fazer a coisa mais importante da vida delas.
Essa gente se esquece de que o caminho para restaurar a dignidade perdida por um acaso ruim da vida é se levantar e encarar que ninguém é pior, mas também não é melhor que você. As pessoas apenas diferem, e você terá que aprender a não ser querida, a não ser amada, a não ser desejada porque simplesmente ninguém te prometeu isso na vida.

Não dá para ficar com esse papo de todo mundo ser coitado. O mundo girará, ou você corre com o que tem na mão ou ficará para trás choramingando por uma realidade que não existirá.

A poltrona da vítima é confortável porque te dá toda atenção do mundo, mas sentar nela te torna imóvel, fraca e atrofia os músculos. Se você tem dificuldade com algo, com outro ou consigo mesmo, apenas aceite que você não tem tudo que quer, mas também não perdeu tudo que tinha.

É bom sempre lembrar que ainda tem muito para além do que o espelho mostra. Não somos só histórias de triunfo, mas não só as mentiras que contamos. Não somos apenas oportunidades bem aproveitadas e nem coletâneas de acasos e fracassos. Não temos que ser só animação, mas não precisamos viver das desistências. Não seremos fortes, mas também não temos que nos apoiar nas inseguranças, nos disfarces, nas simulações.

Tem que existir sempre na gente um pouco sinceridade. Coisa que essa gente toda que vive de contar histórias bonitas sobre si, e sobre o outro perdeu de vista. Eles estão malucos, cara. Não se guie por eles. É só aparência. É só discurso.

Por fim, se você anda só com quem te mima em todas as horas duras, em que só te apoia em tudo e concorda com tudo que diz, você não entende o mal danado que essa gente te faz. Agora, se andar com quem te levanta e te coloca diante do espelho, você tem que saber que essa é uma pessoa que nunca devemos abandonar.

Porque cuidar é não esconder, é enfrentar, sacudir o corpo e seguir. Mantenha perto de você pessoas que te mostrem quem você é, e não o que gostaria ou deveria ser.

Lógica de consumo

Olha como é a lógica desse tempo: fazia um tempo que eu sustentava o uso do meu Iphone 8. Quando comprei, fiquei de cara com a câmera, mas como todo aparelho da Apple, uma hora a bateria vai para a UTI e ele fica ultrapassado.

Nem posso reclamar. Tendo experimentado um dispositivo Android por vários anos, posso dizer que iPhones valem cada centavo. O aumento de produtividade que recebo do dispositivo (em comparação com a concorrência) vale a pena. Assim como o ecossistema de experiência e o atendimento ao cliente. Enfim, o modelo 8 me serviu por muito tempo e se não fosse pela decadência da saúde da bateria, eu continuaria com ele por mais algum tempo.(Obsolescência programada. Google, pesquisar)

Tendo percebido isso, comecei aquele processo de quem precisa comprar algo realmente caro. Entrava nos sites para monitorar preços e via vídeos no YouTube com comparativos para tentar me convencer ser um bom investimento. Quase sempre o brasileiro comum espera sair o modelo 20, para o 19 ficar acessível aos ricos, para eles venderem o 18, cogitamos comprar o 17 e se esforçar para pagar 16 tendo orçamento para o 15. Pelo menos na minha vida sempre foi assim.

Foi quando uma oportunidade apareceu do nada na minha vida. Um amigo foi até os EUA para comprar um novo para ele e acabou trazendo também para outro conhecido o Iphone 13. Chegando aqui no Brasil, a pessoa desistiu de comprar dele que acabou me oferecendo pelo preço mais em conta. Era uma oportunidade única já que costumo usar um celular por 4 ou 5 anos.

Comprei. Eu já pesquisara muito sobre ele, separado a grana e não tive dúvidas. Uns 3 dias depois estava numa mesa do bar e uma garota me perguntou qual era o modelo do meu novo celular que estava sobre a mesa. Aí que a coisa pegou. Fui logo contando a história, mas já me justificando: “Comprei o iPhone 13, mas não é o PRO sabe, só o 13 mesmo. Normal.”

Olha só como a coisa é sutil na mente da gente: me dei conta que existe uma coisa na nossa mente que diz sempre que estamos atrasados ou precisando de mais do que temos. Mesmo tendo comprado um modelo atual, excelente e inacessível a muita gente, me sentindo feliz com a escolha, eu tive a necessidade de explica-la porque eu não estava com o modelo mais caro e mais top de linha da maçãzinha.

Temos que ficar de olho nessas coisas ou essas coisas nos dominam.

Inversão

Nunca acreditei no que as pessoas dizem sobre elas. Normalmente, a percepções que tem de si são invertidas. Explico.

Conversava com amigos e percebi que muitas pessoas realmente possuem medo de se curar dos seus traumas. Elas podem até identificar seus problemas e reconhecer suas dificuldades com lucidez, mas resistem na ideia de livrar-se daquilo porque toda a sua identidade e personalidade está centrada no trauma que eles sofreram.

Eles não fazem ideia de quem eles são fora dos seus próprios traumas. Por isso, fixam morada ali naquele lugar frágil como garantia de que vão receber a atenção que recebem sempre. Olham para seus traumas como um karma inquebrável, como um destino fatal e imutável, uma espécie de maldição que não pode ser desfeita e entram nesse casamento indissolúvel com seu passado. Isso é assustador.

Sabemos que uma coisa é o conteúdo consciente da nossa mente e outro é o inconsciente. As pessoas falam muito sobre o que desejam, mas, no fundo, não querem tanto aquilo no momento. Enquanto não sabem o que querem claramente, viverão confundindo aquilo que acreditam que querem, com o que realmente estão atrás na vida e se comportando exatamente o oposto.

As pessoas mentem. Pode até não ser na má intenção, mas para se proteger, e esconder-se de si, não lidar com a realidade que está patente. Pode ser para aquilo fazer sentido para ela, para poderem explicar as suas paranoias sem se sentir culpadas ou responsabilizadas pelas escolhas que fizeram. Talvez elas mesmo acreditam no que dizem, mesmo que o comportamento revele outra coisa.

Eu já descobri que não dá para trair-se. Em primeiro lugar, temos que aprender a declarar para nós mesmo o que realmente pensamos sobre algo. Geralmente, as pessoas não fazem isso. Quando elas vão dizer o que estão pensando, já querem melhorar a ideia para não dizer claramente tudo.

Ao invés de dizer o que realmente pensam, ficam tentando embelezar as suas ideias para si mesmo e para os outros. Então, o jeito que arrumei de escapar disso é fazer perguntas para mim mesmo e dizer o que realmente penso a respeito.

Não importa que pareça insensatez, estupidez ou incoerência, mas é assim que podemos nos conhecer melhor e entender como podemos ou não pensar e viver o mundo a nossa volta. Tratar a realidade com a verdade total.

Amor é mais que isso, tá?

As pessoas não sabem lidar com uma vida tranquila nos relacionamentos porque confundem paz com tédio e caos com se sentir viva. Tenho a impressão de que muita gente não sabe lidar com um mundo sem discussões bobas por coisas simples, sem ter que controlar o outro ou deixar-se ser inspecionadas, não conseguem se sustentar com o sossego de alguém que só te ama.

Não. Para muitas delas, o amor para ser vivo, verdadeiro e merecedor de créditos, ele precisa ser um ambiente asfixiador. Um bom companheiro para a maioria das pessoas é um sujeito castrado. Moralmente, eticamente, instintivamente e, principalmente, sexualmente. Um eunuco que fez o voto de morar num calabouço para agradar a sua divindade.

Essa é uma geração que arrota liberdade, mas quando se relaciona, cria um ambiente em que precisam de contatos excessivos para sentirem-se seguras, dizem não se importar com fatores externos como beleza, dinheiro, status, mas fazem da conveniência seu principal filtro de escolha, que se prende ao que espera que aconteça e não no que está acontecendo.

Amor não tem microgerenciamentos. Disfarçam num discurso de cuidado a sua vontade de monitorar aqueles que amam e buscam sempre razões que podem justificar o amor do outro por ele. Andam e fazem o outro andar numa corda bamba de emoções e te empurram para os interesses dele, na esperança de “transformar” você. Amor não tem a ver com atitudes críticas e enxurradas de perguntas.

Amor é diferente. Se você sente que precisa “agradar” para continuar com alguém, considere pensar se esse relacionamento é ou não saudável. Não conseguir gerenciar suas emoções pode ser um sinal de que o relacionamento está se tornando um veneno para você. Daí, ou conserta, ou joga fora.

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Conheci alguém e estamos perdidamente apaixonados

Não é de hoje que faço deste lugar meu confessionário com platéia. Um lugar próprio para admitir. E começo: Estou oficialmente dentro de um romance profundo.

Eu juro que realmente tentei resistir ao sentimento de entrega, no entanto, existe inevitavelmente algo bem mais forte que nos empurra para uma relação mais séria. Há uma conexão imperiosa ao ponto de não julgar conseguir mais me ver longe dela.

Acabamos nos conhecendo naquelas ocasiões da vida em que o acaso é só uma questão de oportunidade. Não lembro bem, mas foi há um bom tempo atrás. Viramos noites inteiras em conversas intermináveis como quem não se importa de esticar cada milímetro de segundo.

Foi aquele amor clássico. Originado na mais pura amizade. Sempre que cruzo com ela, tenho a sensação de arrebatamento profundo. Ela ofereceu-me um pouco mais de atenção do que a maioria, dá-me voluntariamente seu colo para deitar e, por alguns minutos envolve-me com um abraço interminável.

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Há nela a qualidade fundamental de deixar-me reclamar da vida sem sequer me julgar. Nem por um instante. Fica sempre parada ouvindo-me atentamente pronunciar as mais heréticas objeções à vida. Às vezes, ela mesmo é minha maior cúmplice em delatar o mundo numa meia dúzia de ofensas.

Inúmeras vezes, ela fez-me chorar, mas sempre diante do belo. Pôs-me a soluçar com suas soluções entorpecentes, me colocou diante de mim como quem aproxima uma lupa sobre a alma e aponta dizendo: “Tá vendo bem ali, ali tem uma coisinha mal resolvida que não reparou ainda. Vale a pena ver isso, não é?”

Quando me vejo totalmente neurótico, compulsivamente caótico, sua presença confortável faz-me olhar de frente. Agora, passamos da fase dos flertes intermináveis. Estamos num amor maduro. De lençóis abarrotados. De suspiros longos.

Fiquei viciado em sua companhia. Tento a encaixar em qualquer programa que faço. A levo para todos os lados. Meus amigos me alertam de que isso pode sair um pouco do controle no futuro e que talvez seja um pouco doentio, mas não me importo, simplesmente não estou nem aí, fico confortável na frente dela.

A cada filme que assistimos juntos, a cada música que dividimos a playlist, a cada peça que rimos ou choramos enquanto nos entreolhamos, eu descubro mais sobre como somos completos. No feriado passado, zeramos juntos uma série do Netflix. O tradicional amor pós-moderno. A arte e o gosto pelo primor é a nossa principal ligação.

O caso já virou sério. Foi nela que depositei toda a minha falta de significado. Ela nunca deu-me a entender que não era capaz de ser fiel, ela simplesmente me procura insistentemente nos momentos complicados e me faz pensar que a sua companhia é absoluta na minha vida.

Ela me confessou outro dia que não é o primeiro escritor que se encanta por elas. Estamos apaixonados. Perdidamente entrelaçados.

Te amarei para sempre, Melancolia.

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O que não te contam sobre o "eu te amo" estar cada vez mais raro

Sim, há quem tenha vivido um tempo em que o “eu te amo” era mais popular. Às vezes, esses dizeres eram inevitavelmente inconsequente, ligeiramente abastado, mas sempre com endereços fixos.

A gente dizia “eu te amo” sabendo que amava. Desde a mais insignificante pessoa da família até os mais avassaladores amores de corredor, a gente sentia que amava, e isso era o suficiente para ir logo desembuchando a trinca de ouro mais famosa da retórica.

A banalização do “eu te amo” criou uma geração ressabiada em dizer o que sente. Com medo das três combinações de verbetes muito almejados dos ouvidos, entramos num tempo de escassez expressiva. Como um terreno de garimpo já bem explorado.

Em tempos de solidão coletiva, acostumamos com a falta. Mas além disso, entramos numa confusão massificada que resultou num terreno moderno ruim para florescer o amor.

A inconsistente crise do “Eu”

Conhecer-se sempre foi o maior desafio do ser humano. Saber quem somos é uma das pergunta mais feita desde que o homem notou-se como ser, mas também é uma das únicas questões que menos encontramos respostas concretas. 

A maioria de nós tem só um pequeno flash da compreensão e do entendimento de si. Isso nos incomodou sempre, mas nem todos realmente se importam com esse olhar para dentro de si. Todo mundo tem seus escapes e suas maneiras de fugir de si.

Apesar da crescente onda da psicologia aplicada, da meditação e de todos os métodos de autoconhecimento estarem em crescente popularidade — e muito disso é devido ao diagnóstico incontestável da falta de sanidade coletiva em que vivemos e da evidente crise na saúde mental padrão — ainda assim, há esconderijos pessoais que a gente não ousa entrar para entender. 

Lembro de uma amiga que um dia me disse que gostaria de mudar de país para esquecer a crise pessoal que estava vivendo. Lembro de ter-lhe dito: “Não vai adianta, querida. O seu problema é que onde quer que esteja, você estará lá!” Ou seja, o problema dela é lidar consigo mesma.

Ter a dimensão completa de si é um dos trabalhos mais difíceis e dolorosos que alguém pode insistir em procurar. Vasculhar-se pode ser realmente doloroso, afinal, o espelho da alma reflete tudo inclusive aqueles inevitáveis limites que temos que encarar.

Por um outro lado, não devemos nos acovardar diante das descobertas. Quando somos ousados para deixar de olhar na superfície e perceber que, apesar do baque de encontrar-se ser grande, isso pode ser realmente uma grande viagem para corajosos.

Além disso, precisamos parar de se tornar pessoas que criam e projetam as suas próprias personalidades de maneira artificial, inexata, virtual e abandonar essa versão impalpável em que acabamos acreditando diante do circo que nós próprios montamos para fingir ser.

A consciência de si, ou melhor, do “eu”, nos ajuda também a nos recolocar diante de uma mundo sem significado. Encontrar nosso lugar diante das pessoas, da nossa realidade vivenciada e do outro também é fundamental. A gente não sabe o que é “eu”. 

Esta é a primeira razão que não temos mais a intrepidez de olhar bem diante do olho de alguém e revelar o amor pelo outro em palavras. Quem não sabe sobre si, não sabe o que quer.

A falta de consciência do “Te’

Bem, se não damos conta de olhar para si mesmo, quem dirá do outro. Sobretudo, em um mundo onde a preservação de si próprio é uma religião destemida e crescente, não há espaço para o outro.

Perguntei a um amigo que trabalha no ramo alimentício se era apenas impressão minha ou antigamente os produtos eram enormes e agora eles vêm diminuindo.

Ele me confirmou, sem pestanejar, que muitas indústrias estão realmente investindo em produtos e embalagens que tenham pequenas porções. A razão é simples: O mundo está cada vez menos comunitário. Se estamos vivendo uma vida mais sozinha, não faz sentido ter produtos tamanho família. Bingo.

Não só a gente tá se acostumando a viver sem o outro como também isso gera uma individualidade problemática. Minha avó sempre dizia que o mundo tem a filosofia prática do: “Pouca farinha, meu pilão primeiro”. Isso quer dizer, a gente não só vive mais desacompanhado como também liga cada vez menos pra condição do outro.

Nesse sentido, entrar um cinismo diante dessa verdade que nos afunda mais nesse buraco da falta de senso de comunidade. Sem dúvida, o mais certeiro caminho para a infelicidade é a trilha do egocentrismo. 

Embora esta percepção crítica seja uma realidade muito conhecida pela simples leitura do contexto atual, ainda assim, veneramos sem perceber os modelos que bonificam a ideia de isolamento, dizendo sempre assim: “Bem, o mundo é assim, não é? O que eu posso fazer?”

A pergunta que não quer calar continua gritante: “Por que todo mundo se sente sozinho, mas mesmo assim realiza pouco para mudar?”. A resposta é certeira: É justamente porque perdemos de dimensão a realidade coletiva. 

Criamos um mundo para lutar as nossas próprias lutas, para conquistar as nossas próprias coisas, para lidar apenas com as nossas questões, para viver o “eu mesmo” sem interrupções. Essa independência pode parece protetora num mundo que não aprendeu a frustrar-se. A auto-preservação nos impede de avançar.

Ao perdemos a dimensão do outro, não faz mais sentido dizer “eu te amo”. E a razão é básica: Não é viável amar sozinho. Nem mesmo a si. Parece óbvio, mas esquecemos: Amar o outro é prerrogativa básica para existir “Eu te amo”.

O desconhecimento do “Amo”

Eu vivo perguntando para as pessoas: “Você acha que já foi amado de verdade na vida?”. A cena é sempre a mesma: A surpresa no olhar de quem nunca pensou sobre isso, uma pausa pontual e depois um breve balbuciar: “Não sei. Talvez.”. E sempre concluo dizendo: “Se você tivesse sido, saberia com certeza.”

Para muita gente, declarar amor hoje é como estar pelado numa grande avenida. O amor tem uma faceta de vulnerabilidade que não estamos acostumados a sentir. Ele é realmente o mais irrastreável e desejado dos sentimentos desconhecidos.

O amor é de uma nudez impressionante. E aqui tem um ponto a esclarecer: Não falo de sexo, falo dessa dimensão que o amor tem de nos colocar diante do outro sem reservas. De nos escancarar para o outro a partir de uma inconveniência ímpar. 

É por isso que não sabemos reconhecer o amor. Não queremos mais essa fragilidade. As pessoas não querem escolher errado, então elas atrasam qualquer decisão. Dizer que “eu te amo” para um parceiro em potencial pode significa para elas que não pode dizer o mesmo para outro. E isso nos acovarda.

Entende que se estamos tendo dificuldade de identificar o que é amor e de sentir-se amado, não faz sentido dizer a tríade verbal do “Eu te amo? Esta também é uma das razões da carência de um “eu te amo” despretensioso?

Como recuperar o “Eu te amo”?

O que não te contam sobre o “eu te amo” estar cada vez mais raro é que, na teoria, precisamos ir atrás de entender quem somos, aprender a identificar o que o outro precisa e saber reconhecer no amor a sua mais pura praticidade existencial. 

Não saber-se reconhecer significa aceitar-se com uma mediocridade terrível e desistir de tentar uma evolução pessoal mais produtiva e benéfica a si próprio. É passar a vida sem ter sido o que poderia ser.

Não dar um passo em direção das outras pessoas por egoísmo, por receio, por trauma, por qualquer razão que seja é assumir que a sua sensação de auto-suficiência te empurrou para uma vida sem legado.

E por último, não ser capaz de amar é assumir que eliminou uma parte fundamental da nossa humanidade. É dizer que teve uma vida sem construir uma ponte qualquer com alguém. É ter apenas a si mesmo como uma trágica referência única.

 O mais curioso disso tudo é que a geração que arrota liberdade, que diz viver mais intensamente, que se envolve entre si sem se preocupar tanto com as tradicionais amarras morais é ironicamente a que mais respeita o “eu te amo”, mas a que menos ama intensamente. Vai entender. 

Ninguém mais sabe o que é o “eu”. Ninguém mais sabe o que é o “te”. Ninguém mais sabe o que é o “Amo”.

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O que ninguém te conta sobre o cansaço que o amor moderno traz

Boa parte do amor é euforia. No entanto, nos dias de hoje, nem tudo acaba bem quando um amor demonstra empolgação demais. Explico. Entendemos que “amar demais” é um problema e leva fatalmente ao fim de um amor.

É claro que você já viveu aquele sentimento de conhecer alguém, sentir que seu coração foi invadido por algo bom, ter a impressão de que poderia muito bem permanecer na companhia daquela pessoa para a vida toda, mas inexplicavelmente ver um dos dois optar por, diante do crescente interesse em ficar juntos, diminuir drasticamente a velocidade e o andamento de um relacionamento.

Chega um momento em que ambos colocam tudo em marcha lenta e passam a economizar afetos, medir palavras, evitar exposições sentimentais, e com isso, induzir um coma proposital e induzido aos amores recém nascidos. 

 Eu te digo de cara — e sem medo de errar — que: Isso tudo é puro medo. Na verdade, são tipos de medos:

(1) Aquele mais clássico de investir profundamente numa relação e ter que assistir tragicamente algo sair errado no futuro, e não dar conta do esforço maior que é recuperar-se. É aquele medo de um desconhecido sentimento previamente projetado;

 (2) E o outro terror comum diz respeito a ter o receio de mudar toda a sua vida em função de uma nova experiência de amor. Isso é, já que os dois deram tão certo, um deles acredita que não dará conta de manter aquilo, ou que não quer abrir mão de outras escolhas, e agora, só pensa em aproveitar o tempo que der — e geralmente é pouco — para depois fugir de maneira discreta daquela “pressão”.

As situações flagrantes acima, apenas demonstram que estamos no mundo em que expor emoções demais num relacionamento pode despertar medos bobos nas pessoas e criar uma relação medrosa fadada ao insucesso antes mesmo da sua vida. 

A lógica moderna é uma só: se importar ou não

É bizarro pensar assim, mas receio em dizer que esta é esta a maior das realidades no que se trata de relacionamentos atuais:

Quanto menos se importa com alguém, mais amarrado a pessoa pode sentir-se a você. Quanto mais se dedica a externar sentimento, menos interessadas as pessoas podem ficar em você.

A questão que envolve toda essa situação é mais complexa ainda. Ela torna pessoas boas em reféns, e as intenções sinceras de amor são sempre menosprezadas. 

Conheci uma história, outro dia, de uma pessoa que me disse: “Bem, ele é uma pessoa boa, um sujeito realmente querido, não me faz mal algum, sempre está aqui quando eu preciso, eu até gosto de estar perto dele, de rir e ver o quanto ele é um amorzinho, mas sabe, não gosto de como ele se dedica a mim e não sei se quero ficar com ele por isso. Talvez ele mereça alguém melhor que eu.”

Este comportamento é assustadoramente comum. Mas, creio que aprender a amar alguém não deveria ser um sacrifício. Se alguém, voluntariamente, insiste em permanecer te amando, você não deveria sentir-se mal com isso.

Mas por quê preferimos alguém que vive jogando psicologicamente conosco?

O lance está em quebrar padrões. Amores desastrosos nos atraem por causa disso: Queremos barreiras. Queremos nos sentir confusos. Isso nos dá a sensação de vitalidade.

Quando temos um amor muito “perfeito”, nosso cérebro tende a gerar a sensação ruim de desconforto que a falta de nos traz. Temos a ideia meio de que “merecemos o amor que conquistamos”, e isso, justifica a nossa busca e permanência dentro de um amor confuso ou inexato.

Apesar disso, creio que se você tem que procurar razão para amar alguém em lugares além da satisfação e da reciprocidade, isso por si só, deveria te mostrar a não investir um minuto a mais naquilo.

Se você tem que perguntar-se se alguém é a pessoa ideal para você, então é bastante provável que você não goste dessa pessoa, mas sim do que ela pode ou oferece para você. Eu sei, a denúncia aqui é grave.

Como (tentar) lidar com essa questão

A coisa mais importante é você sempre saber em que estágio está com a outra pessoa e respeitar este degrau. 

Não estou falando de ter que necessariamente rotular um determinado status, mas sim em compreender que se estão juntos para construir algo, os dois precisaram investir naquilo igualmente. Agora, se simplesmente não significam nada para o outro, ter coragem de ser honesto.

Ninguém deveria estar investindo tanto tempo e energia em algo que não tem reciprocidade.

Além disso, existe aquilo que chamamos de responsabilidade afetiva, ou seja, é inevitável relacionar-se com alguém a fim de construir algo positivo nela e ela em você de maneira indiferente.

É ser humano o suficiente para responsabilizar-se pelos sentimentos que pode causar no outro e aprender a gerir expectativas que naturalmente cria em outros.

Basicamente, é saber se colocar no lugar do outro e entender o que ele espera de você, não só para retribuir naturalmente, mas porque é o que você identifica que também quer.

Quando conhecer alguém, por favor, apenas seja gente

O mais importante quando você conhece alguém e acredita que podem evoluir para algo realmente significativo é ter cuidado sim com a velocidade das coisas andando sempre no ritmo certo, mas administrar nossos medos convencionais e fazer questão de entender o do outro.

É, essencialmente, aprender a não esconder sentimentos por capricho, a não fingir emoções para persuadir, a ter coragem de ser a gente mesmo sem que isso danifique o outro, a não tomar decisões antecipada sem antes conversar com a outra pessoa, a não deixar as impressões e preconceitos pessoais falarem mais alto.

E por último, aprender que fazer questão de estar sempre no mesmo nível de afeto que o outro precisa não é trair-se, mas sim doar-se para um fdesejo mútuo. Você sempre pode fazer mais do que acha que pode.

O que ninguém te conta sobre o cansaço que o amor moderno traz é que estamos tornando algo profundamente bom em um fardo mental muito grande para nós e para os outros.

O amor moderno precisa urgente de uma reciclagem mental. E necessariamente, tem que sair da mentalidade individualista e ser mais generoso com o outro.

Amar a si mesmo não é amar-se mais do que ama o outro, mas é amar-se, fundamentalmente, enquanto também ama o outro.

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O que ninguém te fala quando um amor não é possível por força maior

Fatalmente, há amores incontestavelmente inviáveis. Não há falta de interesse. Não há ausência de carinho. Não há uma incompatibilidade sequer. Apenas são amores que nasceram, mas não tem espaço de crescer. Amores de incubadora.

Parece que há uma lei obrigatória no universo em que todo mundo um dia vai encontrar a pessoa aparentemente ideal para entrar na sua vida, mas no lugar e no tempo errado.

Todo mundo já viveu aquela pessoa que mexe com a gente de maneira diferente. Como quem joga uma bomba atômica no meio da alma e nos arrebata sem razão aparente.

São pessoas que vivem perambulando pelos nossos pensamentos como quem caminha confortavelmente por um jardim de lembranças. Nos visitam a todo momento, moram em nossas mentes e estão presentes diante de um sabor, uma imagem, um som ou determinadas palavras.

Aquele fatídico dia da constatação

Até que chega um dia em que vocês tem que sentarem um ao lado do outro, encarar os olhos e concordarem que amam a maneira como se dão bem, que acham graça como sentem-se felizes juntos, que se pegam sorrindo ao perceber que ambos os sonhos estão muito alinhados, que a admiram-se por serem pessoas foda no que fazem, que se vêem como companheiros incríveis e que amam cada parte um do outro.

Até que num dado momento sua garganta dá um forte nó de escoteiro enquanto diz a ela que fica encantado com a maneira que prende o cabelo, que fica feliz com as conquistas pessoais dela, que sente que a vida é boa demais na sua presença e que fica eufórico quando ela combina as roupas daquela maneira.

E quando já estão quase convencidos que acertaram em cheio nas pessoas amadas, acabam por sofrer um chocante e agressivo lapso de realidade cruel. Dolorosamente vocês precisam concluir que apesar de tudo isso, a vida atual não os autoriza a ficarem juntos devido a um forte e irreversível contratempo prático e momentâneo.

Toda aquela compatibilidade é ignorada pela mais dura razão.

A sensação de impotência e o medo vindouro

Os dois sabem que se dependessem só de si ficavam juntos, mas sabem também que a rotina das suas vidas, o contexto em que vivem, o momento social e profissional em que estão não deixa as coisas serem simples.

A tortura é justamente constatar que seriam a melhor combinação, mas notar que a coisa não pode acontecer pela pura inviabilidade e mais nada. Quando um amor não é possível, é agoniante notar que toda aquela vida morrerá pelo simples desencontro momentâneo.

Há sempre pessoas que tinham tudo para dar certo, exceto pelo fato de estarem em momentos diferentes, em contextos diversos ou com caminhos desajustados.

A crueldade é esta: Não é que o amor não aconteceu, é que ele não tem como continuar. É um amor que não estava pronto.

Nesse caso, resta apenas contar com a sorte ou assumir o risco de enterrar quem ainda respira por aparelhos. É uma decisão completamente dura.

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O que ninguém te contou sobre sua percepção equivocada do amor

O jeito mais fácil de afastar uma pessoa da sua vida hoje é dizendo a ela que você tem interesse em ficar com ela. É irônico, eu sei, mas é real.

Experimente conhecer uma pessoa, sair com ela e depois dizer o quanto tem gostado de conhecê-la, que sua companhia sempre o deixa feliz, que gosta do jeito com que ela joga o cabelo para trás enquanto conversa, que lembra-se dela cada vez que come uma nova refeição, que acorda e pensa no seu sorriso, que diariamente sente-se bem ao lado dela e que gostaria de passar mais tempo com ela se fosse possível. Em alguns casos, é tiro fatal. Elas somem.

Demonstrar amor tornou-se o jeito mais comum de jogar alguém para fora da sua vida

Quando paramos para olhar a geração dos nossos avós, vemos que eles consideravam o beijo praticamente um pedido de casamento, mas hoje, perguntar o nome do outro é só no final e se sobrar um tempo. Não faço a linha do romântico nostálgico, eu sei que tudo mudou.

Ainda assim, é impossível não notar que andar de mãos dadas, naquela época, era considerado uma declaração pública de união, hoje, é artigo de luxo mesmo entre aqueles que já se conhecem bem.

Temos medo dos dedos entrelaçados, do cafuné gratuito, da ligação inesperada no meio do dia, do “passei aqui só para te dar um beijinho rápido”.Que nada! A gente não consegue mais amar dessa forma.

Medo de amar é real. Descobri que já existe até um nome para isso: Filofobia.É considerado um dos transtornos de ansiedade e resume-se naquele medo irracional de apaixonar-se por alguém ou aquele medinho do que o amor pode trazer consigo. Somos talvez a geração mais carente de todas, mas a mais covarde que já existiu para o amor

O problema de carregar pesadas bagagens antigas

Eu até entendo porque vivemos assim, desconfiados do amor natural. Temos sobre nós, nossas bagagens emocionais que nos levam para um lugar de desconfiança.

Todo mundo conhece pessoas que sofreram muito com relacionamentos abusivos ou que tiveram de enfrentar convívios turbulentos no passado. O amor moderno tornou-se uma arma contra a confiança. Eis aí a razão do medo.

Este choque paralisante pode ter origem pelo receio de ser rejeitado, pelotrauma de uma expectativa não alcançada ou pelo simples desejo de não perder o controle das emoções. Isso tudo está nos deixando doentes e tem nos transformado em pessoas acostumadas a manter uma distância emocional considerável diante das possibilidades reais de amor.

Quando passamos a projetar paranoias sem enfrentá-las, trememos diante da possibilidade de uma amor arrebatador. Nos acostumamos com a ideia de ter o pavor de se misturar a alguém,alimentamos por meio da cultura a fobia de unir-se, domesticamos o horror de depender de outro, preservamos o terror de perder o controle dos sentimentos.

Adotamos de maneira aceitável o pânico de privar-se de si, vivemos constantemente o temor que nossa cultura nos deixou sobre a irrealidade da vida a dois. Perdemos o privilégio de tomar sustos positivos diante do amor.

O maior perigo que corremos é de nos deixar levar pela ideia de que todos querem apenas nos usar. Isso não é verdade. Alimentar-se desse tipo de ideia fará com que sempre tenhamos medo de alguém nos deixar e ir embora, construiremos assim, uma fortaleza de pensamento enorme para a melhor das desculpas para fugir do comprometimento.

Amar é foda, mas ainda é possível

Um bom modo de tentar amenizar essas ideias equivocadas sobre os relacionamentos é evitar comparações como um amor passado e saber quecada história se reserva a cada indivíduo, ter sempre em mente que não existe perfeição e que precisará trabalhar mesmo a sua confiança em outras pessoas.

É necessário não deixar os desapontamentos serem capazes de excluir contato com uma nova realidade, o medo de estar perdido diante de um sentimento é bastante comum, ninguém nunca vai saber exatamente o que quer viver até que experiencie uma realidade.

É besteira ter um medo antecipado de perder a liberdade, de não ter a imunidade alta para precauções ou desconfiar que o amor sempre lhe trará grandes prejuízos. Não deixe com que a ideia de que ao estar unido com alguém você terá a obrigação de privar-se da liberdade, da independência ou dos seus desejos pessoais.

Deixar-se guiar pela imagem do ideal ou nortear um futuro a partir de uma realidade já vivida é o que nos deixará imóveis.

Somos afetados pelo imaginário formado pela cultura, como músicas, livros e filmes.

A imagem coletiva de um amor fracassado recorrente é o principal responsável pela formação de crenças limitantes em nós.

Aprenda a controlar sua timidez diante do novo, disponha-se a suspeitar da incerteza convencional, fuja da ideia de complexidade e tenha em mente que sua ansiedade diante de contatos é comum, essa é a graça da coisa. Pule nesse penhasco.

Não tenha medo da sua imperfeição física. Trabalhe melhor consigo a ideia de que você pode sim sempre estar melhor consigo, de que pode aprender a se cuidar mais, a ver-se com mais empatia, que pode mostrar sua realidade exterior sim e que, às vezes, precisará cuidar dela também.

Terá que percebe-se melhor. Não deixe com que sua mente te diga que você é sua roupa, seu carro, sua carreira, seu corpo, sua doença ou as palavras rudes que o disseram.

Meu último conselho para você que tem medo de apaixonar-se é:

Não lute para manter-se isento deste sentimento de amar. Não deixe a sua percepção equivocada da realidade, sua ideia criada sobre amores fracassados definir o futuro do seu potencial de amor. Ame sem medo de errar, até que erre e tenha que recomeçar sempre.

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O que ninguém conta sobre o jeito que pensamos os relacionamentos hoje

Estou na mesa comendo com amigos. Ouço alguém dizer que ficar apenas com uma pessoa é ser ingênuo e que reservar-se a exclusividade é coisa de gente burra que não sabe o que o mundo tem a oferecer.

Mais uma vez, escolho me calar. Aquele olhar volta-se sobre mim. Sorrio sozinho diante do silêncio e continuo minha garfada como se nada tivesse acontecido.

Passa pela minha cabeça que a maioria adepta a esse discurso procura apenas justificar sua imensa falta de habilidade em dedicar-se a alguém.Faço essa acusação séria na mesa e complemento que estamos diante de uma geração completamente descompromissada, sem a mínima paciência, que age de maneira inconsequente e que não tem o desejo de crescer conjuntamente.

Mais uma vez, o silêncio paira. Concluo que temos por aí, de maneira nada exagerada, pessoas com sentimentos confusos, de idade emocional infantil e viciadas em si mesmo. Enterro o assunto. O clima de luto é visível.

Alguém sugere que penso isso porque meu relacionamento antigo fracassou. Termino de engolir sem levantar a cabeça. Arrumo os óculos, largo o talher e pergunto para o cidadão quais são os aplicativos que ele mais utiliza no celular. Ele faz cara de quem não entende.

Antes dele responder, disparo:

“Sim, a pergunta faz sentido. Basta uma voltinha nos aplicativos instalados no seu celular para descobrir que você os usa para resolver suas carências, problemas e ansiedades.”

Ele tenta me interromper, mas eu aumento a voz:

“Basta abrir o Instagram, para ver uma coletânea de melhores ângulos ao lado de paisagens invejáveis pagas a prestação do cartão, para notar os pequenos recortes fotográficos dos pratos bem enfeitados, as filmagens das suas bebidas caras do último final de semana. O rosto sempre maquiado das meninas e o cabelo e barba bem cortadas dos rapazes proporcionalmente tão enganoso como as suas vidas altamente felizes, bem resolvidas e agitadas.”

Dou um gole na água com gás e limão, prossigo:

“Se tivermos o trabalho de ver o Whatsapp notaríamos que fizeram dele um refúgio para momentos solitários. Basta acessar a lista de contatos para que o fim de semana não fique empatado. Imagens, vídeos e troca de mensagens nos dão a sensação de que estamos sempre acompanhados ou na companhia de qualquer um que quisermos e que nunca dormiremos sozinhos. E o Tinder?”

Ele engole seco, termino a pausa:

“É a maior marca que do ápice do desespero de qualquer um. Resolvemos olhar para as pessoas e avaliá-las apenas pelos olhos. A maneira que o amor recruta hoje é praticamente online, sem contato físico inicial, sem conversas longas, sem olho-no-olho, sem sorrisos intervalados e nervosismo antecipado.”

Ele, a essas alturas já fisgado, acaba dizendo que as redes sociais também podem ajudar muito. Tenho explicar:

“Esse modelo de procurar amor sem compromisso não favorece as pessoas que não estão em uma academia, que não frequentam restaurantes conceituados, que não viajam para lugares lindos, que não são consumidores inteligentes e que não se preocupam com uma vida virtual interessante. É nitidamente coisa de quem se preocupa apenas com aparência.”

Antes de deixá-lo falar, concluo didaticamente:

“Aliás, já que citou, preciso dizer que, desde meu último relacionamento, conheci pessoas ótimas. No entanto, todas elas estavam sempre tão cheias de pré-requisitos particulares, a maioria não queria conversar sobre coisas importantes, grande parte vivia usando suas desculpas esfarrapadas para fugir de responsabilidades, muita gente era completamente viciada em sua própria personalidade, de modo geral, nenhuma delas parecia querer ser madura suficiente para aprender a construir algo junto sem ressalvas. Elas tinham funis absurdos que revelavam um grande medo de envolver-se. A verdade é que sempre será um desafio encontrar alguém que esteja minimamente disponível a envolver-se sem que esteja com um zilhão de quilos de bagagens, mas junto disso, muita gente quer ser amada, mas não está pronta para amar. Você acha que tudo isso e culpa da ideia de exclusividade nos relacionamentos?”

Espetei o último pedaço de carne com agressividade, coloco-o inteiro na boca e mastigo como quem espera uma resposta.

Sentia de longe o medo de me dar uma resposta sincera àquilo.

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O que ninguém te fala sobre o bar virar o tribunal do amor

A mesa de bar é minha àgora. Quem me conhece sabe que sou daqueles que falam pelos cotovelos num canto da mesa. Tenho uma amiga que diz que sair só comigo é como participar de um talk show do Jimmy Fallon.

Eu realmente gosto muito de conversar e raramente não tenho assunto com pessoas. Para mim, essa prosa festiva de mesa de bar é parte de uma terapia comunitária. (É por isso que prefiro bares à baladas. Podemos sentar, comer algo e conversar sem competir com as músicas altas e repetitivas.) Conversar cara a cara é ainda o melhor jeito de passar um tempo com qualidade.

Pois bem, há dias, fui jantar com um grupo de amigos. Dado momento, o assunto proposto na mesa tornou-se o amor. Prometi não participar. Quando eu falo desse assunto sempre causo espanto nas pessoas. No bom sentido, eu acho.

Para ser mais exato, naquela ocasião, alguém falava da sua dificuldade em encontrar alguém sério. Comentava que até queria ter alguém e ser amada por ela, mas que ao mesmo tempo não estava afim de algo sério no momento. Fiquei confuso com o conceito dela de relacionamento. Isso já era o suficiente para quebrar meu silêncio, mas insisti em ficar na minha.

Cada palavra que saia da boca dela, ficava evidente que queria estar feliz ao lado de alguém, mas que também não queria o compromisso com essa decisão no momento. Era aquele teatrinho típico de pessoas que não conseguem se decidir entre envolver-se ou não na vida.

Por causa dos meus inúmeros textos sobre isso, olharam para mim como se fossem ouvir o pronunciamento de um Papa que recém assumiu o cargo. Era como se eu tivesse que dizer algo. Respirei e fui logo desembuchando sem medo:

Acho que essa constante promoção de guerra entre sexos e o sentimento de que somos o centro do mundo está arruinando tudo. De um lado, fica um tentando fazer com que o outro se adapte a ele sempre, tornando tudo o que ele mesmo projetou numa gincana para quem se envolve com ele. E de outro, não fazem questão de andar seus 50% em direção do outro. E mais: Esses constantes joguinhos psicológicos do tipo: ‘Não vou demonstrar interesse’ estão nos afastando de maneira rápida e danosa. Sinceramente, não tenho mais paciência para isso. Estamos vivendo um tempo difícil. Estamos desinteressando numa velocidade absurda das pessoas por puro capricho. E por fim, eis aí, o nosso maior medo: Quando estamos expostos a um relacionamento, não podemos mais pensar só em nós mesmo. E isso nos apavora.

Pausa longa até que uma das pessoas engole seco e concorda com a cabeça. A outra ri de nervoso e uma terceira fica totalmente sem resposta, mas pensativa. Imediatamente, a mesa mudou de assunto.

Eu posso até confessar que o amor é um réu difícil de ser defendido, mas isso não quer dizer que ele seja culpado por tudo, apenas que existe sobre ele milhões de culpas e acusações que na verdade cabe a nós. Alguns indícios reais, outros nem tanto. O coitado mal consegue defender-se de toda essa gente que o usa para esconder suas indelicadezas e sandices.

O amor raramente merece a sentença, é a gente que não dá conta de assumi-lo com toda sua bagagem na maioria das vezes. Somos nós que escolhemos ser frios, não se importar com o outro e acreditar que somos vítimas de acasos. Constatar isso é um passo para crescer, ignorar é dois para conformar-se.

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