autoconhecimento

Valorizar o conhecimento contínuo é ser mais humano

Quanto custa ser ignorante? Às vezes, muito. Na maioria das vezes, tudo. Eu Já estou falando isso no começo do texto porque eu sei que você vai ver o tamanho dele e já vai ficar com a preguiça. Depois não diga que não avisei.

É um erro acreditar que o conhecimento está fechado nas paredes de uma biblioteca, numa sala de aula convencional, nos já mofados acadêmicos que se tornaram entidades nas instituições e muito menos que todo material bruto de inteligência está alocada dentro de uma cultura específica.

O conhecimento não tem endereço fixo e se expande cada vez que alguém anda na sua direção. É como andar com uma lanterna de luz média numa clareira noturna. Conhecer é um universo incalculável numa imensurável expansão.

Para lidar com tudo isso, o que fazemos é, didaticamente, tentar categorizar para simplificar a compreensão. A limitação está na nossa compreensão e não do que existe para conhecer. Esta é a evidência que derruba o primeiro mito sobre o conhecimento: O mundo não é o que conhecemos dele.

Há muito mais coisas que não sabemos que realmente aquelas que dominamos profundamente. Ponto. Por este lado, as coisas que não sabemos são o principal ponto de partida para adquirir novos conhecimentos. Ter a consciência da sua própria ignorância possibilita caminhar para o conhecimento com mais avidez. Vamos partir daí.

Aprender pode até parecer nada simples

Alguns conteúdos podem ser cheios de dados, informações e referências que realmente levam o conhecimento para caminhos difíceis de serem explicados, enquanto outros, mais ligados a percepção da realidade, carregam consigo uma prontidão lógica mais simplista.

Pense em um sujeito que deseja andar de bicicleta. Você pode explicar como controlar o corpo e sentir a leveza do movimento com todas as linguagens possíveis, mas por mais que contemple todos os detalhes, a capacidade de transmitir o conhecimento por inteiro sempre será limitada. Você não vai saber transferir completamente a sua habilidade de equilibrar, pedalar e seguir por completo para outros. Ainda que seja de uma renomada universidade.

Alguns tipos de conhecimento são mais explícitos e podem ser colocados em códigos, símbolos e sinais criando um sistema lógico. É este o trabalho dos cientistas. Outros campos de ideias, não ainda não podem se enquadrar em metodologias. É claro que, em todos eles, existe o concreto e real, mas alguns podem ser articulados, enquanto outros não.

Ao lado do conhecimento científico tradicional, temo o mundo natural, que consiste em um grande conflito entre a idealizada ordem possível e o natural caos involuntário. Esta ordem pode ser percebida com conhecimento acumulado, gestos culturais visíveis e a observação dos fenômenos recorrentes, enquanto o caos é representado pelos fatos ainda desconhecidos, pela imprevisibilidade da natureza ou pelas emoções manifestas espontaneamente. É este lugar o principal berço do pensamento.

Ir atrás do conhecimento empurra nossos limites externos para fronteiras mais largas e fortalece ainda mais os muros internos das convicções. Diante das experiências de vida, podemos construir o conhecimento, reforçando ou reprovando as crenças que nos ajudam a criar uma diretriz própria que rege as nossas vidas. Aprender é necessário para ser humano.

Como perseguir a curiosidade

Muitos de nós acaba se distraindo com o barulho do que está “fora da nossa mente” e esquecemos de levar a sério nossas próprias estruturas de pensamento padrão.

Perseguir a curiosidade quer dizer levar a sério as áreas do conhecimento que achamos interessante e mergulhar profundamente nelas. Não apenas para ter condição de participar das discussões importantes sobre a algazarra que é nosso mundo, nem só para ser capaz de formular uma mínima opinião que ultrapasse a esteira do senso comum, nem para reforçar uma percepção particular, mas para conseguir enxergar com clareza soluções profundas sobre como resolver algumas dessas situações reais do dia-dia.

Isso quer dizer mais que ser um curioso por esporte, mas exercer influência na direção das ideias e conversas relevantes. Ou seja, ter recursos de pensamento que geram mais conhecimento, perguntas e questões e que possa interessar na resolução das preocupações e pautas coletivas.

Nem todas as pessoas têm paixão pelo conhecimento dessa maneira. O brasileiro, especialmente, tem o péssimo hábito de não pensar sobre o que ele pensa. Ele não tem a curiosidade de investigar-se.

De modo geral, temos bastante dificuldade em realmente definir qual é a nossa estrutura de raciocínio. Abandonamos a busca da inteligência para acolher apenas o que é um pensamento padrão. Adoramos a curiosidade, mas não aprendemos com ela.

A importância de saber o que pensa

Às vezes as pessoas me dizem que sou muito convicto das coisas que falo, escrevo e penso. Tenho que responder sempre a elas que, na verdade, isso não funciona assim tão simples, mas o que acontece comigo, é que procuro dizer apenas o que já pensei muito. Eu penso sobre as coisas que eu penso.

Ter informações não é difícil. O complexo é aprender a compilar isso e processar todas elas de maneira usual. A notícia boa é que o que distingue a espécie humana das demais é a capacidade de confrontar o pensado com o conjunto dos conhecimentos disponíveis.

Se estamos dispostos a ajustar o curso do nosso pensamento com uma lógica de aprendizado contínuo, passamos a ter mais credibilidade, a não correr do que realmente é verossímil, a não carregar paixões a ferro e fogo e a estar dispostos a alinhar o pensamento organizado com o real, com provável e com o razoável da vida.

Alcançar as certezas absolutas é algo mais raro. Aprender a pensar as questões da vida nas categorias da liberdade, sem beira na fantasia ilusória, pode ser um caminho interessante para assimilar o verossímil sem esbarrar com o “é só uma questão de opinião, gosto ou preferência”.

Não somos um computador para ser alimentado com milhares de premissas e dois segundos depois devolver uma conclusão pronta. No entanto, na mente humana, eventualmente é possível compreender o trajeto que o conhecimento percorreu.

É claro, que seria mais fácil se o pensamento não passasse pelo ímpeto de ter o controle da narrativa da razão e fomos uma honesta e verdadeira busca pela verdade doa a quem doer. Apesar das interferências, saber o que pensamos nos ajuda a comunicar-se quanto espécie. Por si só, um grande ganho.

O conhecimento tem seus lados

A maneira mais sensata de promover o conhecimento é expondo-se voluntariamente as realidades que nos tira o conforto e arranca da gente a possibilidade de hospedar na zona segura de aptidões.

O conhecimento, no fim, é o equilíbrio entre o caos da transformação e o aparecimento de novas possibilidades, isto é, fazer da mera disciplina e ambição pela ordem, o propósito de produzir uma compreensão capaz de gerar uma harmonia produtiva.

É claro que avançar em conhecer precede muitas situações. Há, pelo menos, dois conjuntos de conhecimentos que diferem e podem conflitar entre si. Ter realmente o melhor dos dois mundos quer dizer correr na direção de ambos para ter algum sucesso.

O primeiro tipo de conhecimento importante é aquele que está diretamente ligado ao objeto ou ao propósito. Por exemplo, para que alguém seja um médico, é necessários anos de estudo sobre corpos humanos, doenças e remédios. Ou seja, é um conhecimento acumulativo, cognitivo, direcionado e fundamental.

Aliado a isso, existe um conjunto de conhecimentos adjacentes, que é, de certa forma, resultado deste primeiro e incorporado a partir de deduções e experiências. Está diretamente ligado ao exercício do conhecimento. Por exemplo, o aprendizado a respeito da maneira ética, moral e social sobre como um médico deve tratar um paciente durante o atendimento.

São duas linhas de conhecimentos que são necessários, porém nenhum garante o aprendizado do outro.

Conhecimento para dentro da realidade

Quando o conhecimento se torna capaz de perceber aquilo que qualquer pessoa notaria, ele ganha uma correspondência quase instantânea na realidade.

No fim, inteligência, para mim não é acumular o conhecimento numa vasta biblioteca de referências e ter uma facilidade em comunicá-lo, mas tem a ver com a habilidade de perceber, apresentar e resolver problemas relacionados à sobrevivência.

Isso deveria acontecer em todos os ramos do conhecimento. Aliar a naturalidade da expansão do conhecimento com os mecanismos controlados por métodos. Esta combinação pode ser uma boa ferramenta para a construção de um pensamento mais diverso, inteligente e eficiente.

O conhecimento lida sempre com uma seleção abstrata de ideias, mas eleger linhas de conhecimento e favorecê-las em detrimento dos fatos naturais, vai resultar apenas num recorte impreciso, desatento e impalpável da realidade, totalmente desligado do concreto. Tornando-se fatalmente inaplicável.

O conhecimento que não rompe modelos desconsidera a vasta periferia das áreas de conhecimento do ser humano, sequestrando da realidade concreta, as dinâmicas e experiências que a razão cognitiva não consegue enquadrar.

Este é o pecado em não ter um ávido desejo pelo conhecimento contínuo: não ter uma certa desconfiança das teses mais óbvias, criar teorias para longe da realidade e supor que só é real o que se pode provar.

É possível sentir-se inteligente, mesmo que não cresça em conhecimento, e instruir-se é a forma mais importante de se tornar inteligente. Ser inteligente não tem a ver com ter um quilômetro de confiança, prestígio ou renome, mas todo pensamento tem que causar impactos reais na vida comum.

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Às vezes, é preciso ir embora de si, mas voltar sempre

Só por algumas vezes, precisamos nos ausentar um pouco dos nossos pensamentos mais frequentes. Não digo fugir, mas tomar aquela distância proposital. Achar um jeito viável de partir pra longe sem avisá-los. E voltar quando der.

No ambiente que mora nossas ideias não tem uma sacada grande para escorar uma cadeira, abrir a janela por inteiro e ficar tomando um ar sem pretensão alguma. Está sempre lotado, precisando de limpeza e apertado.

Talvez eu esteja errado a respeito da vida, mas talvez essa coisa toda de viver seja apenas um jogo no qual eu ainda não comecei a jogar. Parece-me bastante exaustivo estar sempre lutando contra algo, mas por todos os lados, vemos gente em conflito. Agem como um cão de guarda na porta de um cofre frágil.

E nessa batalha inglória por parecer mais nobre, mais inteligente, mais valoroso, mais influente, a gente acostuma a importar-se apenas em como nessa imagem deveria ser para os outros.

A verdade é que nunca seremos capazes de transmitir nada aos outros além do que as outras pessoas querem ver a nosso respeito.

Ninguém nunca vai nos conhecer de verdade. Não na nossa totalidade. E a razão mais óbvia e simples é que estão ocupadas demais sendo aquilo que projetaram sobre si. Sem renegociações. Sem abrir exceções. Sem o direito de repensar-se.

Aqueles que têm a melhor chance de nos conhecer, e que poderiam tentar nos entender, limitam-se a ouvir seus egoísmos e preconceitos, estão preocupados convivendo apenas com suas próprias ideias. Tomando um chá de comadre com suas certezas solúveis.

Algumas pessoas não suportam e se vão. Quando a gente começa a ser a gente mesmo, uma quantidade enorme de pessoas passam a nos conhecer verdadeiramente. E temem. Morrem de medo de não sermos o que elas acreditavam que fôssemos. Escondem-se no porão da sua arrogância.

Deixamos elas irem. Nós mesmo perdemos o contato de pessoas por preguiça, por descuido, por escolha ou por falta de paciência com coisas pequenas. E ganhamos uma dúvida monumental sobre como foi que estivemos ali antes. Quase nunca sabemos responder.

Eu escrevo porque, às vezes, quero apenas ir embora de mim. Esta é a melhor maneira que encontrei de saber como eu mesmo sou.

Talvez seja por isso que escrevo tanto — eu provavelmente faço muita coisa até mais do que eu mesmo imagino — para me descobrir aos poucos, mas sem a pretensão de controlar a percepção que as pessoas têm de mim. Eu tento.

Não me importo em expôr as dores mais singelas que me invadem, mas também em dizer categoricamente as pequenas bençãos do dia-dia. Escrever é vomitar para curar. É ser capaz de espelhar-se para si.

Tudo que faço é tentar fazer dessa merda toda de alinhar palavras e reunir parágrafos um reflexo de quem eu sou. Na maioria das vezes, eu consigo chegar perto. Quando estou longe demais, eu volto.

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Um diagnóstico breve sobre sua vida e sobre o que acontece no mundo

Eu sei que você tá todo mundo cansado, mas não é de hoje que o mundo passa perrengue. É muita inocência da nossa parte acreditar que este recorte de momento que vivemos é o mais delicado da história. Esse anacronismo aparentemente inocente agiganta a noção individual de opressão.

De qualquer forma, basta olhar ao redor dos diversos mundos que frequentamos — seja ele o mais interno ou até mesmo o que expressa a realidade mais global — para entender que este não tem sido tempos tão fáceis para muita gente. O mundo é hediondo. Age de maneira bárbara com quem tem o luxo de ser nobre.

Sendo um observador mais cuidadoso, podemos notar de maneira nítida que tem muita coisa acontecendo ao mesmo tempo em que sentimos pessoalmente um tédio existencial absurdo.

Em todo canto tem gente agindo bruscamente, outras reagindo passivamente a tudo enquanto uma terceira parte, em menor quantidade, propõe realmente novas possibilidades de existir.

Nosso corpo emocional e nossos sentimentos estão devastadamente confusos em contrapartida a um mundo que tenta parir uma aparência fictícia de felicidade e satisfação. Os radicalismos mais sutis prosperam na mesma velocidade e proporção que o ódio gratuito.

Não damos conta de tudo que precisamos dar

Muita informação surge inesperadamente aos nossos olhos, nos obrigando a dar conta de tudo que acontece a volta com uma urgência impaciente. Paralelo a isso, pagamos caro por uma hora de papo sincero com nosso psicólogo. Adquirimos aplicativos que nos ajudem a meditar no quintal de casa não por luxo, mas por necessidade.

A gente não tá dando conta de tudo. Andamos perdidos nas relações mais simples que sejam, fundamentalmente naquela que temos conosco mesmo, deixamos-nos ser levados pela negligência da falta de tato com o outro e pela ignorância proposital no entendimento do outro. Somos reis sem um povo.

Não vivemos a vida que queríamos ter

Fazemos um esforço danado para criar uma ênfase no discurso de passar mais tempo com amigos e familiares, mas tropeçamos nos tapetes da própria realidade e nos sentimos culpados por não conseguir priorizar o mínimo.

Enchemos nossas timelines de fotos de momentos com amigos, mas constantemente temos a sensação de que não pertencemos mais a muitos grupos e lugares. Estamos rodeados e sentimos que não somos mais importantes para muita gente. Isso nos leva a visitar um lugar de desapontamento constante com o outro e consigo mesmo.

As famílias deixaram de ser um lugar de segurança constante. Fomos envenenados com a ideia de que estamos perto porque interagimos num grupo em comum no Whatsapp.

E por mais que sintamos falta da família sentimos que é cada vez mais difícil reuni-la. E quando conseguimos, logo sentimos a nossa energia esgotando-se rapidamente.

Experimentamos o gosto da dificuldade em definir o que sentimos.

Pensamos mais no dinheiro do que gostaríamos

Estamos presos a ideia de que ter acesso a tudo nos dá o transito num mundo do dinheiro e do sucesso. Damos uma enfase enorme para o que temos. E talvez este sentimento cause uma auto-estima frágil. Percebemos que podemos conquistar o mundo ao custo de perdemos a gente de si mesmo no meio disso tudo.

Ao mesmo tempo em que estamos cansados do sentimento de que sempre estar devendo algo a alguém, de ter que sempre lutar para quitar uma dívida longa, estamos comprando coisas que não precisamos. Gastamos com coisas que nos aliviam da ansiedade, mas pensamos melhor diante de pagar cinco reais a mais numa cerveja que seja melhor.

Perdemos a vontade de validar-se diante dos entes queridos, mas ainda ficamos preocupados com o que eles pensam sobre o nosso trabalho, sobre nossos relacionamentos, sobre como pensamos a vida.

Sentimos que não é justo olharem para a gente com esse olhar de infantilidade, mas acabamos nos vendo presos a uma situação que somos forçados a ser aquilo que já enjoamos ser.

Estamos diante da felicidade de maneira doente

A expectativa que temos para alcançar um constante estado de felicidade que não existe nos empurra para uma sensação de fracasso. Quando estamos chateados, pedem para gente sorrir. Quando estamos naquele dia normal de baixa de energia, dizem que não pode ficar ingrato frente a vida.

Há, de fato, muita pressão para se divertir o tempo todo. Um cultura que reforça uma realidade inconvencional da vida. Quando entramos nessa somos obrigados a fingir. E nada mais custoso do que simular sorrisos.

A vida não precisa ser um espírito de férias o tempo inteiro.

Correr atrás da felicidade enfarta a vida. É melhor que a felicidade não seja um alvo super-estimado. Estar feliz é recomendado apenas para aqueles que realmente entendem que ela se mistura a momentos impares mas que também pode ser encontrada no contentamento.

A procrastinação é um problema sério

Não é um pecado adiar situações, postergar algumas tarefas, protelar compromissos e atrasar possibilidades. Desde que não seja um mau hábito, prorrogar pode ser útil.

A grande questão é fazer com que isso não o coloque como oponente da sua saúde mental. Não tem problema não estar com vontade. É normal não ter disposição. Tudo que dá trabalho precisa sim de um planejamento, mas principalmente, de uma disciplina sistemática que torne aquilo importante.

No fundo, sabemos que quanto mais tempo se passa sem algo se realizar, mais essa coisa tem o poder de atuar na mente e tornar algo mais estressante.

Onde quer que você esteja, parece que tem algo sempre a ser feito.

O mundo é sempre inacabado, mas existem coisas que precisam ser terminadas. O lance é dividir as coisas em tarefas menores, mais executáveis e que sigam um ritmo suportável. Prioridade não tem plural.

Sua paciência é uma fonte facilmente esgotável

Todos os lugares estão lotados. As pessoas estão cada vez mais melindres. O filme que acabou de colocar já está chato. O motociclista mal aparece no retrovisor e já te irrita. Tudo tem fila enorme. Se tem que pegar senha você já prefere nem ir.

Tudo que parece que se tornou um grupo grande de pessoas te deixa trancado por dentro.

Parece que nem mesmo você se aguenta e tem que ficar longe de tudo e todos. Sua paciência agora te permite ter a permissão para tentar ser um pouco mais você mesmo. Você fica chateado porque perdeu as férias irritado com alguém, você não tem mais a mesma disposição para explicar tudo mil vezes, muito menos para orientar amigos que recusam-se a te ouvir.

A arvore de natal está cada dia menos enfeitada. Os aniversários cada vez mais simples. Ter que dar um beijo em cada um do recinto é um porre. Até que você decide ser mais paciente porque não quer que ver a tristeza de outras pessoas ou ser a razão que irrita as pessoas que ama. Então,você sofre sozinho por não conseguir.

Há sempre um lugar para repensar

Acredito que o mundo não vai moldar-se a gente. Ele vai engolir a gente aos poucos como um faminto ser que não tem dó de gente autossuficiente. O mundo não está nem ai para nossa vida. Então, ou aprendemos a ser um bom vizinho para com ele ou teremos sempre um resquício de sofrimento bem diante da gente.

Acho que quando somos viciados na nossa própria personalidade, acabamos sofrendo um cansaço esgotante, passamos a não dar conta de tudo que precisamos dar, não vivemos a vida que queremos, passamos a olhar para o acúmulo de recursos como salvador dessa teia de falta de sentido, buscamos uma felicidade incomum e adiamos aquilo que realmente importa.

Quando chegamos neste ponto, foi embora paciência, sumiu tudo que é relevante e sobrou apenas um corpo sem alma sobrevivendo as mínguas da falta de vivacidade.

É preciso repensar caminhos, reexaminar propostas, reconsiderar valores desimportantes e cuidadosamente, analisar discursos prontos, estudar comportamentos saudáveis e revisitar-se proporcionalmente. É obrigatório reformar-se, retificar-se e revisar-se com frequência.

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