Conduzindo um bom processo de storytelling

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Há realmente algumas boas práticas dentro de uma estratégia de Storytelling. Muito mais do que criar personagens, expor cada um deles as regras de um mundo possível e guiá-los em uma dinâmica de um enredo, é preciso levar em consideração outros pontos importantes na hora de criar boas histórias. 

Antes de mais nada, é preciso desmistificar a ideia de que criar histórias é uma atividade apenas para seres iluminados pelos deuses de Hollywood. Trabalhar com narrativas é ser capaz de analisar contextos, criar realidades verossimilhantes e elaborar tramas com efeitos plausíveis e autênticos à vida. 

Por mais que uma história possa até transitar em um ambiente fictício, ela precisa obrigatoriamente ter correspondência com a prática, valores sentimento da vida concreta.

Comece criando uma boa premissa

Nesse sentido, a primeira coisa importante dentro de uma história é saber construir uma boa premissa. É ela que é o fio condutor de toda ação e valida a motivação da história.

Para criar uma boa premissa, precismos levantar gatilhos que sejam verdadeiros suficientes para gerar uma oscilação de comportamentos e situações padrão. 

Uma boa premissa precisa ser capaz de regimentar uma espécie de lei que comandará toda a história. A premissa é um ponto principal de um enredo, mas, não é por si só, uma história pronta.

Talvez você esteja se perguntando: Como capturar uma boa premissa? Bem, é bastante comum começar de um problema pontual, uma dor coletiva, um dilema crucial, um dilema ético ou social, uma dúvida legítima. 

Diante disso, é possível levantar uma frase, uma pergunta, uma problematização, uma questão global ou algo assim que faça com que uma questão difícil seja levantada. A exposição dela durará durante toda a história.

O próprio Robert McKee, no seu livro “Story” identifica que a premissa: 

“ (…) raramente é uma afirmação completa. Geralmente, é uma questão aberta: o que aconteceria se…?” 

Esta é uma poderosa ferramenta para criar uma boa premissa para uma história. No filme Batman, por exemplo, uma das premissas é: O que aconteceria se um homem rico vitima de um crime pudesse utilizar seus recursos para combater a criminalidade?

Talvez a dificuldade do leitor seja pensar na aplicabilidade disso no dia-dia. Lá vai um outro exemplo:

Imagine que você vende guarda-chuvas. Talvez se pudesse contar uma boa história de um homem que estava diante de uma tempestade e como isso fez com que ele acabasse se dando mal. Surge a pergunta: O que aconteceria se tivesse um guarda-chuva de boa qualidade?

É possível criar histórias para representar realidades reais dentro de qualquer universo. A premissa de uma história é que comanda todo esse jogo.

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Trabalhe com uma pergunta

Antes de começar uma história, preocupe-se com questões fundamentais que vão coordenar todos os elementos dela. Para começar, escreva uma frase curta ou um conceito fundamental que conduza toda a ideia da sua história. 

Ex: E se meu cliente/público/audiência conseguisse resolver tal problema/situação/dor dele?

Esta sentença precisa ser validada com a realidade fundamental dele. Não adianta pensar em um mundo ideal. 

Explore respostas possíveis

Para ajudar a deixar tudo mais claro, faça perguntas que possam te ajudar a criar um mapa indicativo dos caminhos possíveis que sua história poderá ter. Não tenha medo de projetar para onde sua história pode ir. 

É bastante comum para quem está diante do desafio de criar uma história não conseguir ter um bom fluxo criativo. Lembre-se que para criar histórias ricas precisa realmente não prender-se as improvisações aleatórias. Pensar na história é a parte mais prática. Escreva tudo que conseguir pensar.

Atente-se a manutenção das ideias

Depois que tiver escrito um rascunho, mesmo que não fique satisfeito totalmente, releia tudo novamente para procurando ideias que possam ter ficado incompletas, frases que tenha ligações fracas umas com as outras, atente-se aos detalhes que possam ter sido irrelevantes, e fortaleça as explicações óbvias, limpando todas as informações excessivas e elementos confusos.

Capriche na humanização

A melhor forma de uma história realmente engajar é tentar ser mais humanizada possível. Por isso, aborde os assuntos, quaisquer que seja, do ponto mais humano que conseguir. Desafie-se a elaborar ideias que correspondam aos comportamentos convencionais dos humanos. A identificação acontece justamente quando há essa conexão com a realidade dos sentimentos humanos.

Dramatize tudo, mas sem exagerar

A definição de drama no senso comum pode ter o significado de criar um sentimento totalmente exagerado, mas a verdade é que criar drama é expor os personagens aos seus conflitos de uma maneira bastante emocional. Isso não quer dizer ser sensacionalista, mas é importante deixar bem claro qual é o conflito e porque ele realmente é importante para o enredo da história. Sempre que puder, reforce a premissa do drama, mas sem exagerar.

Entretenha sem enrolar

O grande lance das boas histórias é justamente conseguir envolver pessoas dentro da trama. Lembre-se que sempre terá a obrigação de relatar fatos que possam entreter pessoas enquanto elas vão descobrindo informações. Não esconda o ouro. Fale diretamente qual é o problema que quer abordar. Não fique com suspenses desnecessários.

Pense em como equilibrar empatia e simpatia

Há dois conceitos totalmente necessários para boas histórias. Uma delas é a ideia de empatia. Personagens que possam demonstrar uma grande empatia geralmente ganham facilmente o publico. Isso porque muitas pessoas tendem a se identificar com esta emoção. 

É possível fazer com que um publico consiga ter simpatia por uma história explorando a empatia que ele possa desenvolver pela historia, pela causa, pelo personagem ou simplesmente pelo estilo de escrita.

Seja verdadeiro sempre

Para mim, a coisa mais importante que uma história necessariamente precisa ter é a verdade sobre o que ela trata. Acredito que não é possível que uma história funcione se ela não transmite uma realidade que seja facilmente identificável.

Narrativas que expressam valores, emoções, sentenças e ideais que sejam aplicáveis (mesmo em um cenário fictício) realmente nos transportam para um lugar de atenção. 

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