O empreendedor é um viciado em driblar obstáculos

É claro que muita gente confunde empreender com empresariar. Apesar de serem quase sinônimos, nem todo empreendedor acaba se tornando um empresário. E acredite que há gente com a capacidade de empresariar que tem empreendedores por trás.

Na minha opinião, o empreendedor é aquele que tem sempre em mente a mudança, conhece as fases da transformação e impacto que quer causar, por isso, cria ou agencia soluções a fim de colocar em prática ideias inovadoras.

Por isso, entendo que para empreender, não precisamos necessariamente de abrir um CNPJ, terminar uma faculdade, possuir um diploma ou ter um currículo exaustivo. Sair da área que nos dá mais conforto é muito mais que abandonar um emprego que não gostamos para sair por aí inventando coisas novas para fazermos. Essa é uma ideia reduzida que temos sobre empreender.

Inicialmente, empreender na sua raiz não depende do quanto de dinheiro se tem para um projeto, nem mesmo do tempo disponível, às vezes, nem mesmo espera uma capacitação mais efetiva. O recurso do empreendedor é a força da sua ideia.

Empreender é a arte de escapar dos empecilhos

Vejo muitas pessoas com ideias muito boas, rentáveis e inovadoras, mas acreditam que seu êxito está em arrumar apenas um financiamento e tudo está resolvido. Este é um erro clássico.

Se vamos defender uma ideia, não podemos nos esquecer quegrandes empreendedores de sucesso tinham ao seu alcance apenas um momento certo de agir e uma decisão importante a fazer. Este é o ciclo do empreendedor:

Realizar agora o que se deseja hoje com o que se tem no momento. Projetar o amanhã baseado no avanço que tivemos hoje.

Mais adiante, com sua ideia madura e validada, eles partem para cima de executá-la com ainda mais excelência. É um processo de inovar sempre. Aprendi que existem dois movimentos que todos os empreendedores vão passar em suas vidas: Iniciar um projeto e continuar este projeto.

Vá em frente mesmo que pareça longe

Não é difícil perceber que a maioria das pessoas com o desejo de empreender ficam travadas em como exatamente pode começar seus projetos.

Os motivos são muitos: Não acreditem em si mesmos, não tem um plano de negócio firme, persistem em ficar na informalidade, desorganização financeira, não conhecem bem seus produtos, não sabem fazer cálculos como de lucro, caixa e preço, não saber negociar com clientes e fornecedores, ignorar investimento em marketing, perder o timing de um produto, mas sabe qual é a melhor maneira de aprender sobre isso tudo? Começar.

Se você tem recurso para aprender muito sobre todas essas coisas, invista realmente neste negócio. Agora, se acredita que precisa de muito dinheiro e cursos caros para aprender, você ainda não enxergou a quantidade de conhecimento e experiências gratuitas que temos na internet. Não há desculpas para não começar.

Use o recurso que tem, mas comece. Vá em frente sem pensar na velocidade, mas sim na intensidade com que avança. Lembre-se: Alguma coisa já é infinitamente mais que nada. Pense nisso.

Tudo que existe, só existe porque alguém um dia começou. Mesmo que nem tudo termine bem, é preciso que seja começado por alguém. Algumas coisas não começam bem mesmo, mas tudo pode contribuir. A maioria das ideias bem sucedidas hoje começaram primitivas, precárias e inaugurais. Mesmo torto, errado, faltando pedaços ou inseguro, o importante é começar com a mente focada em manter a inovação e a cadência de ações.

Apenas continue, mesmo que pense que nunca vai chegar

Todas as grandes ideias precisam de persistência. É um erro acreditar que basta ter uma boa ideia, captar recursos, e ter tempo que qualquer ideia pode ir para frente. Nada cresce sozinho. Não existe milagres na criação de boas ideias. Continuar, às vezes, é apenas não desistir.

Se você deseja melhorar seu projeto, ganhar conhecimento sobre seu mercado, tornar-se um profissional especialista no seu ramo, ganhar dinheiro ou obter recursos, continuar é a sua única opção.

Independente dos pequenos tropeços iniciais e mesmo que nada tenha dado certo ainda, continuar é um processo de melhorar a cada dia mais, é documentar e trabalhar nas pequenas coisas que nos atrapalham. É prosseguir contando com novos erros, mas com força para encontrar os acertos, é persistir querendo errar menos e contar com pessoas que contribuem para o objetivo.

É preciso começar com o que se tem hoje e continuar com o que tiver amanhã, mas nunca parar, nunca paralisar, nunca estagnar, nunca estacionar. Empreender é criar o ambiente e a cultura que inspiram as pessoas.

Eu gosto de conhecer a vida de empreendedores que fizeram algo grandioso. Sempre bom nos inspirarmos em gente que realizou coisas importantes. Agora, confesso que ando bastante perturbado como a internet potencializou o surgimento de figuras virtuais emblemáticas e personalidades antes desconhecidas como experts em fazer dinheiro.

Este cenário é comum no marketing digital, por exemplo. Mas, como isso dá tão certo? Alguém nos fez crer que todo mundo que empreende virtualmente tem sucesso, alcança a felicidade e pode ser muito admirado.

A princípio, acho que é culpa de uma cultura da ganância e das necessidades econômicas. Explico. Neste contexto do culto à ganância - ou seja, alguém querendo sempre ser e ter mais que o outro - e as crescentes necessidade econômicas do nosso país - viver criando alternativas para a situação financeira precária - sempre há espaço para um ninho de trapaceiros.

Aquela famosa ideia que o mundo está dividido entre os chefes e os empregados deu origem a diversos tipos de empreendedorismo. Aquele do senso comum, que se vende como "um sucesso rápido e repentino", que é sustentado em teoria esdrúxulas, fruto de uma picaretagem intelectual - talvez a maior dos últimos cinquenta anos - e o outro bastante mal explorado que é feito num caminho mais pedregoso, mas que torna-se mais concreto e verídico com o tempo.

O Brasil sabe o que é um empreendedorismo real ou se contenta com um aparente?

empreendedorismo de palco é uma das mais espertas ciladas de todas já pensadas uma vez que ele faz crer que através dos pequenos truques mentais e metodologias mágicas toda pessoa pode ingressar em negócios de sucesso. No entanto, na realidade, empreender continua sendo o maior desafio que alguém pode enfrentar na sua vida.

Como é nada lucrativo abrir mão de inverdades ou meias-realidades, o empreendedor teatral tem que estrategicamente disfarçar seus truques fazendo com que, de vez em quando, o seu público pense ter uma certa vantagem diante dos demais seres humanos. Este truque é a isca predileta.

Algumas perguntas tenho me feito:

Seria o empreendedor de palco a forma mais moderna e completa de engano? Por que nós gostamos de acreditar em fórmulas mágicas de ganhar dinheiro? Seria este tipo de fraude a prisão mais preciosa que conseguimos emplacar na mente dos brasileiros?

Podemos responder essas perguntas esclarecendo que o empreendedorismo real está ligado com causas efetivas, com vivências mais precisas de realidade, com objetivos de mercado mais sólidos, com experiências plenamente palpáveis. Ele foi feito em repostas a vida inconstante, uma espécie de combate contínuo aos obstáculos, uma luta corajosa diante da contrariedade,como uma guerras aos contratempos. Nada é fácil!

Todo bom empreendedor demonstrou-se disposto a realizar um avanço em direção das necessidades, enfrentou um choque frente as contingências. Fez e continua fazendo seu caminho na busca de sentido, procurando diariamente escrever seu um roteiro imprevisível. Não existe empreendedorismo light, prático e rápido.

Empreendedor raiz X empreendedor Nutella

O "empreendedor de raiz" como diz a brincadeira, é alguém que está tentando arrancar sentido das pedras, que se não nasceu com oportunidade vai atrás dela, sem desconsiderar que, às vezes, não terá o direito de criar atalhos, de desviar de insucessos, de driblar a infelicidade e o desânimo porque sabe que por mais que ande muitas milhas, o revés corre atrás como ninguém daqueles que ousam tentar.

Já este empreendedorismo de palco se desenvolve a partir de uma tendência incontrolável de dizer que seus seguidores são pessoas extraordinárias que farão sucesso. E qual a razão? Se for diferente disso, os brasileiros não compram produtos ou escolhem outras pessoas para serem seus mentores. É fácil detectar um desses exploradores. Note a independência constante que ele cria em que o consome e a necessidade fortíssima de certo bajulamento da sua base para que ela o devolva em lucro, status ou admiração.

Eu acho que temos vivido um grande sistema de enganação e vendendo a mágica do sucesso. É necessário um jogo de cintura, uma percepção aflorada para lidar com o empreendedorismo concreto sem transformá-lo em um monstro de enganar pessoas ou um deus intocável da perfeição.

O que faz de um empreendedor alguém realmente de sucesso?

Existe sim um empreendedorismo verdadeiro que nos faz superar a virtualidade, que corre atrás de uma visão de sucesso, que faz gente caminhar de verdade na inovação. Um bom empreendimento é formado pelos tropeços e não pelos atalhos. Não percamos isso de vista nunca.

O que é mais impressionante no empreendedorismo não é a sua faceta de glamour, mas sim a sua vitalidade orgânica, ou seja, a sua capacidade de realizar enquanto se aprende.

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