Eu sei que te amo. Não apenas sinto, eu sei. A gente sempre se pergunta sobre quando foi que notamos que éramos um do outro. Não sabemos ao certo o ponto inaugural de um amor, mas sempre começamos a notar que mudamos.
Suspeitamos que seja amor, por exemplo, quando abrimos concessões nas nossas certezas imutáveis ou quando resolvemos deixar de lado as paixões mais exorbitantes para estar com o amado. Não estou falando de anular-se, mas de completar-se.
Foi assim com você. Será que foi assim que determinei te colocar como participante dos meus invernos mais frios e dos meus fastidiosos verões de sol brilhante? Você teria entrado na minha vida naquela brecha de abandonar as minhas maiores resistências?
Teria sido na busca por proteção que suas palavras me contavam? Ou foi quando senti que falava sério dizendo que nunca me abandonaria? Uma coisa eu sei: Foi no momento em que parei de ter medo do futuro e das minhas projeções mais idiotas.
Eu só sei que, hoje, perdi completamente aquela vergonha que sentia no primeiro impulso de resposta que me deu ao revelar seu amor. Eu só sei que aprendi a rir da sua maneira de olhar para meus defeitos mais evidentes. Eu só sei que aprendi a perceber você na minha rotina e de repente o assombro foi embora.
Eu só sei que aprendi a casar as nossas férias para podermos ficar mais tempo juntos. Eu só sei que descobri em você um confidente para falar inclusive das minhas dores de barriga de nervoso com alguma situação. Eu só sei que percebi você comigo quando sentia aquela vontade de comemorar as conquistas individuais.
Notei que de alguma maneira era você. Senti em meu coração um entusiasmo de não precisar mais desconfiar da durabilidade das coisas. Reparei que estávamos elaborando um acervo de piadas internas juntos.
Quando eu vi, já era dependente de nós até para escolher qual filme ver. Me vi sendo patético ao querer começar e terminar uma série juntos no Netflix. Comecei a ver que amor não uma questão de sorte, mas de escolhas.
Percebi que era você quando fiquei tenso ao começar a me questionar como era minha vida sem a sua, quando quis deitar no seu colo e você deixou, quando me disse meia duzia de palavras e meu coração sossegou, quando fiquei me perguntando porque não achei você antes, quando olhei para tudo que me aconteceu no passado e não ligava mais. Assustei-me com a minha incapacidade de estar longe de você por muito tempo. Logo eu.
Eu sabia que era você, desde que deixei de conferir a minha extensa lista de exigências e aprendi a colecionar seus jeitos, modos e defeitos, e mesmo assim, sempre quis mais e mais.
Eu sabia que era você quando enfim acordei que poderia ser muito melhor com você, quando vi que o melhor já estava diante de mim. Quando não temi nunca mais o fim.
Quando pensei em nós e já não tinha mais escolha. Tinha sido raptado pelo amor sem direito a resgate. Agora, já era. Só sei que te amo, amor.
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