ELA TINHA UM SORRISO CHEIO DE DETALHES

Ela tinha um sorriso cheio de detalhes. Ele ficava sempre esperando decifrá-lo, sem a pretensão de conseguir. Ele tornou-se viciado em piadas bobas apenas para que o rosto feliz dela ficasse gravado na sua mente. Nunca mais pretendia esquecê-lo.

Era como se ela, sem saber, fosse a melhor parte do dia dele. Ao mesmo tempo, ela tinha naturalmente um ar de inocência pueril. Usava sempre palavras doces, como se sempre as escolhesse num pomar de gentilezas. Cada verbete parecia uma sincronia acrobática de amabilidade. Ela tinha a hora certa de falar, e ele, uma metralhadora de conversas.

Ele achava-se maduro demais para encarar um amor no perigo eminente da juventude em curso, mas cada vez que se encontrava com ela, voltava como nos dezesseis quando ainda perdia a estabilidade diante de uma mulher. Morria de medo que, no fundo, ela fosse mais uma daquelas meninas instáveis, mesmo que a sua intuição raramente o traísse.

Ela se esforçava para olhar sempre nos olhos durante uma conversa, mesmo que eventualmente tivesse que desviar por alguns segundos, era como se ela soubesse que ele gostava disso. Toda vez que se encontravam, alguma coisa abalava certezas mais profundas dele.

Ele sempre elogiava a maneira que ela se vestia e ela corava o rosto com uma facilidade imensa sem saber o que dizer. Soltava um “obrigado” quase inaudível. Ninguém ficava melhor de vestido e tênis como ela.

Ele tinha um desejo impulsivo de cuidar dela. Ela queria ser cuidada, mas não sabia como. A conversa entre eles era sempre muito profunda. Ela era mais inteligente do que ele imaginava.

Ela parecia ter acabado de começar a viver e ele já tinha uma grande quantidade de bagagem. Ela ainda falava dos sonhos e ele lutava para ainda acreditar em algo bom. Ela parecia pensar em tudo antes de fazer e ele mal conseguiu administrar seus arrependimentos. Ele era do tipo que domina o coração, e ela não o segurava por nada.

Ele tinha impulso de puxar papo com ela por bobagem qualquer, e ela sempre muito educada o respondia com uma presteza confusa. Ele tinha medo do que ia acontecer, e ela apenas vivia a cada dia. Ele queria contar sobre sua vida, ela mal falava sobre seu dia.

Ele era um muro de ceticismo com o mundo e ela era bela demais para não existir na vida dele.

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