Os deuses da literatura provavelmente vão me fulminar depois dessa grande blasfêmia.
Coloquei uma imagem da obra do consagrado escritor José Saramago acompanhado de um título provocador como este. Certamente é um pecado imperdoável digno de morada infernal. Mas a razão é nobre, amigo.
Se você já leu do autor português, sabe a fama que os livros dele têm de ser terrivelmente diagramados e proporcionar uma experiência péssima de leitura. São sempre frases enormes coladas umas nas outras.
É o estilo do autor, ok. No entanto, quero te mostrar que isso não funciona na internet. Escrevo há muitos anos nesta bagaça e posso afirmar:
Uma das grandes coisas que fazem um texto performar bem é a capacidade dele estar claro, sucinto e bem dividido.
A psicologia aplicada à experiência de leitura indica que o leitor passa não só pela sua identificação subjetiva dos signos, mas precisa de pontos de fugas para meio que respirar enquanto experimenta aquele conteúdo.
O leitor da internet é ainda mais delicado porque ele é sempre um potencial de enorme de distração, se não for capaz de dizer suas ideias em espaços curtos, a leitura tende a ser interrompida por desinteresse.
A razão é que não só o conteúdo precisa o segurar ali, mas a forma como ele é distribuído.
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O Saramago pode, você não.
Que fique claro: Por incrível que pareça, não só você não é o Saramago, assim como seu leitor pode o bom leitor do embaraçoso português.
Não dá para fugir. Você precisa pensar no tamanho das suas frases, afinal, a leitura acaba sendo refém da melhor experiência de usuários.
Se você tem um projeto de escrita, e ele não rendeu o tanto que acredita que poderia, talvez seja hora de ficar de olho neste detalhe.
Não acredita em mim? Olhe só um exemplo de uma experiencia completamente desagradável.
“Colocar frases exageradamente longas são complicadas para a compreensão porque pois estas dificultam a de entendermos as ideia contida nelas, e, concomitantemente, por conterem mais de uma ideia central, o que nem sempre torna o seu conteúdo acessível, força, desta forma, o pobre leitor a separá-las em seus componentes diversos, de forma a tentar torná-las mais compreensíveis, o que não deveria ser, afinal de contas, parte do processo da leitura, se dá pelo estimulo de uso de frases mais curtas. É tão verdade que você já nem lembra sobre o que estou falando mais.”
Aposto que quando bateu o olho no parágrafo acima, a primeira coisa que pensou foi: “Cara, que coisa enorme e chata de ler!”. É exatamente isso que seu leitor vai pensar quando lidar com um parágrafo seu cheio de frases longas.
A dica aqui é simples. Você precisa ter em mente uma coisa: Ao invés de prolongar ideias, ou ampliar a linguagem com floreios, sempre será melhor você optar por cortar uma grande ideia em outras menores.
Não coloque várias ideias na mesma frase. Não seja irritante. Não abuse da paciência do seu leitor. Explique de maneira didática. Faça como eu acabei de fazer aqui, sacou? ;).
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