Eu já disse aqui categoricamente que estamos todos fudidos da mente. Acho que ninguém consegue fugir dessa evidente constatação. Encontrar pessoas que estão totalmente presas as dificuldades emocionais é bastante comum a cada dia que passa.
E mais. Sei bem do tamanho do problema que compro aqui advogando sobre a necessidade essencial do outro em um mundo cada vez mais decepcionado com pessoas e apático a ideia de “precisar de pessoas com parte da felicidade”.
Calma, vamos por partes. Estou completamente convencido de que a ideia exagerada de priorizar sempre uma autonomia sentimental em relação a entregar-se ao outro não nos tornou independente como queríamos, mas nos fez ficar mais indiferente frente as pessoas, sacrificando no altar do egoísmo uma uma vida amorosa compartilhada.
As pessoas têm todo direito de ficarem desacreditadas das relações. Provavelmente, seu espelho até mostre uma dessas pessoas, mas não fique com vergonha do flagrante, muita gente está nessa condição. Eu mesmo sofro de constantes inseguranças sobre o outro.
A questão é que no meio dessa bagunça toda chamada vida, temos de recordar que a gente vai encontrando também pessoas que nos ajudam diante da realidade de empatia, de compreensão e de carinho mútuo.
Do outro lado, ficam as pessoas que chegam para botar fogo no nosso circo emocional sem o menor pudor e cuidado. Essas pessoas não deveriam ser aquelas que fixamos como referências. Nivelar as relações humanas por baixo é um vicio. É como manter-se voluntariamente míope por não querer ler as frases de um livro.
Sem mais rodeios. O convite reflexivo é simples: Será que podemos viver sozinhos com tranquilidade e satisfação ou compartilhar as nossas mazelas com os demais pode ser uma realidade saudável e possível?
Você está num cativeiro mental
O nosso cérebro é dividido em diversas partes e unidas provocam todas as sensações, emoções e sentimentos. Não quero te explicar nada técnico porque eu mesmo não tenho essa capacidade, mas preciso que você saiba que está refém da sua maneira de sentir, perceber e encarar a vida.
De alguma maneira, estamos sempre diante de pensamentos emocionais aleatórios que são construídos basicamente porque acostumamos a olhar somente para o que está acontecendo de ruim ao seu redor.
A sua condição mental pode o enganar. Ela pode dizer que alguém está afim de você apenas porque recebeu um sorriso, pode lhe dizer que está com fome só porque sentiu um cheiro de algo apetitoso, pode sugerir que alguém o traiu só porque viu uma foto. Estes são alguns casos em que somos sequestrados da realidade. A prisão mental confisca a lógica para criar um mundo inexistente.
Quando tenho percebido que talvez eu tenha levado meus pensamentos muito a sério, faço o exercício de anotar as minhas paranoias e uma a uma vou visitando-as e analisando se existe algum dos pontos que tenha um mérito lógico.
Procuro nas minhas teses algum sentido racional, reparo bem nas emoções envolvidas dando nome a elas, e não demora muito para eu perceber que a maioria dos meus pensamentos são coisas criadas pelo imaginário, portanto, limitados a uma logicidade aleatória que é quase nunca baseada em fatos concretos.
A vida compartilhada nos ajuda a sair de si
Escolher quem será a tripulação que vai nos acompanhar na longa viagem da vida é sem dúvida uma das escolhas mais importantes. Não podemos obrigar pessoas a sempre irem ao nosso próprio lugar de escuridão, mas temos que dar espaço para elas visitarem a nossa solidão às vezes e nos ajudar a faxinar os excessos que existem por lá.
Precisamos retirar da nossa mente a percepção de que todas as pessoas ao nosso redor são ruins e querem nos prejudicar. Essa mentalidade não nos permite viver ao lado de ninguém. É mais que necessário perceber se nossa mente nos empurra naturalmente para teorias céticas ou se nos ajuda a sermos confiantes no que diz respeito ao relacionamento com as pessoas.
Uma análise mais cuidadosa de como estamos lidando com essa percepção das pessoas ao nosso redor nos permitirá descobrir facilmente quem está levantando e quem está nos derrubando.
A partir daí, nesse sentido, precisaremos criar um esforço autêntico e progressivo para desviar das pessoas que nos prejudicam e ter o mesmo vigor para ficar ao lado das pessoas que nos potencializam.
Ainda existe gente de verdade por aí
O que não te contam sobre a importância de ter gente por perto é que existe uma dimensão de sucesso em viver com o outro que pode se transformar em um produto saudável para a mente, que pode gerar companheirismo real, e que mesmo diante de um mundo completamente solitário, é possível achar pessoas na caminhada que são doadores de energia, que inspiram os outros, que cuidam da gente mais do que até a gente acredita que merece.
Existe gente de verdade no mundo e que nos ajuda na tarefa de ser parte dos nossos sonhos, gente que acalma nossa mente, mas para que possamos viver isso, temos que dar um passo em direção do outro antes mesmo de querer algo em troca.
No caminho da vida vamos achar pessoas que tem a função de nos acompanhar no sofrimento, mas fazer isso da maneira mais respeitosa e dócil possível, não imputando sobre a gente as neuroses e culpas, mas nos livrando das coisas que nos afligem diariamente. Ter gente perto da gente nos livra da condição de viver apenas para o próprio umbigo.
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