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O mito do “quem sabe faz ao vivo”

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O Fausto que me perdoe. Fazer ao vivo não é para todo mundo. Muito menos somente para quem sabe das coisas. Por sorte, eu sou um bom improvisador, mas mesmo assim, ensaios são fundamentais. Se a vida pudesse ser gravada, eu preferiria.

A verdade é que muita gente tem talento de sobra, mas isso nunca o blindou de um erro crasso. Até mesmo os maiores cantores desafinam na hora H. Os dançarinos tropeçam. Os atletas passam quatro anos treinando para umas olimpíadas e pipocam. Pergunte a eles se pudessem fazer tudo até acertar se não seria melhor.

É difícil funcionar na pressão. Bons pintores fazem coisas ruins. Montanhistas morrem numa avalanche (Nada mais ao vivaço que correr de uma montanha despedaçando). O menino do sinaleiro passa o dia fazendo aquilo e mesmo assim deixa a bola cair.

“Ao vivo” não é para quem sabe, mas é para quem tem coragem de se expor a um erro. Este é o ponto.

Falo isso porque muita gente hoje se inerte diante do fracasso. Muitos até podem realmente não estar na sua melhor forma, mas quem não se vê com um talento notório acaba por imaginar que nunca vai pertencer ao grupo dos virtuosos que sabem “fazer ao vivo” e bem feito.

Todo bom rimador já se embananou no beat. Todo comediante se perdeu no trocadilho. Isso porque o ao vivo, não serve para provar competência, mas para testar a capacidade de superar nervosismo. Nada mais emocionante pro ser humano que a eminência do erro.

Ninguém está livre dos erros. É assim com crianças, com professores renomados e era com o Michael Jackson. É assim com o empreendedor, com o médico e era com o Senna. Até mesmo quem pilota carros com talento, perde a curva. E quem erra ao vivo? E quem morre ao vivo? E quem vacila ao vivo?

Fazer algo sempre é um risco. Botar o rosto e arriscar é sempre difícil.

Tem gente que consegue sem muito esforço. Outras, precisam de anos de aperfeiçoamento. Uns cortam caminho, outros andam mais para chegar lá. Não tem regra. Há pessoas que morrem tentando, outros morrem mesmo conseguindo. Existe quem vivem tentando, outros vivem apenas porque conseguiram.

A arte de “fazer ao vivo” é para pouquíssimos. E mesmo assim, alguns não sabem perfeitamente como sair de possíveis enrascadas, não conseguem usar experiências para prever e prevenir a tempo da tragédia. Não é sobre acovardar-se diante do imediato, é sobre estar seguro mesmo no erro. É sobre agir naturalmente quando precisarmos.

Tenho a impressão que, hoje em dia, tudo é sobre fazer. Fazer alguém feliz. Fazer acontecer. Fazer questão. Fazer novas amizades. Fazer intriga. Fazer as pazes. E fazer tudo isso ao vivo sem direito a cortes e erros?

Estamos realmente cobrando de nós, dos outro e do mundo um momento perfeito o tempo todo?

Eu sei que, ás vezes, há momentos sem volta. No entanto, não tem problema cair no meio de num monte de gente. Não tem problema mostrar-se falho, às vezes estúpido, de vez em quando bobo, ocasionalmente inseguro, por vezes nada parecido com um herói que venceu o vilão. Não tem problema ser limitado, o problema é fingir que é imbatível mesmo diante do improvável.

Você só se livra dessa pressão de “ter que dar certo” quando aprende a entender a si mesmo, ao descobrir que pode escolher fazer ou não algo, que nem sempre precisa de provar nada para você e nem para ninguém, que pode inaugurar uma natureza própria sem seguir padrões, que se é para fazer, que façamos a diferença bem longe dos holofotes, dos aplausos e das plateias antes de mais nada.

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